Sábado, 28 de Dezembro de 2013

Carta Aberta ao Presidente de Moçambique

Por  Carlos Nuno Castel-Branco

Senhor Presidente, você está fora de controlo. Depois de ter gasto um mandato inteiro a inventar insultos para quem quer que seja que tenha ideias sobre os problemas nacionais, em vez de criar oportunidades para beneficiar da experiência e conhecimentos dessas pessoas, agora você acusou os media de serem culpados da crise política… nacional e mandou atacar as sedes políticas da Renamo.

A crise político-militar que se está a isntalar a grande velocidade faz lembrar as antecâmaras do fascismo. Em situações semelhantes, Hitler e Mussolini, Salazar e Franco, Pinochet e outros ditadores militares latino-americanos, Mobutu e outros ditadores africanos, foram instalados no poder, defendidos pelo grande capital enquanto serviam os interesses desse grande capital, e no fim cairam.

Será que você, senhor Presidente, se prepara para a fascização completa do País? Destruir a Renamo, militarmente, é um pretexto. Fazer renascer a guerra é um pretexto. Parte do problema dos raptos – não todo – e do crime e caos urbano é um pretexto. Permitir a penetração da Al Quaeda em Moçambique é um pretexto. Pretexto para quê? Para suspender a constituição e aniquilar todas as formas de oposição, atirando depois as culpas para os raptores e outros criminosos e terroristas, ou para aniquilá-los em nome da luta pela estabilidade.

Senhor Presidente, você pode estar a querer fascizar o País, mas não se esqueça que a sua imagem e a do seu partido estão muito descredibilizadas – por causa de si e do seu exército de lambe botas. E essa credibilidade não se recupera com palavars e com mortos. Só se pode recuperar com a paz e a justiça social. O que prefere, tornar-se num fascista desprezível e, a longo prazo, vencido? Ou um cidadão consciente e respnsável que defendeu e manteve a paz e sugurança dos cidadãos, evitando a guerra e combatendo o crime?

Senhor Presidente, você tem que ser parte da solução porque você é uma garnde causa do problema. Ao longo de dois mandatos, quem se rodeou de lambe botas que lhe mentem todos os dias, inventam relatórios falsos e o assessoram com premissas falsas? Quem deu botas a lamber e se satisfez com isso, com as lambidelas? Quem se isolou dos que realmente o queriam ajudar por quererem ajudar Moçambique e os moçambicanos, sem pretenderem usufruir de benefícios pessoais? Quem preferiu criar uma equipa de assessores estrangeiros ligados ao grande capital multinacional em vez de ouvir as vozes nacionais ligadas aos que trabalham honestamente? Quem insultou, e continua a insultar, os cidadãos que apontam problemas e soluções porque querem uma vida melhor para todos (meamo podendo estar errados, honestamente lutam por uma vida melhor para todos)?

Quem acusa os pobres de serem preguiçosos e de não quererem deixar de ser pobres? Quem no principio e fim dos discursos fala do maravilhoso povo, mas enche o meio com insultos e desprezo por esse mesmo povo?

Quem escolheu o caminho da guerra e a está a alimentar, mesmo contra a vontade do povo maravilhoso? Quem diz que a guerra, e o desastre humanitário a ela associado, é um teste à verdadeira vontade de paz do povo maravilhoso? Por outras palavras, quem faz testes politicos com a vida do povo maravilhoso? Quem deixa andar o crime, a violência e a pobreza, quem deixa andar a corrupção, o compadrio e as associações criminosas? Quem nomeia, ou aceita a nomeação, de um criminoso condenado a prisão maior para comandante de uma das principais forças policiais no centro do país?

Quem se apropria de toda a riqueza e ao povo maravilhoso oferece discursos e dessse maravilhoso povo quer retirar (ou gerir, como o senhor diz) qualquer expectativa? Quem só se preocupa com os recursos que estão em baixo do solo, mandando passear as pessoas,os problemas e as opções de vida construídas em cima desse solo? Quem privatiza os benefícios económicos e financeiros dos grandes projectos, e depois mente dizendo que ainda não existem?

Quem se defende nos media internacionais dizendo que passou todos os seus negocios para os familiares enquanto é presidente – e quem é suficientemente idiota para aceitar isto como argumento e como defesa?

Quem divide moçambicanos em termos raciais e étnicos, regionais e tribais, religiosos e políticos – já agora, o que são moçambicanos de gema? Serão os autómatos despersonalizados e ambiciosos que nascem das gemas dos seus patos? O que são moçambicanos de origem asiática, europeia ou africana – são moçambicanos ou não são?

Quem ficou tão descontrolado que hoje acusa os media de serem criadores do clima que se vive no país – foram os media que se apropriaram das terras, iniciaram uma guerra, deixam andar o crime urbano e foram pedir conselhos ao Zé Du? Que tipo de media você quer? Um jornal noticias que não tem uma referência destacada a três grandes manifestações populares pela paz e seguranca e justiça social que aconteceram ontem no nosso país, embora tenha uma noticia sobre manifestações contra violações no Quénia? Porque é que as manifestações dos outros são verdade e as nossas mentira?

E, já agora, senhor Presidente, pode esclarecer-nos quem matou Samora?

Senhor Presidente, você não merece representar a pérola do Indico nem liderar o seu povo maravilhoso. E desmerece-o mais cada dia. Você foi um combatente da luta de libertação nacional e um poeta do combate libertador, mas hoje não posso ter a certeza que liberdade e justiça tenham sido seus objectivos nessa luta heróica.

O povo maravilhoso, ontem, prestou homenagem a Mocambique, a Mondlane e Samora, aos valores mais profundos da moçambicanidade cidadã e da cidadania moçambicana. Foi bonito ver as pessoas a manifestarem-se por causas justas comuns, a partilharem a água e as bolachas, a abraçarem-se e distribuirem sorrisos, a apanharem o lixo que uma tão grande multidão não poderia deixar de criar. Foi bonito ver quão bonitos e cívicos Moçambique e os moçambicanos, na sua variedade, são. Foi bonito ver os cidadãos aplaudirem a polícia honesta e abraçarem os seus carros, e os polícias absterem-se de atacar os cidadão. Foi bonito ver que conseguimos juntar uma multidão consciente, cívica e honesta, que o seu porta voz partidário, Damião José, foi incapaz de desmobilizar. Foi bonito ver a bandeira e o hino nacionais a cobrirem todos os moçambicanos, moçambicanos que são só moçambicanos e nada mais.

