Quinta-feira, 21 de Janeiro de 2010

A HISTÓRIA DE SAMUEL FELIPE MAGAIA, PRIMEIRO COMANDANTE DA GUERRILHA DA FRELIMO, E DE LOURENÇO MATOLA, SEU ASSASSINO

 

Armando Emílio Guebuza

 
Antes que diga algo de importância sobre a história de Samuel Filipe Magaia, tenho que deplorar o facto de que um acto, como a investidura dum Presidente da República, acto augusto algures em países democráticos, tivesse sido aproveitado para insultar Uria Simango, primeiro vice-presidente da Frelimo, que foi morto pela própria Frelimo. Este acontecimento demonstrou dois aspectos deploráveis: o baixo nível das pessoas envolvidas e o baixo nível da inteligência do próprio Armando Emílio Guebuza que admitiu que tal coisa acontecesse. Se Guebuza tivesse a capacidade como deve ser, teria desencorajado que tal uma coisa acontecesse, visto que é sinal de mau gosto e de diabolismo bater numa pessoa morta, que não se pode defender como os ingleses dizem: "dead people tell no stories." Por esta mesma lógica das pessoas mortas não poderem falar, nenhuma pessoa no seu uso de razão e com miolos que funcionam pode julgar num tribunal uma pessoa morta, perder o seu tempo insultando um morto ou alegrando-se sobre uma pessoa morta. Regressando ao assunto que interessa aqui, achei meu dever como uma pessoa de origem moçambicana agora em diáspora,   informar aos moçambicanos, que tem o direito de ouvir uma história que lhes foi sempre ocultada ou que a Frelimo do historiador super mentiroso, Sérgio Vieira, nunca contou.
 
