Sexta-feira, 8 de Abril de 2016

Biografia de Zeca Caliate (ex - Comandante da Frelimo)

    

Zeca Caliate.JPG

   Zeca Caliate Maguaia, nascido a 5 de Janeiro de 1948, natural de Milange, Província da Zambézia.

             Militante da Frente de Libertação de Moçambique Frelimo, desde Setembro de 1963 e no ano seguinte; Isto é, em 1964 juntei-me ao primeiro grupo de guerrilheiros treinados na Argélia e com eles, embora destreinado, iniciamos a luta armada na frente Zambeziana no dia 25 de Setembro de 1964, que acabou fracassada por falta de abastecimento de material bélico. Pois o Governo de Malawi, sob liderança de Dr. Hasting Kamuzu Banda, nunca aceitou a passagem de material no seu território para uma luta contra Portugal.

         Todavia em Novembro do mesmo ano fomos todos evacuados para Tanganica, onde eu mais alguns ex-camaradas que ainda não estávamos treinados militarmente, fomos enviados para o Campo de preparação física e ideológica da Frelimo sito na vila de Bagamoyo, ali permanecemos durante três meses e por fim fomos enviados novamente para o primeiro Campo de Treinos militares em Kongwa, Província de Dodoma. Concluídos os treinos militares, meus ex-colegas foram enviados para a Província da Zambézia via Niassa; Infelizmente não chagaram ao destino, a companhia foi interceptada e destroçada em Micanhela pelo exército Português muitos morreram e alguns que escaparam, atravessaram a fronteira de Moçambique para o Malawi, ali foram feitos prisioneiros em Zomba, onde estiveram encarcerados durante alguns meses depois foram soltos e enviados para o Tanganica. Eu depois de concluir o treino militar, fui destacado a chefiar um pequeno grupo de Segurança que foi enviado para Residência de Dr. Eduardo Mondlane em Oster Bay, Dar-es-Salam, onde permanecemos até em Março de 1966 salvo erro. De novo, regressamos para o Campo Militar de Kongwa, onde ficamos a aguardar às novas tarefas para cumprir.

           De referir que nessa altura, chefe máximo de Departamento da Defesa e Segurança da Frelimo, era Filipe Samuel Magaia. Enquanto Samora Machel, comandava o campo militar de Kongwa e servia de adjunto de Filipe Magaia e acabava de receber ordens da sua transferência para comandar o novo Campo militar de Nachingwea com Instrutores Chineses.

          

                


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Sábado, 26 de Março de 2016

Omar Ribeiro Thomaz fala das pessoas que foram levadas para os chamados campos de reeducação

 

Num processo difícil, de guerras entre brancos e negros, nativos e colonizadores, Moçambique conseguiu sua independência em 1975, mas o período de transição foi marcado pela instituição de medidas impopulares que deixaram cicatrizes em boa parte da população.

 

O historiador e antropólogo Omar Ribeiro Thomaz, da Universidade Estadual de Campinas, voltou recentemente de uma de suas viagens a Inhambane, uma província de Moçambique, onde tem acompanhado um grupo de pessoas que foram levadas pela Frelimo – Frente de Libertação de Moçambique, a partir de 1975 - para trabalhar em campos que abrigavam pessoas tidas como desocupadas, inúteis, indesejadas, pelo governo e que, então, deveriam ser reeducadas, a partir do trabalho braçal no campo. Esse projecto, denominado Operação Produção, foi uma das medidas adoptadas. Nesta entrevista, Thomaz dá uma ideia do contexto histórico em que essas acções acontecem e fala um pouco sobre o destino das pessoas que passaram pela Operação Produção.

 

ComCiência - Em seu trabalho o senhor trata dos deportados no período pós-colonial em Moçambique, pessoas que eram levadas dos centros urbanos para os campos de reeducação criados logo após a independência. O que o senhor tem descoberto pelas narrativas dessas pessoas? A actuação da Frelimo marca realmente uma ruptura entre o período colonial e o pós-colonial?