E no seu civismo e afrimação da cidadania moçambicana, esta multidão para si só tinha três palavras: “fora, fora, fora”. Tenha dignidade e, pelo menos uma vez na vida, respeite os desejos do povo. Reuna os seus patos e saia, saia enquanto ainda há portas abertas para sair e tempo para caminhar. Não tente lutar até ao fim. Isso só vai trazer tragédia, mortes e sofrimento para todos e, no fim, inevitavelmente, você e todos os outros belicistas, criminosos e aspirantes a fascistas, sejam de que partido forem, serão atirados para o caixote do lixo da história. Saia enquanto é tempo, e faça-o com dignidade. Ninguém se esquecerá do que você fez – de bem e de mal – mas perdoa-lo-emos pelo mal por, pelo menos no fim, ter evitado uma tragédia social e saído com dignidade.

Que, pelo menos, o seu último acto seja digno e merecedor deste povo maravilhoso. E, enquanto se prepara para sair, por favor devolva ao país e ao Estado a riqueza de que você, a sua família e o seu grupo de vassalos e parceiros multinacionais se apropriaram. Leve os seus patos mas deixe o resto. E, por favor, use as presidências abertas, pela última vez, mas para se despedir, pedir desculpas e devolver a riqueza roubada.

Saia, senhor Presidente, enquanto ainda é suficientemente Presidente para sair pelas suas próprias pernas.

Você sabe, de certeza, o que quer dizer “A Luta Continua!” Então, saia.

E não perca tempo a abater ou mandar abater ou encorajar a abater ou deixar abater alvos seleccionados, sejam eles quem forem. O sangue de cada um desses alvos só vai engrossar ainda mais o rio em cheia que o atirará a si, e seus discípulos, como carga impura, para as margens do rio poderoso fertilizadas pela luta popular. O povo não morre, e é o povo, não um alvo seleccionado, seja quem for, quem faz a revolução. Não se esqueça que a fúria do rio em cheia é proporcional à água que nele flui e à pressão que sobre ele exercem as margens opressoras.

Senhor Presidente, não tente fascizar Moçambique. Se o fizer, pode levar tempo, podem muitas vidas ser encurtadas pelas suas forças repressivas de elite, mas se seguir este caminho, você sairá derrotado. A história não perdoa.
Adeus, senhor Presidente, vá descansar na sua quinta com a sua família e dê à paz e à justiça social uma oportunidade nesta pérola do Índico e em benefício do seu maravilhoso povo. Por favor.

Não lhe queremos mal. Mas, acima de tudo, queremos a paz e que os benefícios do trabalho fluam para todos.



Fonte: http://www.mozmaniacos.com/2013/11/carta-aberta-ao-presidente-de-mocambique.html#ixzz2ood170kY

 

 

Grupos Especiais - Moçambique

28 de Dedembro de 2013


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Domingo, 13 de Outubro de 2013

Carta Aberta aos Libertadores da Pátria (2)

 

Respondam-me a estas inquietações, sem rodeios!

Quando alguém assume um compromisso, sobretudo de natureza social, deve rigorosamente cumpri-lo sob pena de defraudar os anseios de quem dele espera lealdade. Um compromisso é um pacto social, com o grupo social que se pretende servir.

 

Quando comecei a escrever estas linhas mostrando as minhas inquietações, eu tinha a plena consciência de que a capacidade de análise não é propriedade somente minha, mas sim um direito inalienável de pensar de todos e liberdade constitucional de cada um colocar publicamente as suas ideias.

 

Os meus parabéns a todos aqueles que não comungam comigo o mesmo pensamento, mas aceitam debater ideias e não têm o preconceito de que são ideias de colonialismo em todas as suas dimensões e premissas, nacionalismo, patriotismo, regionalismo, capitalismo, imperialismo, corrupção, esclavagismo e racismo, entre outros, ismos que foram combatidos com vista a trazer a construção de uma sociedade equilibrada diferente da que hoje observo: – Um fosso abismal entre novos ricos e os mesmos pobres de ontem.

 

E a pergunta que paira em mim é: foi este o sentido de orientação da luta de libertação? Se temos companheiros que tombaram porque tinham ideias de enriquecimento ilícito donde vem esta ideia e, porque é que hoje independentes não nos esforçamos no sentido de se enriquecer honestamente e não a custa do erário público e com comissões de delapidação dos recursos públicos que são de todos?

 

Setembro passado, iniciei a mostra das minhas inquietações que, afinal são de uma maioria significativa dos cidadãos que, diariamente nas barracas, nos “chapas”, nos mercados em convívios, nos falecimentos não falam de mais nada senão indignarem-se com a pergunta ( kasi a huma kwini ye lwe wa nuna a hi disaka a khay khay, a djula yini lepswi a ganyiki), afinal quem é este homem que nos faz comer o pão que o diabo amassou, o que pretende se já está rico?

 

Senhoras e senhores libertadores da pátria, quando vos pergunto não é porque todos vós estais na lista dos corruptos ou sejam insensíveis é pelo facto do vosso silêncio que aos olhos de todos significa ou medo de quê, não sei, ou aceitação do que se está a passar no pais, ora senão vejamos:

 

Tal como afirmei anteriormente, o cidadão Joaquim Chissano deixou a Presidência deste país, tendo aceitado transformar a governação do partido único em multipartidarismo, celebrado o acordo geral de paz que devolveu a tranquilidade, irmandade e paz aos moçambicanos.

 

Entre outras coisas, iniciou a reconstrução do país devastado pela guerra, permitiu a realização de eleições mais ou menos pacíficas e trouxe a liberdade de expressão e de associação e, quando chegou a vez de lhe tirarem saíu e, soubemos anos luz quem o iria suceder.

 

Sim, houve problemas na governação de Chissano mas não atingiu tamanha dimensão como estamos hoje, por exemplo, com o Presidente Guebuza.

 

Este, quando iniciou a sua governação começou por ridicularizar o seu antecessor e todos os que com ele governaram de possuírem o espírito do “deixa andar”, mas nenhum de vós se insurgiu, incluindo o próprio Chissano. De quê tinham medo?

 

Iniciou com o culto de personalidade, mas nenhum de vós se insurgiu, lembrando que na Frelimo os dirigentes são os primeiros no trabalho e últimos nos benefícios.

 

Quando iniciou com celebração dos seus negócios de uma forma galopante, pegando tudo o que é negócio para si e para a sua filha ninguém se insurgiu de dentro da Frelimo senão os médias a denunciarem e a espera do vosso pronunciamento já que na Frelimo houve pessoas que foram executadas e expulsas porque entendiam de negócios. Será que foram eliminadas para outros entrarem na concorrência?

 

Então porque nos mentiram dizendo que eram reaccionários?