Coronel Sérgio Vieira 
 
Esta é a história do Felipe Magaia, o primeiro comandante das operações da guerrilha da Frelimo. A razão do silêncio sobre ele deve-se ao facto que depois da sua morte traiçoeira, os dirigentes da Frelimo decidiram que não se falasse mais de Magaia. E ai de indivíduos que foram ouvidos falar do Magaia. Um, ou aliás o único, dos sobreviventes dum grupo de 10 guerrilheiros que foram ouvidos a falar do Magaia numa tenda no campo de treinos de Nachingwea, contou-me, com lágrimas nos olhos, como é que os seus nove colegas foram executados com facas nos pescoços, o primitivismo mais rudimentar da Frelimo. Um deles refutava a versão da Frelimo de que Magia tivesse sido abatido em combate com as tropas portuguesas. Pela tarde do mesmo dia, o grupo foi informado por Samora Machel que tinha uma missão especial a cumprir aquela tarde. Transportados em Land-Rovers para o Rovuma, foram feitos atravessar o rio de noite depois de serem amarrados com cordas. Na mata, a meros metros do Rovuma no lado de Moçambique, começou a chacina física. A historia é pois muito longa e limitei me aqui meramente em dar os poucos detalhes contados pelo excapulidor, um individuo do sul que não queria nada ouvir do Mondlane e os lideres da Frelimo. Regressando para traz, eu, o autor, tomei conhecimento da morte de Felipe Magaia em Outubro de 1966 do jornal português, "Noticias da Beira", cujas cópias recebíamos no Seminário de Zobue, Tete, tendo também recebido o jornal quando se chamava "O Diário de Moçambique." E eu lia todas as edições quando chegavam e muito poucos o faziam com a mesma religiosidade como eu. Uma das edições do jornal dizia, que "Felipe Magaia, comandante dos terroristas da Frelimo, foi abatido em Tanzânia num tiroteio entre grupos rivais dos terroristas." Viajando no Malawi para a Tanzânia em Dezembro de 1967, li num boletim da Frelimo, o seguinte e cito a frase,"o camarada Samuel Filipe Magaia tombou num encontro com as tropas portuguesas." Mais tarde um estudante de nome Valentim Elambire disse-me em Dar Es Salaam em 1968 que Magaia não tinha morrido em combate, mas sim tinha sido abatido por um guerrilheiro da Frelimo. O indivíduo falou mais do assunto, sublinhando que Magaia e Machel nunca se davam visto que Magaia considerava Machel como cobarde e medroso. Como aconteceu com o facto do dito Segundo Congresso ter sido dispersado por aviões militares portugueses de que toda a gente falava na Tanzânia dado que alguns dos guerrilheiros que lá estiveram revelaram o segredo, o caso da morte de Magaia era do conhecimento publico no seio dos moçambicanos na Tanzânia, embora um comunicado da Frelimo que o autor leu tivesse falado do tal congresso como tendo sido um grande sucesso pelas eleições que tiveram lugar e que confirmaram o Mondlane no seu cardo, Uria Simango no seu e todos os outros nos seus lugares e pelas resoluções tomadas. O que é historicamente verdade é que a Frelimo nunca diz a verdade quando esta não serve os seus interesses. Sim, Filipe Magaia foi abatido na madrugada do dia 16 de Outubro de 1966 no Niassa quando depois de ter atravessado um riacho com um grupo que comandava para atacar uma posição portuguesa. Magia erguia uma lâmpada na mão para permitir que os seus companheiros atravessassem o riacho quando tiros tilintaram. Por volta de três tiros. Os guerrilheiros aplacaram pensando que tivessem caído numa emboscada portuguesa. O atirador deitou a sua arma depois dos tiros que disparou. Vendo Magaia no chão, os seus colegas acorreram a ele e tentaram ajuda-lo e o homem começou a sangrar copiosamente, visto que uma das balas ou as balas o tinham atingido na barriga. Uma inspecção descobriu que todos tinham as suas armas, excepto Lourenço Matola. Depois de apanhada a arma cujo cano ainda estava quente, os guerrilheiros amarram o Matola e uma decisão de executá-lo no lugar foi tomada, mas uns sugeriram que o Matola devia ser entregue ao governo tanzaniano para que este averiguasse o caso. Depois de entregue o Matola aos Tanzanianos, morre Magaia em Songea onde foi enterrado e durante o enterro Mondlane nomeou Samora Machel para substituir Magaia em vez de nomear Casal Ribeiro que era o vice-comandante da guerrilha. Daí começou a sulisação da liderança da Frelimo. Machel atingiu dois objectivos com um único tiro: suceder Magaia e também tomar a Josina Mutemba, a namorada do Magaia como sua amante que veio a casar por força.
 
 
Samora Machel Josina Muthemba Machel
 
Nas mãos dos tanzanianos, Lourenço Matola é colocado na prisão subterrânea de máxima segurança de Mnazi Moja (significando um coqueiro em Suwahili, embora o lugar que o autor conhece esteja cheio de coqueiros). Os Tanzanianos mantiveram Matola na prisão por cinco anos sem julgamento e as investigações que eles fizeram sobre o caso Magaia nunca foram publicadas. Depois de 5 anos, o Matola é liberto e a Frelimo que lhe tinha prometido uma bolsa de estudos em Moscovo depois de matar Magaia não precisou mais dele, como sempre acontece com as pessoas que são utilizadas para cometer assassínios políticos ou a Frelimo já não precisava dele visto que a sua presença na Frelimo podia causar problemas a Samora Machel. Repentinamente, Matola aparece em Nairobi, Quénia, para se tornar refugiado da Frelimo como tantos outros moçambicanos, incluindo o autor, que se tinham refugiado para lá. Em Nairobi, Matola admitiu que matou Magaia a pedido de Eduardo Mondlane, Samora Machel, Joaquim Chissano e outros na Frelimo. Mas talvez por causa do crime ou em virtude das torturas na prisão tanzaniana, Matola já não regulava bem. Na prisão adquiriu uma careca artificial que se tornou permanente. Em 1989, o infeliz Matola morre em Nairobi depois de ser atropelado por um carro que não parou depois de atropela-lo. Assim morreu, enlouquecido, um dos ícones de traição e da criminalidade, abandonado e não amado por ninguém.
 