Omar Ribeiro Thomaz – A primeira coisa a dizer é que trabalho com a ideia de deportado, mas as pessoas que passaram por essa experiência se dizem raptadas. Em alguns contextos elas de fato foram sequestradas pela Frelimo ou pela Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) durante a guerra civil. Eu uso o termo deportação, que não é o termo que o Estado da Frelimo usava, para me referir às pessoas que eram enviadas para os campos, fossem os de reeducação ou os de trabalho. E uso o termo raptados para aqueles que foram sequestrados durante a guerra civil, por parte da Renamo, que era o movimento que se opunha ao governo da Frelimo, e que compunha a maior parte do seu exército com jovens que pegavam nas ruas, sem consultar os pais e sem nenhum processo formal. Isso era um rapto, um sequestro. As pessoas que eu entrevistei diziam: “fomos raptadas”. Elas faziam uso do mesmo termo que se usa para falar das pessoas que foram raptadas efectivamente pelos exércitos, quer da Renamo, quer da Frelimo, que muitas vezes usava do mesmo expediente.

 

ComCiência – Em que contexto surgiram os campos de reeducação?

Omar Ribeiro Thomaz – O contexto é o da guerra de independência de 1964 a 1974. Em abril de 1974, a Revolução dos Cravos em Portugal acabou ditando uma certa disponibilidade dos portugueses para negociar com a Frelimo que, na prática, tinha também uma vitória militar, pois os movimentos de libertação africanos estavam ganhando as guerras em Moçambique, Guiné Bissau e Angola. A Frelimo já sinalizava a formação de um regime de natureza revolucionária, marxista-leninista, e mesmo sem clareza do que estava por vir, a maioria da população branca, criada na sociedade colonial fascista portuguesa – cerca de 200 mil pessoas, que moravam em Moçambique – não se mostrava disposta a viver uma revolução ou sob um regime de maioria negra, onde não pudessem manter privilégios. Nesse período, de muitos conflitos entre brancos e negros nas cidades, boa parte dessa população branca abandona o país rumo a Portugal. Alguns permaneceram, mas procuraram sabotar iniciativas do regime que se instalava. Outros eram apenas suspeitos de sabotagem. A esses, sendo portugueses, era aplicada uma punição: tinham 24 horas para abandonar o país e podiam levar 20 quilos de bagagem. Essa medida ficou conhecida como o 20-24 e aconteceu com uma certa frequência nos anos posteriores aos acordos entre a Frelimo e Portugal e após a independência, em junho de 1975. Logo após o estabelecimento dos acordos entre Portugal e a Frelimo – em 7 de setembro de 1974 – ocorreu o início de uma série de expedientes de ordem administrativa que vão dar origem ao que posteriormente vão se chamar de campos.

 

 


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Sexta-feira, 5 de Fevereiro de 2010

A OUTRA HISTÓRIA QUE A FRELIMO NÃO CONTA E QUE O POVO DEVE OUVIR

 

Por ser demasiado interessante e complementar o meu artigo anterior “3 de Fevereiro – Dia dos Heróis Moçambicanos, transcrevo o comentário de Francisco Nota Moisés acerca do referido artigo:
 
“Como em Moçambique não há, e nem pode haver, jornais electrónicos ou convencionais que possam publicar o que Álvaro Teixeira ou este autor pode escrever sobre a historia da Frelimo, ficamos gratos que o jornal electrónico, altamente livre, de "Moçambique para todos" nos conceda a liberdade de nos exprimirmos sem censura. Porque é que há tanta coincidência e similaridade entre aquilo que Teixeira e este autor dizem nas colunas deste jornal, enquanto, no entanto, Teixeira e este autor não se conhecem, e o autor acabou de conhecer o nome de Álvaro Teixeira nas colunas deste jornal e talvez Álvaro Teixeira também acabou de conhecer o nome do autor nestas colunas de Moçambique para todos?
É porque a verdadeira verdade não se pode ocultar enquanto que as mentiras se desfazem, por elas se assentarem em bases que são inerentemente frágeis e pelo facto de que os mentirosos podem se contradizerem tal como sob onde Mondlane morreu. Ensina a Frelimo que ele morreu no escritório da Frelimo, enquanto se sabe que ele morreu na casa da americana Betty King, que era amante do Mondlane, em Dar Es Salaam.
Quanto à morte da Josina, este autor sabia, também, da causa da morte da Josina Machel, a quem se atribui o título de heroína, simplesmente, porque foi a mulher de Machel e uma pessoa do sul. Alguém acabou de me dizer que a líder da liga feminina da Frelimo era Celina Simango e à Josina só se deu o título depois da queda de Urias Simango.
Se a Josina Muthemba, aliás Josina Machel, morreu no Muhimbili Hospital em Dar Es Salaam, onde o seu tio Samuel Sansão, o traidor que é um outro herói da Frelimo, onde estava internada, depois de ser envenenada por Samora Machel ou de se envenenar na sua tentativa de abortar uma gravidez, disse-se, que tinha com um outro homem e não com Samora Machel. O facto é que Josina nunca amou Samora Machel. Sempre esteve dedicada a Samuel Filipe Magaia.
Samora Machel, homem sem escrúpulos e de conhecidas tendências homossexuais, não teria hesitação em eliminar uma pessoa que lhe trouxesse problemas. Sabe-se que Samora Machel envolvia-se, em Nachingwea, em actividades homossexuais com três rapazes senas: Emílio António de Sousa, Caetano de Jesus Mbewa, que morreram há alguns anos atrás, o primeiro na Beira e o segundo na África do Sul. O terceiro rapaz é o bem conhecido Costa Magiga, que cooperou com a Frelimo para capturar o padre Mateus Pinho Gwengere, de Nairobi, Quénia, para Moçambique, onde foi executado.
E concordo plenamente com tudo o que Álvaro Teixeira diz, visto que  eu próprio já disse as mesmas coisas nestas colunas de “Moçambique para todos”.”
Francisco Nota Moisés
 