 

Quando iniciou a campanha contra a democracia permitindo que jovens incendiassem, perseguissem e espancassem quem não é do partido Frelimo, nenhum de vós se insurgiu, dizendo que a Frelimo é um partido dos moçambicanos. Um partido pacífico, aglutinador e de paz que lutou para que todos nós possamos viver em paz e harmonia. Aplaudiram ou se entristeceram no íntimo, quando isto aconteceu?

 

E, quando começou a perseguição de todos os que são a favor de Chissano ou mesmo da sua forma de trabalho, o que fizeram? Perguntem ao Frangoulis como se sente com a sua família e quem dele hoje se aproxima? Perguntem ainda ao Manhenje e outros, só para dar alguns exemplos, mas na verdade são muitas as pessoas que nos relatam as suas peripécias de medo e terror e nenhum de vós influentes se indignou e se insurgiu. Será que anuíram? Uma nota estou a ler um livro interessante de Dalila Cabrita e é tão interessante que no triste e doloroso julgamento que Samora fez aos ex-presos políticos dois grandes homens se posicionaram contra o fuzilamento daqueles em particular ao Matias Mboa marido da falecida Ivete a quem considero Herói vivo e são Joaquim Alberto Chissano e Mariano Matsinhe o que mostra que as suas idias eram contrarias as de todos e hoje que medo teem? Já nessa altura dizia-se que não se queria imperialistas e exploradores ou entendem que só é explorador quando se tem outra cor se olharmos a dimensão de choros dos trabalhadores das mpresas de segurança onde quem são os donos? A exploração dos trabalhadores da track e quem são os donos? A exploração dos automobilistas que pagam as portagens e espatifam carros pelas más condições da N4 só e só em Moçambique que vergonha. Os trabalhadores da Mozal Vales e outros e que ate o racismo de senfreado e todos gritam de igualdade qual igualdade racismo com nosso governo é pior que racismo de colono porque o colono é passageiro.

 

Apesar de eu ter colocado na lista dos questionados, sinto pena quando o Jorge Rebelo é tratado como está sendo tratado, esquecendo-se que ele contribuiu muito para se fazer esta pátria, mesmo com erros mas está limpo de dignidade. Quem de vós terá tanta dignidade como ele, para lhe tratarem assim com desprezo? Pensem no que estão a semear, porque quem semeia ventos colhe tempestades.

 

Quando sob o vosso olhar impávido e serenos olham para as populações serem despojadas das suas terras pelas empresas onde Guebuza e seus filhos são sócios, o que dizem? Porque eu, como Mabota, apareço e digo não, e defendo sem capacidade o fim do sistema corrupto da nossa justiça. Olhem que quando Chissano deixou o poder os cidadãos confiavam mais no Presidente da República, ONGs e igrejas do que em outras instituições.

 

Hoje só confiam em ONGs e midias que são entulhados pela propaganda malévola e triunfalista do regime. Senhoras e senhores libertadores, hoje já não se ensina a ler, escrever e interpretar. Cada palavra de qualquer pessoa, até do papa, é alvo de uma análise profunda e de críticas. É, por isso, que tudo o que fazem é alvo de reparos. Se ontem poderíamos dizer a quase tudo sim, senhor, hoje não, porque qualquer passo deve ter o porquê e para quê.

 

Quando Guebuza começa a chamar para si todos os feitos, então a sociedade chama para ele todos os males. Como é que os dirigentes dele cá fora dizem uma coisa e lá dentro ou calam ou lhe ajudam a entrar na fossa e ninguém diz nada?

 

Como é que cada frase que tira ou ideia que lança é mal recebida. Quando diz vamos plantar Jatropha, todo o cidadão, pergunta para quê? O que é isso? Vai queimar a terra. Quando fala de revolução Verde, que revolução? Geração da viragem, virar para onde? Já o Padre Couto, quando Reitor da UEM questionava isso. Trata os seus críticos de Apóstolos da desgraça, quantos? se Cristo só tinha 12…, afinal com quem dialoga?

 

Em estados normais existem homens grandes de barba branca e cabelos brancos cuja função é estudar e aconselhar o poder e não um grupo de amigos que comem com o chefe de estado. Lembrem-se que os que lhe aconselham a esse tipo de governação vão cair com ele como caiu o Mobuto , que até era o mais rico de África e, nem sequer teve dignidade de ser enterrado no seu solo pátrio. Sorte idêntca teve Idi Amin Dada que até comia carne de gente (canibalismo) para mostrar o seu poder e valentia mas morreu como um desgraçado fora do seu solo pátrio. Já muito recentemente, temos o exemplo do General Kadafi que possuía pistola de ouro e morreu por onde passam fezes. Quem nao se lembra ainda hoje de Sadam Hussein que possuía 100 carros e casa cheia de ouro e morreu como um macaco no mato e a barba cheia de piolhos. Este poderoso homem forte do Iraque era tão temido como um Hitler que no seu tempo tinha, Joseph Goebbls, como seu ministro de propaganda, o qual fazia propaganda falsa de como este era querido, mas teve de se suicidar como um ladrão desesperado. Tal foi o fim trágico do homem que o mundo temia.

 

Sabem, senhoras e senhores libertadores, aprendam de Mandela que lhe retardam a morte pela sua humildade. Ele espera que o digam, Mandela querido, e não apregoa por aí a ninguém que eu sofri na cadeia, por isso, deixem-me ter tudo o que não tive. Certamente, como qualquer outro ser humano, ele, sim, passará da terra mas na mente de gerações não passará jamais. Será como Cristo e Maomé que são filhos de Deus e jamais passarão da boca dos seres vivos a bendizerem-lhes.

 

O mundo de hoje está no mesmo quintal mas em quartos separados, nada se perpetuará de acordo com o que cada um de nós quer. Isto quer dizer que, temos de fazer algo em prol da comunidade para que seja ela a louvar os nossos feitos e não nos esgrimir em elogios pessoais, ou culto de personalidade para mostrar o que fizemos, as obras devem falar por si.

 

Sempre com a promessa de um dia voltar, termino questionando como é que o pais é dirigido por este homem que tanto sofrimento causa ao povo? Vamos analisar friamente esta questão para me dizerem se tenho ou não razões de me inquietar! Voltarei na III.

 

Maria Alice Mabota

 

Nota. Ao respeitado Adelino Buque, devo dizer que tem razão de sobra sobre o que viu na internet sobre o cidadão Armando Emílio Guebuza. O meu interesse não é o local e a data do seu nascimento. Quero, é, saber que antecedentes sobre apetência e ostentação de riqueza tinha este homem durante a luta de libertação nacional. A informação que temos é que a Frelimo era contra a apropriação da riqueza nacional nas mãos de poucos e hoje o seu dirigente máximo faz o contrário. Nas suas mãos e de sua família está acumulada ilicitamente grande parte da riqueza de Moçambique. Que eu saiba, Adelino Buque, que me responde, não é combatente da luta de libertação, mas não é por isso que devo limitar a sua opinião. Todos temos o nosso contributo a dar, mas esta carta é especificamente dirigida aos prestigiados libertadores da pátria moçambicana do jugo colonial português que ontem combatiam isso. Sobre este acalorado debate, que já está a começar, é momento para recordar o falecido jornalista, Carlos Cardoso, quando dizia “no oficio da verdade é proibido pôr algemas nas palavras”.

