Domingo, 2 de Junho de 2013

Uma visão histórica da Guerra Colonial

Jonathan Llewellyn

Espero que perdoem a um estrangeiro intrometer-se neste grupo, mas é preciso que alguém diga certas verdades.

 

A insurgência nos territórios ultramarinos portugueses não tinha nada a ver com movimentos nacionalistas. Primeiro, porque não havia (como ainda não há) uma nação angolana, uma nação moçambicana ou uma nação guineense, mas sim diversos povos dentro do mesmo território. E depois, porque os movimentos de guerrilha foram criados e financiados por outros países.

 

ANGOLA – A UPA, e depois a FNLA, de Holden Roberto foram criadas pelos americanos e financiadas (directamente) pela bem conhecida Fundação Ford e (indirectamente) pela CIA.

 

O MPLA era um movimento de inspiração soviética, sem implantação tribal, e financiado pela URSS. Agostinho Neto, que começou a ser trabalhado pelos americanos. só depois se virando para a URSS, tinha tais problemas de alcoolismo que já não era de confiança e acabou por morrer num pós-operatório. Foi substituído pelo José Eduardo dos Santos, treinado, financiado e educado pelos soviéticos.

 

A UNITA começou por ser financiada pela China, mas, como estava mais interessada em lutar contra o MPLA e a FNLA, acabou por ser tolerada e financiada pela África do Sul. Jonas Savimbi era um pragmático que chegou até a um acordo com os portugueses.

 

MOÇAMBIQUE - A Frelimo foi criada por conta da CIA. O controleiro do Eduardo Mondlane era a própria mulher, Janet, uma americana branca que casou com ele por determinação superior. Mondlane foi assassinado por não dar garantias de fiabilidade, e substituído pelo Samora Machel, que concordou em seguir uma linha marxista semelhante à da vizinha Tanzânia. Quando Portugal abandonou Moçambique, a Frelimo estava em ta estado que só conseguiu aguentar-se com conselheiros do bloco de leste e tropas tanzanianas.

 

GUINÉ –- O PAIGC formou-se à volta do Amílcar Cabral, um engenheiro agrónomo vagamente comunista que teve logo o apoio do bloco soviético. Era um movimento tão artificial que dependia de quadros maioritàriamente caboverdianos para se aguentar (e em Cabo Verde não houve guerrilha). Expandiu-se sobretudo devido ao apoio da vizinha Guiné-Konakry e do seu ditador Sékou Touré, cujo sonho era eventualmente absorver a Guiné portuguesa.

 

Em resumo, territórios portugueses foram atacados por forças de guerrilha treinadas, financiadas e armadas por países estrangeiros. Segundo o Direito Internacional, Portugal estava a conduzir uma guerra legítima. E ter combatido em três frentes simultâneas durante 13 anos, estando próximo da vitória em Angola e Moçambique e com a situação controlada na Guiné, é um feito que, militarmente falando, é único na História contemporânea.

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Então porque é que os portugueses parecem ter vergonha de se orgulharem do que conseguiram?

 

Publicado a 01 de Junho 2013 por Jonathan Llewellyn em "Publicações recentes de outras pessoas".

 

Ovar, 2 de Junho de 2013

Álvaro Teixeira (GE)


Publicado por gruposespeciais às 15:34
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11 COMENTÁRIOS:
De Evito Andrade a 2 de Junho de 2013 às 22:07
Gostaria que trouxesses argumentos consistentes que possa suportar o que disse. Se a frelimo surge por influencia da cia porque adoptou o sistema marxista leninista? Porque a frelimo trairia dos Eua optando pelos sistemas que estados estava contra?
Verdade é que os conflitos surgidos apos independencia nesses paises teve a influencia sim dos EUA que estavam preocupados em instalar no mundo um sistema que eles acreditavam que era o ideal, a democracia. E, hoje esse sistema é o que é.