Ovar, 5 de Fevereiro de 2010
Álvaro Teixeira (GE)

 


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Quinta-feira, 21 de Janeiro de 2010

A HISTÓRIA DE SAMUEL FELIPE MAGAIA, PRIMEIRO COMANDANTE DA GUERRILHA DA FRELIMO, E DE LOURENÇO MATOLA, SEU ASSASSINO

 

Armando Emílio Guebuza

 
Antes que diga algo de importância sobre a história de Samuel Filipe Magaia, tenho que deplorar o facto de que um acto, como a investidura dum Presidente da República, acto augusto algures em países democráticos, tivesse sido aproveitado para insultar Uria Simango, primeiro vice-presidente da Frelimo, que foi morto pela própria Frelimo. Este acontecimento demonstrou dois aspectos deploráveis: o baixo nível das pessoas envolvidas e o baixo nível da inteligência do próprio Armando Emílio Guebuza que admitiu que tal coisa acontecesse. Se Guebuza tivesse a capacidade como deve ser, teria desencorajado que tal uma coisa acontecesse, visto que é sinal de mau gosto e de diabolismo bater numa pessoa morta, que não se pode defender como os ingleses dizem: "dead people tell no stories." Por esta mesma lógica das pessoas mortas não poderem falar, nenhuma pessoa no seu uso de razão e com miolos que funcionam pode julgar num tribunal uma pessoa morta, perder o seu tempo insultando um morto ou alegrando-se sobre uma pessoa morta. Regressando ao assunto que interessa aqui, achei meu dever como uma pessoa de origem moçambicana agora em diáspora,   informar aos moçambicanos, que tem o direito de ouvir uma história que lhes foi sempre ocultada ou que a Frelimo do historiador super mentiroso, Sérgio Vieira, nunca contou.
 