 

 

13 de Outubro 2013

Alice Mabota


Publicado por gruposespeciais às 20:05
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Quinta-feira, 10 de Outubro de 2013

Carta Aberta aos Libertadores da Pátria (1)

Por: Maria Alice Mabota

 

Sr. Director!

 

Peço à V. Excia para que aceite o meu pedido de publicação desta carta no jornal que sabiamente dirige.

 

Não sou jovem, pertenço à geração dos da luta armada. Não fui à luta armada porque nem todos deveríamos lá ir e nem tive condições para o efeito.

 

Naturalmente, compreendi as razões da luta armada de libertação em 1970 e, a partir daí apoiei e acreditei no que a falecida Ivete Mboa, na altura, me dizia.

 

Entre muitas coisas, ela vincava que lutar para libertar a terra e os homens do jugo colonial português era uma acção justa, pois o sistema vigente era uma coisa dolorosa e detestável. Ela comparava o colonialismo a alguém que sofria de falta de tudo e que viesse à sua casa pedir para ser acolhido e depois se tornar dono(a) da casa.

 

Chegou o 25 de Abril de 1974 e, o grupo Massinga, Taurino Migano, Sumbana, Muthemba e outros juntaram alguns jovens, na altura, para chamá-los à consciência sobre a luta de libertação e, que o futuro ainda era incerto, havendo assim a necessidade de se avançar para várias frentes.

 

A mim, Ana Maria , Guilhermina, Calisto e Milagre Mazuze coube-nos o trabalho de mobilização na zona sul e, infelizmente, a caminho de Chibuto tivemos um grande acidente donde saí sem uma única lesão, mas os meus colegas ficaram feridos. Porém, antes trabalhei na organização das mulheres para a causa da luta pela formação da nova sociedade, por isso, fui da OMM.

 

Acreditei e li em livros, dizendo que a Frelimo era um movimento de massas, um movimento anti-colonialista, anti-capitalista, anti-racista, anti-regionalista, anti-corrupção de tal sorte que ter amante, na altura, era visto como uma pessoa corrupta. Nunca na época se vislumbrava a dimensão da actual corrupção, daí o facto de ter aderido à revolução encabeçada pela Frelimo com maior vigor por acreditar nos seus ideais.

 

A avidez por dinheiro era impensável; quanto a mim, o dinheiro, esse sim, era necessário para a satisfação das necessidades básicas, mas tudo o que era ambição exagerada era combatido. Talvez o básico mesmo era suficiente, pois com 5.50 (cinco escudos e cinquenta centavos) dava para um litro de gasolina normal para o meu Volkswagen 1200 que eu tinha e dei boleia a muitos que chegaram da luta de libertação e que, na altura, nem sabiam comer com faca e garfo na mesa.

 

Anos depois, apesar da sobrevivência com repolho, farinha amarela e peixe sem cabeça que nunca cheguei a saber que peixe era, vivíamos moralmente felizes e, é por isso que aceitávamos ir à machamba do povo, limpar as estradas, ir à colheita do arroz no Chókwè com Jorge Tembe,na altura, Director do Complexo Agro-Industrial do Limpopo, ex- colonato do Limpopo.

 

Mas, deixo para os historiadores o relato das várias etapas por que passou este país e vamos agora à minha indignação dirigida às senhoras e aos senhores libertadores da pátria amada:

 

DEOLINDA GUEZIMANE,

GRAÇA MACHEL,

MARINA PACHINUAPA,

MONICA CHITUPILA,

MARCELINO DOS SANTOS,

JORGE REBELO,

JOAQUIM CHISSANO,

MARIANO MATSINHE,

ALBERTO CHIPANDE,

RAIMUNDO PACHINUAPA,

SERGIO VIEIRA,

JOAO AMÉRICO MPFUMO,

HAMA THAI,

ÓSCAR MONTEIRO,

PASCOAL MOCUMBI,

PADRE FILIPE COUTO

 

Vocês todos respondam-me, por favor, quem foi verdadeiramente o combatente Armando Emilio Guebuza?

 

Sabem porque? Samora deixou o país destruído pela guerra, mas tinha moral, ética, identidade e espírito de unidade nacional. Dizia que lutava pela unidade de todos mesmo que tivesse sido em teoria; ele procurava reflectir a moral do seu povo e ninguém imaginava que o actual presidente estava metido em negócios. Sabem, no meu tempo, filha de uma prostituta subia para o altar de véu e grinalda.

 

JOAQUIM CHISSANO saiu do poder e deixou os cidadãos com alguma moral e esperança. Que me lembre não deixou muita gente tão descontente como estão os cidadãos hoje, sem esperança, sem moral, sem dignidade onde cada um só pensa em roubar para ser rico. Nunca ouvi o povo tão revoltado e sem esperança como está agora.

Ora, vejamos:

 

A corrupção aumentou sem qualquer plano de acção para o seu combate;

A incompetência dos governantes acentuou-se mais e passamos a ver ministros que nem sequer sabem o que fazem, não conhecem a casa que governam, os problemas dos seus pelouros e não medem palavras quando se dirigem aos cidadãos; a criminalidade aumentou assustadoramente; a sinistralidade está ceifando vidas diariamente nas estradas; os incêndios jamais vistos ocorrem nesta governação; o branqueamento de capitais, o tráfico de órgãos humanos, drogas e armas fazem parte do sistema de uma forma impune.

 

Os raptos sucedem-se e atingem números que assustam. A comunidade asiática, apesar de ser composta por moçambicanos com igual direito de protecção, nada é feito para a acudir. No mínimo o estado deve esclarecer este fenómeno que, ultimamente, virou crime organizado com impacto social e económico bastante negativo.

As manifestações de vários segmentos sucedem-se, dia após dia, mas a Polícia de Intervenção Rápida é, de facto, veloz para descarregar sobre cidadãos no gozo dos seus direitos. Para não falar de perseguições consequentes desde o emprego até a casa. Vivemos, sim, momentos de terror e incerteza.

 

A greve do pessoal da saúde, por duas vezes, sem resposta e que continua silenciosa. Basta ir para qualquer posto de saúde ou hospital para ver como é que o povo sofre. A greve silenciosa na saúde tem efeitos mais nefastos do que a da rua.