Francisco Nota Moisés
 
(Artigo publicado com a permissão de "Moçambique para Todos" Macua.blogs.com)
Ovar, 21 de Janeiro 2010
Álvaro Teixeira (GE)
 

Publicado por gruposespeciais às 13:03
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16 COMENTÁRIOS:
De Dri Viaro a 22 de Janeiro de 2010 às 16:30
Oi, passei pra conhecer o blog, e desejar boa tarde
bjsss

aguardo sua visita :)


De Anónimo a 6 de Fevereiro de 2016 às 14:23
Sr Francisco Moises mais uma vez a minha gratidao por o Sr ter a coragem de desmascarar estes individuos ,como ja lho tinha expressado anteriormente no "macua Blogs" Abraço ZACARIA


De natália paulo chatanga a 24 de Março de 2012 às 19:55
Este blog ns ajuda muito a aprender sobre as histórias de moz aconcelho a todos jovens de moz e do mundo inteiro a entrar nessa aventura de novas descobertas.


De Elben Jeremias a 23 de Maio de 2012 às 13:53
Chamo me Elben Jeremias estudante Universitario do curso de Historia na Universidade Pedagogica Sagrada Familia - Maxixe resolvi entrar neste blog porque quero saber a verdade da historia de Moz pk eu axo muit interessante a verdade concreta de moxambique e muits estudants d historia nao conhecem a realidade concreta da nossa historia e esta aula k tive agora foi boa pk ira me a ajudar a esplicar num dia k forem a me pergunta kem sao os Herois mocambicans e pk sao herois. obrigado continuem a publicar mas hist. de moz


De Elben Jeremias a 23 de Maio de 2012 às 13:58

Gostei de saber da Historia do Felipe Samuel Magaia ele e um dos poucos falados na historia de Moz. mas gostaria k os estudantes aderiam este blog pa entendr melhor kem foi filipe.


De José Gove a 28 de Agosto de 2012 às 09:21
A história acima descrita peca por ser tendenciosa. Escrita por um português que nunca sonhou que o moçambicano fosse independente. Que o diga Portugal que está mal porque já não tem os servos africanos nem onde saquear recursos para enriquecer a metrópole.


De Anónimo a 6 de Fevereiro de 2016 às 14:30
O SR,Francisco Moises é um ilustre Moçambicano obrigado a viver na diaspora para nao lhe acontecer o que aconteceu ao Filipe Magaia e a muitos outros ...nao tem nada de Portugal nesta historia ,nao invente sr jose gove.
ZACARIA


Os mocambicanos precisam desta historia, espero que o sapo continue assim, a historia nao oculta encotra-se aqui...


Os mocambicanos precisam desta historia, espero que o sapo continue assim, a historia nao oculta encotra-se aqui...


De Anônimo a 11 de Junho de 2013 às 18:35
Aqui está a prova já não resta dúvida sobre esta organização política e criminosa,vamos sempre continuar neste partido?ah não


De Pedro Viegas a 11 de Junho de 2013 às 18:43
Afinal a frelimo é um bando de criminosos,cntinuem a postar essa informação k é importante pra nós


De Anónimo a 23 de Março de 2014 às 12:07
Amigos eu sou da familia Matola tenho um parente k dezapareceu a muito tenpo na tal epoca do assassinato mas o nome dele e Agusto Rafael Matola nao sei se pa alem de de usalo obrigaram lhe a mudar de nome! Pedia a voces a bibliografia do assassino. A FRELIMO ESCONDE SEUS SEGREDOS MATANDO sao loucos


De celso a 4 de Julho de 2014 às 08:52
que cruelldade!! Nunca cheguei a pensar que eles fossem selvagens assim!...


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