Coronel Sérgio Vieira 
 
Esta é a história do Felipe Magaia, o primeiro comandante das operações da guerrilha da Frelimo. A razão do silêncio sobre ele deve-se ao facto que depois da sua morte traiçoeira, os dirigentes da Frelimo decidiram que não se falasse mais de Magaia. E ai de indivíduos que foram ouvidos falar do Magaia. Um, ou aliás o único, dos sobreviventes dum grupo de 10 guerrilheiros que foram ouvidos a falar do Magaia numa tenda no campo de treinos de Nachingwea, contou-me, com lágrimas nos olhos, como é que os seus nove colegas foram executados com facas nos pescoços, o primitivismo mais rudimentar da Frelimo. Um deles refutava a versão da Frelimo de que Magia tivesse sido abatido em combate com as tropas portuguesas. Pela tarde do mesmo dia, o grupo foi informado por Samora Machel que tinha uma missão especial a cumprir aquela tarde. Transportados em Land-Rovers para o Rovuma, foram feitos atravessar o rio de noite depois de serem amarrados com cordas. Na mata, a meros metros do Rovuma no lado de Moçambique, começou a chacina física. A historia é pois muito longa e limitei me aqui meramente em dar os poucos detalhes contados pelo excapulidor, um individuo do sul que não queria nada ouvir do Mondlane e os lideres da Frelimo. Regressando para traz, eu, o autor, tomei conhecimento da morte de Felipe Magaia em Outubro de 1966 do jornal português, "Noticias da Beira", cujas cópias recebíamos no Seminário de Zobue, Tete, tendo também recebido o jornal quando se chamava "O Diário de Moçambique." E eu lia todas as edições quando chegavam e muito poucos o faziam com a mesma religiosidade como eu. Uma das edições do jornal dizia, que "Felipe Magaia, comandante dos terroristas da Frelimo, foi abatido em Tanzânia num tiroteio entre grupos rivais dos terroristas." Viajando no Malawi para a Tanzânia em Dezembro de 1967, li num boletim da Frelimo, o seguinte e cito a frase,"o camarada Samuel Filipe Magaia tombou num encontro com as tropas portuguesas." Mais tarde um estudante de nome Valentim Elambire disse-me em Dar Es Salaam em 1968 que Magaia não tinha morrido em combate, mas sim tinha sido abatido por um guerrilheiro da Frelimo. O indivíduo falou mais do assunto, sublinhando que Magaia e Machel nunca se davam visto que Magaia considerava Machel como cobarde e medroso. Como aconteceu com o facto do dito Segundo Congresso ter sido dispersado por aviões militares portugueses de que toda a gente falava na Tanzânia dado que alguns dos guerrilheiros que lá estiveram revelaram o segredo, o caso da morte de Magaia era do conhecimento publico no seio dos moçambicanos na Tanzânia, embora um comunicado da Frelimo que o autor leu tivesse falado do tal congresso como tendo sido um grande sucesso pelas eleições que tiveram lugar e que confirmaram o Mondlane no seu cardo, Uria Simango no seu e todos os outros nos seus lugares e pelas resoluções tomadas. O que é historicamente verdade é que a Frelimo nunca diz a verdade quando esta não serve os seus interesses. Sim, Filipe Magaia foi abatido na madrugada do dia 16 de Outubro de 1966 no Niassa quando depois de ter atravessado um riacho com um grupo que comandava para atacar uma posição portuguesa. Magia erguia uma lâmpada na mão para permitir que os seus companheiros atravessassem o riacho quando tiros tilintaram. Por volta de três tiros. Os guerrilheiros aplacaram pensando que tivessem caído numa emboscada portuguesa. O atirador deitou a sua arma depois dos tiros que disparou. Vendo Magaia no chão, os seus colegas acorreram a ele e tentaram ajuda-lo e o homem começou a sangrar copiosamente, visto que uma das balas ou as balas o tinham atingido na barriga. Uma inspecção descobriu que todos tinham as suas armas, excepto Lourenço Matola. Depois de apanhada a arma cujo cano ainda estava quente, os guerrilheiros amarram o Matola e uma decisão de executá-lo no lugar foi tomada, mas uns sugeriram que o Matola devia ser entregue ao governo tanzaniano para que este averiguasse o caso. Depois de entregue o Matola aos Tanzanianos, morre Magaia em Songea onde foi enterrado e durante o enterro Mondlane nomeou Samora Machel para substituir Magaia em vez de nomear Casal Ribeiro que era o vice-comandante da guerrilha. Daí começou a sulisação da liderança da Frelimo. Machel atingiu dois objectivos com um único tiro: suceder Magaia e também tomar a Josina Mutemba, a namorada do Magaia como sua amante que veio a casar por força.
 
 
Samora Machel Josina Muthemba Machel
 
Nas mãos dos tanzanianos, Lourenço Matola é colocado na prisão subterrânea de máxima segurança de Mnazi Moja (significando um coqueiro em Suwahili, embora o lugar que o autor conhece esteja cheio de coqueiros). Os Tanzanianos mantiveram Matola na prisão por cinco anos sem julgamento e as investigações que eles fizeram sobre o caso Magaia nunca foram publicadas. Depois de 5 anos, o Matola é liberto e a Frelimo que lhe tinha prometido uma bolsa de estudos em Moscovo depois de matar Magaia não precisou mais dele, como sempre acontece com as pessoas que são utilizadas para cometer assassínios políticos ou a Frelimo já não precisava dele visto que a sua presença na Frelimo podia causar problemas a Samora Machel. Repentinamente, Matola aparece em Nairobi, Quénia, para se tornar refugiado da Frelimo como tantos outros moçambicanos, incluindo o autor, que se tinham refugiado para lá. Em Nairobi, Matola admitiu que matou Magaia a pedido de Eduardo Mondlane, Samora Machel, Joaquim Chissano e outros na Frelimo. Mas talvez por causa do crime ou em virtude das torturas na prisão tanzaniana, Matola já não regulava bem. Na prisão adquiriu uma careca artificial que se tornou permanente. Em 1989, o infeliz Matola morre em Nairobi depois de ser atropelado por um carro que não parou depois de atropela-lo. Assim morreu, enlouquecido, um dos ícones de traição e da criminalidade, abandonado e não amado por ninguém.
 