 

Os médicos, enfermeiros, todo o pessoal da saúde e suas famílias continuam a sofrer, ameaças, despedimentos, transferências, descontos, processos disciplinares e humilhações. É para isto que lutaram e pensam que nos libertaram? Libertaram a terra, mas os homens continuam debaixo do sofrimento.

 

Os dois levantamentos populares aconteceram e marcaram os dois mandatos de Armando Guebuza em que as pessoas procuraram demonstrar a sua revolta ante a má governação. E o governo no lugar de transmitir mensagem de esperança, distanciou-se cada vez mais, matando inocentes.

 

Senhoras e Senhores libertadores acima citados e outros esclareçam-me:

 

Quem foi, afinal, Armando Guebuza, ontem, na luta de libertação que tantos anos convosco viveu e não o descobriram que é a pessoa com mais espírito de negócios pessoais, ambição e ganância desmedida. Porquê não descobriram que ele é que poderia virar o país para o abismo e não somente o Lázaro Nkavandame e Urias Simango que os textos parciais da Frelimo tanto nos deliciam?

 

Digam-me minhas senhoras e meus senhores foi para isto que lutaram e tomaram o poder para num minuto tornar a filha dele a mulher mais rica de Moçambique; não lutaram por uma sociedade equilibrada e de justiça social?

 

Eu acreditei no socialismo propalado pela Frelimo, não nisto que estou a ver e sentir porque é repugnante. Não tolero mais, confesso, publicamente.

 

Digam-me minhas senhoras e meus senhores porquê e de que medo têm de o enfrentar e lhe dizerem que esta não é a Frelimo que nós construímos em Junho de 1962? O que vos prende a ele ao ponto de engolir tudo isto? O povo está a sofrer e vocês são cúmplices do sofrimento do povo. A história julgará-vos-à por este silêncio do que pelos crimes que cometeram durante a luta armada de libertação. Porque durante a luta de Libertação todos estávamos convencidos que o colono é que era o nosso inimigo e todo aquele que a ele se aliasse ou tivesse suas atitudes era contra nós. E hoje, porquê o cidadão que já foi amado maltrata o seu povo; persegue-o. Traz exploradores piores que os colonos, pois não sabemos o que irão deixar quando saírem deste solo pátrio onde o colono nos deixou com a terra , os recursos naturais e casas onde hoje habitamos e, arrendamos por dólares sem termos construído.

 

Sabem, senhoras e senhores libertadores, esta indignação não é só minha é de muitos outros cidadãos e, se não saiem à rua têm medo da FIR que implantaram para maltratarem o povo que vocês lhe tiraram do colonialismo para pessoalmente maltratarem. Nas casas, nas ruas, nas festas e nos “chapas” toda, mas toda a gente só fala da má governação de Guebuza; escutem o jovem que canta a má governação dele, mesmo os que se encontram no poder dizem que o povo tem razão mas que fazer, temos filhos por sustentar e educar; dizem basta ver como ele exonera os seus quadros é humilhante nem parece que merecem dignidade. Eles bajulam, dizendo falem vocês, nós o que queremos é garantir o pão.

 

O Senhor Joaquim Alberto Chissano na última campanha nas instalações da EMOSE afirmou categoricamente que confia no Guebuza porque o que ele promete cumpre. Recorda-se? Então posso assumir que toda a trama que ele faz é do seu conhecimento e consentimento é assim que combinaram que quando libertarem a terra quem não foi à luta e as outras gerações vão passar mal. Vão nos fazer comer o pão que o diabo amassou e vocês outros senhoras e senhores? Recorda-se que eu, peremptoriamente, lhe afiancei que não iria votar em vós.

 

Significa isto que nós também deveremos ir à luta para nos libertarmos de vocês?

 

Porquê quando o saudoso Samora vos aconselhava a não lhe entregarem o poder o chamaram de louco ou alucinado? Desvendam-nos o porquê ele dizia isso .

Senhora Graça Machel:

 

Como consegues viver, conviver e fazer negócios com esta pessoa que o seu marido dizia abertamente o que representava para o povo? Que consciência pesa sobre si esposa que preserva o nome de uma pessoa que aos olhos do povo era são a conviver e fazer negócios com quem o seu marido não aceitaria fazer. Para Samora vale mais o povo do que o dinheiro e para si vale mais dinheiro do que o Povo. Me responda.

 

Sabem senhoras e senhores libertadores a escritora e poetiza Noémia de Sousa já dizia que a Africa é mítica.

 

Sabem porquê? Por causa dos seus mistérios em todas as suas dimensões . Kadafi domou o seu povo, era o mais rico que tinha até uma pistola de ouro os seus cidadãos até tinham casas,comida, enfim o básico, mas como morreu? Porque o povo não tinha liberdades que nasceram com eles os direitos fundamentais, pois a liberdade de pensamento, de manifestação e de reunião é extremamente fundamental para que o individuo viva em paz sem falar por dentro que um dia explode e a explosão, regra geral, mata.

 

O povo na sua maioria tem saudades de Mondlane que não o conheceu só vocês o conheceram e conheceram os seus feitos; o povo na sua maioria tem saudades de Samora e o povo na sua quase totalidade tem saudades de Joaquim Chissano e perguntam de que medo tem de levar o poder ao Guebuza para pararmos de sofrer. Quem mais terá saudades de Guebuza? A esperança dos cidadãos até crianças é que depressa chegue Novembro de 2014 para se ver livre de Guebuza e sua família.

 

Os críticos vão me crucificar por esta carta mas eu não vivo para os críticos com interesses, vivo com e para o povo que sofre. Só me vai sacrificar quem com Guebuza desfruta o sabor da libertação. Que o digam os madjermanes; os desmobilizados de Guerra; os antigos combatetes escorraçados das suas habitações; os sofridos médicos e enfermeiros; os expoliados das suas terras a favor da Vale, Pro-Savana, Petroleiros, Gaseiros, Chineses e Brasileiros exploradores, sem dó nem piedade.

 

Os militares entregues a guerras sem necessidades de novos confrontos, sim essa é herança do Chissano mas ele sabia gerir, não havia rixas. Quem sabem, ele tivesse, neste momento, resolvido tal como soube parar com a guerra dos 16 anos. Sim, ele era diplomata e com calma resolvia os problemas dos cidadãos em momento certo.

 

Hoje, o espírito do deixa andar virou “xipoko” de roubar os impostos dos cidadãos, “xipoko” do tráfico de drogas e armas , “xipoko” da alta criminalidade, “xipoko” da falsidade dos funcionários públicos. Diariamente só se vê nos jornais funcionários a roubarem dinheiro do povo para não falar dos barões que sacam os cofres do estado para se tornarem ricos de Moçambique a partir do nada.