Francisco Nota Moisés
 
(Artigo publicado com a permissão de "Moçambique para Todos" Macua.blogs.com)
Ovar, 21 de Janeiro 2010
Álvaro Teixeira (GE)
 

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Sábado, 2 de Maio de 2009

Descolonização de Moçambique - Parte 1

Hoje, resolvi escrever um pouco sobre o processo da “descolonização exemplar” de Moçambique.
A razão é muito simples: ouvi, poucos dias antes das comemorações dos 35 anos da Revolução Abril, o Dr. Mário Soares afirmar, numa conferência, que a nossa “descolonização” foi óptima. A tolerância tem limites, apesar da sua idade.
Vou socorrer-me de um parágrafo da Wikipédia, sobre o assunto, e que passo a citar:
“Polémica sobre a descolonização das ex-colónias portuguesas na África
Algumas pessoas, tanto em Portugal, como nas suas ex-colónias de África, consideram que o processo de descolonização foi mal conduzido.
Um dos argumentos é fato de não terem sido incluídos nos acordos que levaram à independência das colónias garantias sobre os direitos dos residentes que ali viviam e que viriam a escolher a nacionalidade portuguesa; esses críticos justificam o êxodo dos portugueses por essa razão.
No entanto, os problemas que viveram, a seguir às suas independências principalmente Angola e Moçambique, são, geralmente, atribuídos a questões internas de governação e não ao processo de descolonização.”
Cito, também, na íntegra, o parágrafo do Programa do MFA, relativamente ao problema colonial:
“8 – A política ultramarina do Governo Provisório, tendo em atenção que a sua definição competirá à Nação, orientar-se-á pelos seguintes princípios:
a)      Reconhecimento de que a solução das guerras no ultramar é política, e não militar;
b)      Criação de condições para um diálogo franco e aberto, a nível nacional, do problema ultramarino;
c)       Lançamento dos fundamentos de uma política ultramarina que conduza à paz.
Eu acrescento, não são só algumas pessoas que dizem que processo de descolonização foi mal conduzido, mas sim, a grande maioria dos portugueses.
Se o Dr. Mário Soares tivesse afirmado que tinha sido, naquelas circunstâncias, a forma possível, apesar de, mesmo assim, ser contestável, estaria mais próximo da realidade.
A minha opinião é que a “descolonização” foi feita desta forma devido à imposição dos comunistas, muito bem estruturados, e que tinham o poder de condicionar toda a actividade política, em Portugal, dada a falta de preparação política de todos os outros, nos quais incluo Mário Soares e Almeida Santos, que, com Melo Antunes e Otelo Saraiva de Carvalho, “negociaram” a independência de Moçambique, num acordo que foi, apenas, uma “capitulação” perante o Comunismo Internacional da época, representado pela antiga União Soviética e pela China.
Penso que o processo de descolonização chegou com um atraso de 15 a 20 anos, mas, também, acredito que os nossos governantes da altura, não se socorreram de todos os meios ao seu dispor, nomeadamente, o Conselho de Segurança da ONU, para que o processo tivesse um rumo diferente.
 