 

Acredito que o povo pobre e os cidadãos ricos e honestos vão apoiar esta minha inquietação.

 

QUEM FOI, QUEM É, O QUE PRETENDE E ONDE QUER CHEGAR O CIDADÃO ARMANDO EMILIO GUEBUZA? Respondam-me senhores libertadores da terra e, vamos friamente analisar a sua governação. Caso seja possível ele interiorizar e corrigir a sua forma de actuação, gostaria de lhe ver a sair do poder pela porta da frente e deixar saudades neste um ano que lhe falta.

 

Desde a Constituiçao de 1990 até a de 2004 que gozo da liberdade de expressão e de pensamento e, é por isso que escrevo e continuarei a escrever como uma cidadã deste país e não em representação de nenhum grupo ou agenda.

 

Esperando continuar com vida após esta indignação, despeço-me com a promessa de voltar.

 

10 de Outubro de 2013

Maria Alice Mabota


Publicado por gruposespeciais às 16:07
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Terça-feira, 10 de Setembro de 2013

Desabafo de um Moçambicano

Senhor Guebuza, pare de lixar este País!

 

Por uma questão de humildade intelectual, devo confessar que o título não é da minha inteira responsabilidade. As palavras originais são de uma humilde senhora que em reacção à interrupção de fornecimento de água por manifesta incompetência do Governo, disse a STV as seguintes palavras: “senhor Guebuza, se não quer Governar nos deixe em paz”! O pronunciamento não podia estar mais imerso no poço da lucidez, tal como a intervenção não podia estar mais inspirada nos mais elementares cânones do patriotismo.

 

Senhor presidente, tomei a liberdade de lhe escrever este pequeno comentário, para na qualidade de cidadão discordar in toto com os seus procedimentos. Mas, gostaria antes, de lhe informar, caso não saiba, que o senhor Presidente é, neste momento o cidadão mais impopular da nossa praça.

 

Contrariamente ao que os seus correligionários dizem, o senhor presidente é, simplesmente, o cidadão menos querido de um total de mais de 22 milhões de moçambicanos. E isso não é fixação, senhor Presidente, é a mais crua realidade. Aliás, mais da metade da população moçambicana encontra no senhor Guebuza o culpado pelo seu insucesso, falta de esperança e frustração. Uma das cidadãs é a que teve a oportunidade de o dizer ontem diante de câmaras na televisão.

 

E esta grossa franja da população tem suas razões. Uns votaram por duas vezes em si e acreditaram no que o senhor andou a prometer durante as duas campanhas eleitorais. Outros simplesmente já o conheciam e não acreditavam no senhor e vêem-se agora a viver o apocalipse político-social de um País que tinha tudo para dar certo, e ser um lugar normal para se viver.

 

Mas convêm esclarecer-lhe senhor presidente, onde tudo começou. Se bem que Carlos Cardoso em 1997 previu que tudo iria começar com a sua indigitação a candidato à presidência da República. Profecias, embora certas, à parte! tudo começou com a gestão de expectativa. O senhor apresentou-se como o salvador do País, com um discurso intriguista que visava colocar o Presidente Chissano numa situação de vilão. Prometeu acabar com tudo que na sua óptica, foi introduzido por Joaquim Chissano. Mas o tempo e os acontecimentos estão a provar que era tudo mentira! Da corrupção à pobreza, tudo aumentou. Das oportunidades à esperança, tudo privatizou. Liberdades? Simplesmente coarctou-as.

 

Transformou a Frelimo numa seita religiosa que difunde o medo e o ódio. Medo de Guebuza e ódio a quem não cultua Guebuza. Transformou pessoas inteligentes em autênticos pacóvios. Conseguiu levar jovens com formação superior e com tanta energia e conhecimento, e transformou-os em sindicalistas do delírio. Andam de televisão em televisão e nas redes sociais a demonstrarem a necessidade urgente de um psiquiatra nas suas vidas, tudo em defesa do indefensável materialmente corporizado pelo senhor.

Senhor presidente, o senhor apresentou-se como “salvador” do País, e tudo indica que vai sair certamente, como o “destruidor” do País. Na verdade o senhor Guebuza está agora a ser vítima da sua campanha populista. O que houve na verdade, é uma espécie de “inflação de expectativas” e o correspondente efeito “boomerang” tratado em Marketing político. O senhor inflacionou as expectativas dos eleitores e não conseguiu cumprir um terço daquilo que andou a prometer. Tudo que disse que ia combater triplicou ou quadruplicou no seu reinado. Tudo o que disse que ia dar não deu e acumulou para si. Não é por acaso que todos os seus próximos são os cidadãos mais ricos do País e estão entre os mais ricos de África. Que o diga a sua primogénita filha, senhor presidente.

 

Nos últimos seis meses, não deixa de ser estranho, senhor presidente, que todos os jornais e televisões abram os seus serviços noticiosos com pessoas vítimas do “Guebuzismo”. Para efeitos deste comentário, vamos defini-los como todos os cidadãos que o senhor está a prejudicar com a sua desgovernação. Ora são funcionários que lhes é negado o direito à greve, ora são médicos a serem detidos, são desmobilizados a serem espancados e detidos ilegalmente, são milhares de jovens licenciados que continuam pendurados nas residências universitárias e terraços sem qualquer tipo de esperança, são jovens que passam a vida a subtrair dias da sua própria esperança de vida com bebidas espirituosas que o senhor deixou entrar como “investimento”, são militantes da oposição a serem perseguidos e detidos ilegalmente, antigos combatentes de que o senhor tanto fala a serem desalojados das casas em que vivem há 38 anos para lugar incerto,  é a população que vai ficar sem água nos próximos dias por culpa da arrogância da sua equipa. Até militares já assaltam cidadãos! Todos esses sabem que o culpado de tudo chama-se Armando Guebuza. Todos estes sabem que é Guebuza que está a dar-lhes cabo da vida. Todos esses, sabem que estão como estão, por culpa do senhor Guebuza.

 

Nas redes sociais só se fala do senhor, pelas mais desprestigiantes motivações. Aliás nas igrejas, nos hospitais, nos bares, nas casas de prostituição, nas escolas, nos “chapas” e nos cafés só se fala do senhor Presidente como o cidadão mais impopular. Os debates televisivos tratam do senhor pela negativa. Todo mundo diz que o senhor está a dar cabo do País. E isso, infelizmente é verdade, senhor Presidente.

 

Sei que este meu comentário lhe chegará às mãos, e estará um grupo de pessoas a dizer-lhe que tudo isto que aqui elenquei são mentiras inspiradas no antipatriotismo. Sei disso senhor Presidente. Mas se achar que tudo isto é mentira coloque-se o seguinte desafio: entre numa escola, mercado, igreja ou bar e apresente-se como Armando Guebuza e fique atento ao que vai acontecer nos próximos segundos.

 

O senhor teve o mérito de colocar o País numa situação de extrema pobreza e de falta de esperança já mais visto. Não há registo de tanta miséria nas famílias, e revolta acumulada como agora, excepto quando estávamos em guerra. E isso é obra senhor Presidente! Obra da incapacidade! Em nome do bom senso subscrevo-me com um patriótico pedido que sinceramente espero colher da vossa parte uma afável receptividade: senhor Guebuza, pare de lixar este País!

 

Maputo, 7 de Setembro de 2013

Cândido José Langa


Publicado por gruposespeciais às 21:52
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Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010

A EXTREMA POBREZA EM MOÇAMBIQUE

 

De acordo com os dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) existem, neste momento, 11,7 milhões de moçambicanos a viverem em situação de pobreza extrema.

Considera-se pobreza extrema todos os que vivem com menos de 18 meticais por dia ( um dólar vale cerca de 45 meticais), o suficiente para assegurar as calorias necessárias para manter a subsistência humana.

A situação de pobreza extrema tem vindo a agravar-se desde 2002, como reconhece o próprio governo da Frelimo, apesar das muitas injecções de capitais que têm sido efectuadas pelos países doadores e o próprio FMI.

 

 

As causas são diversas que vão desde o Gabinete do Planeamento do Zambeze que caminha para derrocada próxima e toda a agricultura desmantelada pelo regime do Samora Machel e, até agora, não recuperada e, por último todo o tecido produtivo que está em plena decadência.

A acrescer a esta situação, verifica-se o tráfico de droga, tendo-se o país tornado na segunda placa giratória no continente africano que, de acordo com o Wikileaks, tem, como principais beneficiários, o actual presidente da República e o seu antecessor, Armando Guebuza e Joaquim Chissano, respectivamente.

Com a degradação rápida da situação económica e as condições de vida das populações a diminuírem drasticamente, só há uma solução que é a de mudar de política.

A Frelimo, em 36 anos de poder, não resolveu nada, pelo contrário, agravou, já não é solução. A via eleitoral, neste momento, não parece ser a mais apropriada, dada a viciação sistemática do sistema eleitoral conduzida pela Frelimo.

A solução passará por uma revolta pacífica de todo o povo que não poderá ser conduzida pelos partidos instalados no poder que, como se está a verificar, não conduzem a coisa nenhuma, só servem para perpetuar a Frelimo no poder.

 

 

Os grandes beneficiários do narco-tráfico em Moçambique

Joaquim Chissano e Armando Guebuza

 

Daqui o meu apelo a todos os moçambicanos que se unam e consigam criar um movimento que altere toda esta situação, porque, senão será a pobreza completa para todos, excepto para aqueles que, ainda, conseguem viver das migalhas do poder ou roer um ossos debaixo das mesas dos abastados.

Força Moçambicanos, o futuro está nas vossas mãos.

 

Ovar, 16 de Dezembro de 2010

Álvaro Teixeira (GE)


Publicado por gruposespeciais às 21:27
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Quinta-feira, 9 de Dezembro de 2010

Moçambique não é um completo narco-Estado corrupto, mas segue numa direcção inquietante.

 

Documentos revelados pelo site WikiLeaks revelam que, em 2009 o Presidente Guebuza e o seu antecessor, Joaquim Chissano são cabeça de um polvo que gere a rede de droga que tem como placa giratória o Estado de Moçambique.

Esta situação, por ser inquietante para todo o mundo, tem que ser devidamente investigada e os países doadores deverão cortar todos os investimentos neste país e ser considerado um estado pária à semelhança de outros que infringem as leis internacionais.

Esta situação torna-se gravíssima, a partir da altura em que, por trás desse rede de narco-tráfico estão o anterior e o actual presidentes do País.

Chegou a altura de a Comunidade Internacional tomar medidas contra esta situação. Não basta aceitar-se uma vitória fraudulenta nas eleições por parte de Guebuza e da Frelimo, é necessário acabar com este estado de coisas.

 

 

O Orçamento Geral do Estado de Moçambique continua a contar com mais de 50% dos países doadores e são estes que estão a contribuir para a grande placa giratória de droga em que se tornou Moçambique e ajudar a enriquecer, cada vez mais, as pessoas ligadas ao negócio, sendo que o Armando Guebuza se tornou no homem mais rico de Moçambique, situação que não teria conseguido com a venda de patos.

A todos os moçambicanos que acreditam nos valores da democracia, da liberdade, da fraternidade e da igualdade será necessário que reavivam estes valores, que lutem por eles e que se unam para fazerem uma verdadeira revolução democrática e acabarem com o perigo de Moçambique se tornar num Irão, Coreia do Norte ou da Somália.

 

 

 

Joaquim Chissano

 

 

Eu acredito no povo moçambicano acredito que ele irá conseguir libertar-se desta gente com as mão sujas de tudo, incluindo o sangue, dinheiro e a droga.

 

Ovar, 9 de Dezembro de 2010

Álvaro Teixeira (GE)

 


Publicado por gruposespeciais às 22:14
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Quinta-feira, 21 de Janeiro de 2010

A HISTÓRIA DE SAMUEL FELIPE MAGAIA, PRIMEIRO COMANDANTE DA GUERRILHA DA FRELIMO, E DE LOURENÇO MATOLA, SEU ASSASSINO

 

Armando Emílio Guebuza

 
Antes que diga algo de importância sobre a história de Samuel Filipe Magaia, tenho que deplorar o facto de que um acto, como a investidura dum Presidente da República, acto augusto algures em países democráticos, tivesse sido aproveitado para insultar Uria Simango, primeiro vice-presidente da Frelimo, que foi morto pela própria Frelimo. Este acontecimento demonstrou dois aspectos deploráveis: o baixo nível das pessoas envolvidas e o baixo nível da inteligência do próprio Armando Emílio Guebuza que admitiu que tal coisa acontecesse. Se Guebuza tivesse a capacidade como deve ser, teria desencorajado que tal uma coisa acontecesse, visto que é sinal de mau gosto e de diabolismo bater numa pessoa morta, que não se pode defender como os ingleses dizem: "dead people tell no stories." Por esta mesma lógica das pessoas mortas não poderem falar, nenhuma pessoa no seu uso de razão e com miolos que funcionam pode julgar num tribunal uma pessoa morta, perder o seu tempo insultando um morto ou alegrando-se sobre uma pessoa morta. Regressando ao assunto que interessa aqui, achei meu dever como uma pessoa de origem moçambicana agora em diáspora,   informar aos moçambicanos, que tem o direito de ouvir uma história que lhes foi sempre ocultada ou que a Frelimo do historiador super mentiroso, Sérgio Vieira, nunca contou.
 