 
 
Estes “negociadores” não sabiam rigorosamente nada do que se passava no terreno e reconhecer a Frelimo, que só se representava a si (menos de 20 % da população moçambicana) como único interlocutor, foi um erro crasso e que contribuiu para uma longa guerra civil em Moçambique.
A própria liderança e o rumo seguido por Samora Machel começaram a ser contestados pela União Soviética, considerando que as suas práticas eram estalinistas e que já tinham sido banidas pela própria URSS.
O que se passou a seguir foi algo de terrível. A deslocação de populações, a prisão de pessoas que professavam religiões (Samora Machel era ateu), de opositores da Frelimo, mesmo antes de tomar o poder, as suas condenações à morte, em julgamentos fantoches em Nachingwea e as suas execuções em “campos de concentração” no Niassa, Cabo Delgado e Zambézia e cujos segredos continuam bem guardados pelos actuais dirigentes da Frelimo que estão no poder ou no caciquismo das cidades e aldeias.
Mas, como diz Carlyle, são os oportunistas de toda a espécie que se aproveitam das revoluções. Os autores dos crimes continuam, intocáveis, no poder e os “negociadores”, excepto o falecido Melo Antunes, vivem faustosamente sem que esta realidade os incomode; “a nossa descolonização foi óptima”, dizem eles.
A verdade é que foram criados outros países, mas que continuam como sendo dos mais pobres do mundo e não há CPLP que lhes valha. As independências vieram como a chuva no Inverno e só não foi concedida a independência à Madeira e aos Açores, porque ninguém se lembrou, na altura, de criar movimentos de libertação nestes dois arquipélagos. Recordo-me de um “slogan” anarca, nessa época, e que fez furor: “Independência para as Berlengas, já!” ou, então este:"Nem mais um faroleiro para as Berlengas".
  
 
Para todos ficarem com uma ideia sobre a personalidade do criminoso Samora Machel, leiam o que diz, acerca dele, o primeiro embaixador da União Soviética em Moçambique:
Samora Machel foi um verdadeiro ditador como Estaline em maus-tratos à população portuguesa
Embora essa vergonhosa atitude, própria de extremista complexado e repleto de ódio racial não seja novidade para o mundo, transcrevo porque penalizou injustamente vidas e o futuro de milhares de moçambicanos de todas as cores e origens e um País chamado Moçambique, que ainda hoje se ressente económica e socialmente dessa verdadeira, insana e irresponsável loucura.
Afinal quem não lembra, naquela época tremenda de 74/75, os aeroportos moçambicanos repletos de famílias luso-moçambicanas que, assustadas e ameaçadas a cada discurso demagogo e populista desse senhor, abandonavam todos os seus bens fruto de muito trabalho e suor e buscavam lugar e abrigo nos aviões de volta a Portugal?
- As revelações são de Piotr Evsiukov, primeiro embaixador soviético em Moçambique, em “Memórias sobre o trabalho em Moçambique”.
Maputo (Canal de Moçambique) - Diplomatas soviéticos que deram início às relações diplomáticas entre URSS e Moçambique criticam a política de Samora Machel face à população portuguesa branca, sublinhando que, nesta área, o Presidente moçambicano se comportou de forma semelhante ao ditador soviético, José Estaline.
De forma dura, como Estaline, Samora Machel tratou os portugueses que viviam em Moçambique. Muitos deles receberam com entusiasmo os combatentes pela independência quando entraram em Lourenço Marques e estavam prontos a cooperar de todas as formas com a FRELIMO”, escreve Piotr Evsiukov, primeiro embaixador soviético em Moçambique, em “Memórias sobre o trabalho em Moçambique”, a que a LUSA teve acesso. “Não obstante, também aqui se revelou o extremismo de Samora Machel. Ele apresentou condições tais de cidadania e residência aos portugueses em Moçambique que eles foram obrigados, na sua esmagadora maioria, a abandonar o país... Com a fuga dos portugueses, a economia de Moçambique entrou em declínio”.
Piotr Evsiukov recorda que Machel era um convicto admirador de José Estaline. “Samora Machel falou-me várias vezes do seu apego e respeito por José Estaline.”  
Consultem o artigo, na íntegra em:
http://foreverpemba.blogspot.com
E foi a terroristas deste calibre que Portugal entregou o destino de Moçambique e que o “frelimismo” conduziu ao lugar dos países mais pobres do mundo. 
 
Por último, quero incluir neste "post" o indivíduo que, abusando do poder que tinha na Frelimo e "conselheiro" do Samora Machel, condenou, em Nachingwea, os opositores da Frelimo, que vieram a ser executados em vários campos de concentração, nomeadamente, em Netelela (ex-Nova Viseu). 
Este indivíduo exerce funções de alto nível, em Moçambique, mandatado pelos governos de Samora, Chissano e Guebuza. 
Os seus crimes não merecem qualquer perdão dos moçambicanos e da Comunidade Internacional. Cometeu crimes contra a Humanidade.

Publicado por gruposespeciais às 23:21
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