Coronel Sérgio Vieira 
 
Esta é a história do Felipe Magaia, o primeiro comandante das operações da guerrilha da Frelimo. A razão do silêncio sobre ele deve-se ao facto que depois da sua morte traiçoeira, os dirigentes da Frelimo decidiram que não se falasse mais de Magaia. E ai de indivíduos que foram ouvidos falar do Magaia. Um, ou aliás o único, dos sobreviventes dum grupo de 10 guerrilheiros que foram ouvidos a falar do Magaia numa tenda no campo de treinos de Nachingwea, contou-me, com lágrimas nos olhos, como é que os seus nove colegas foram executados com facas nos pescoços, o primitivismo mais rudimentar da Frelimo. Um deles refutava a versão da Frelimo de que Magia tivesse sido abatido em combate com as tropas portuguesas. Pela tarde do mesmo dia, o grupo foi informado por Samora Machel que tinha uma missão especial a cumprir aquela tarde. Transportados em Land-Rovers para o Rovuma, foram feitos atravessar o rio de noite depois de serem amarrados com cordas. Na mata, a meros metros do Rovuma no lado de Moçambique, começou a chacina física. A historia é pois muito longa e limitei me aqui meramente em dar os poucos detalhes contados pelo excapulidor, um individuo do sul que não queria nada ouvir do Mondlane e os lideres da Frelimo. Regressando para traz, eu, o autor, tomei conhecimento da morte de Felipe Magaia em Outubro de 1966 do jornal português, "Noticias da Beira", cujas cópias recebíamos no Seminário de Zobue, Tete, tendo também recebido o jornal quando se chamava "O Diário de Moçambique." E eu lia todas as edições quando chegavam e muito poucos o faziam com a mesma religiosidade como eu. Uma das edições do jornal dizia, que "Felipe Magaia, comandante dos terroristas da Frelimo, foi abatido em Tanzânia num tiroteio entre grupos rivais dos terroristas." Viajando no Malawi para a Tanzânia em Dezembro de 1967, li num boletim da Frelimo, o seguinte e cito a frase,"o camarada Samuel Filipe Magaia tombou num encontro com as tropas portuguesas." Mais tarde um estudante de nome Valentim Elambire disse-me em Dar Es Salaam em 1968 que Magaia não tinha morrido em combate, mas sim tinha sido abatido por um guerrilheiro da Frelimo. O indivíduo falou mais do assunto, sublinhando que Magaia e Machel nunca se davam visto que Magaia considerava Machel como cobarde e medroso. Como aconteceu com o facto do dito Segundo Congresso ter sido dispersado por aviões militares portugueses de que toda a gente falava na Tanzânia dado que alguns dos guerrilheiros que lá estiveram revelaram o segredo, o caso da morte de Magaia era do conhecimento publico no seio dos moçambicanos na Tanzânia, embora um comunicado da Frelimo que o autor leu tivesse falado do tal congresso como tendo sido um grande sucesso pelas eleições que tiveram lugar e que confirmaram o Mondlane no seu cardo, Uria Simango no seu e todos os outros nos seus lugares e pelas resoluções tomadas. O que é historicamente verdade é que a Frelimo nunca diz a verdade quando esta não serve os seus interesses. Sim, Filipe Magaia foi abatido na madrugada do dia 16 de Outubro de 1966 no Niassa quando depois de ter atravessado um riacho com um grupo que comandava para atacar uma posição portuguesa. Magia erguia uma lâmpada na mão para permitir que os seus companheiros atravessassem o riacho quando tiros tilintaram. Por volta de três tiros. Os guerrilheiros aplacaram pensando que tivessem caído numa emboscada portuguesa. O atirador deitou a sua arma depois dos tiros que disparou. Vendo Magaia no chão, os seus colegas acorreram a ele e tentaram ajuda-lo e o homem começou a sangrar copiosamente, visto que uma das balas ou as balas o tinham atingido na barriga. Uma inspecção descobriu que todos tinham as suas armas, excepto Lourenço Matola. Depois de apanhada a arma cujo cano ainda estava quente, os guerrilheiros amarram o Matola e uma decisão de executá-lo no lugar foi tomada, mas uns sugeriram que o Matola devia ser entregue ao governo tanzaniano para que este averiguasse o caso. Depois de entregue o Matola aos Tanzanianos, morre Magaia em Songea onde foi enterrado e durante o enterro Mondlane nomeou Samora Machel para substituir Magaia em vez de nomear Casal Ribeiro que era o vice-comandante da guerrilha. Daí começou a sulisação da liderança da Frelimo. Machel atingiu dois objectivos com um único tiro: suceder Magaia e também tomar a Josina Mutemba, a namorada do Magaia como sua amante que veio a casar por força.
 
 
Samora Machel Josina Muthemba Machel
 
Nas mãos dos tanzanianos, Lourenço Matola é colocado na prisão subterrânea de máxima segurança de Mnazi Moja (significando um coqueiro em Suwahili, embora o lugar que o autor conhece esteja cheio de coqueiros). Os Tanzanianos mantiveram Matola na prisão por cinco anos sem julgamento e as investigações que eles fizeram sobre o caso Magaia nunca foram publicadas. Depois de 5 anos, o Matola é liberto e a Frelimo que lhe tinha prometido uma bolsa de estudos em Moscovo depois de matar Magaia não precisou mais dele, como sempre acontece com as pessoas que são utilizadas para cometer assassínios políticos ou a Frelimo já não precisava dele visto que a sua presença na Frelimo podia causar problemas a Samora Machel. Repentinamente, Matola aparece em Nairobi, Quénia, para se tornar refugiado da Frelimo como tantos outros moçambicanos, incluindo o autor, que se tinham refugiado para lá. Em Nairobi, Matola admitiu que matou Magaia a pedido de Eduardo Mondlane, Samora Machel, Joaquim Chissano e outros na Frelimo. Mas talvez por causa do crime ou em virtude das torturas na prisão tanzaniana, Matola já não regulava bem. Na prisão adquiriu uma careca artificial que se tornou permanente. Em 1989, o infeliz Matola morre em Nairobi depois de ser atropelado por um carro que não parou depois de atropela-lo. Assim morreu, enlouquecido, um dos ícones de traição e da criminalidade, abandonado e não amado por ninguém.
 
Francisco Nota Moisés
 
(Artigo publicado com a permissão de "Moçambique para Todos" Macua.blogs.com)
Ovar, 21 de Janeiro 2010
Álvaro Teixeira (GE)
 

Publicado por gruposespeciais às 13:03
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