De gruposespeciais a 3 de Junho de 2013 às 21:41
Um caro Evito,
É evidente que a Frelimo foi criada pela CIA. Não se esqueça que este movimento teve o apoio do Kenedy que preconizava a independência dos estados africanos, sob a égide dos EUA. Só que ele foi assassinado e os seus continuadores não conseguiram manter a influência sobre os movimentos de libertação, que passaram a ser dominados pela URSS. Quero dizer-lhe, ainda, que as independências ocorreram quando o presidente dos EUA era o Nixon que estava completamente fragilizado pelo escândalo Watergate e não conseguiu fazer face à influência da URSS. Penso que se não houvesse essa fragilidade por parte dos EUA, tanto Angola, como Moçambique alcançariam a independência, mas de uma forma democrática, com a manifestação democrática das populações, após um verdadeiro processo de descolonização e de autodeterminação.


De Eduardo Simões a 4 de Junho de 2013 às 03:55

Balhanos " Deus, que conversa da treta. se pesquisei bem o relator é um puto de 15 anos Australiano, não comento a matéria. Alguém disse que cultura, é tudo o que sabemos depois de esquecermos o que aprendemos, além disso toda a cultura, assente nos livros é uma coação. Eu só sei aquilo que vivi. Claro que para o ex ge Sr . Teixeira anti Frelimo convicto qualquer laracha que serva os seus intentos o satisfaz. Não tenho nada a favor ou contra a Frelimo, o que já não acontece com o grupo de malfeitores que desgoverna Portugal, é verdade legitimamente eleitos pelo povo etc..., povo que só pensa em futebol, Fátima e fado e no caso Frelimo. É estranho, tendo eu estado ao mesmo tempo nos mesmos locais, pelo menos referente ao Bárue , nunca tenha ouvido falar no Sr Teixeira e na sua "máquina de guerra". já o não me conhecer , é normal, fui um militar normal e continuo um civil normal sem complexos nem fantasmas. Conheci poucos GE , é verdade, as pessoas são reconhecidas pelos seus valores , nunca liguei ás suas qualificações, armas ou grupos a que pertenciam e se não reparei em si é porque o Sr estava fora da minha escala de valores, peço desculpa. Já conheci Alguns GEP , pela circunstância de os mesmos irem reabastecer o helicanhão a Nhampassa a SUL do Fúdeze onde eu tinha à minha guarda os bidons de Petróleo.


De Carlos Ribeiro a 4 de Junho de 2013 às 22:08
Simões, li a tua responta a alguns Post do Álvaro Teixeira, não daria muita importância aos relatos que faz como operacional do GE 914. Pergunta-lhe só, quantos meses esteve no Fúdze??? E mais não digo para evitar polémicas.... Só avanço uma para calar o assunto. o Grupo GE 914 estava subordinado ao Capitão Quintanova, Comandante da CART 3557, situada no Fúdze. Como é que em termos de comunicação passava por cima do Cap. Quintanova, as informações, e comunica diretamente para o Comando de Sector ao Coronel Baía dos Santos. BEM CHEGA!!!! Há por aí fotos minhas do GE 914 que enviei por mail ao Álvaro Teixeira e sobre as quais não me pediu autorização para as publicar. Agradeço que as retire.....


De gruposespeciais a 5 de Junho de 2013 às 00:14
Meu caro Carlos Ribeiro,
Pela sua resposta, penso que não tem a mínima ideia de como funcionava a estrutura dos GEs. É verdade que quem comandava a área de operações no Fúdze e nos destacamentos que pertenciam à companhia que comandava era ele, o capitão Quintanova, no entanto, quero dizer-lhe que, quando fui para o Fúdze dependia, operacionalmente do comando instalado em Vila Gouveia. Nenhuma operação foi feita, pelo menos nomeu tempo, cujas ordens não viessem de lá.
Quanto à dependência do Cap. Quintanova resumia-se, pura e simplesmente ao apoio logístico ao GE.
Se as condições mudaram, desconheço.
Quanto às fotos publicadas sem qualquer autorização da sua parte, gostaria de saber quais são, porque as retirarei.
Um abraço
Álvaro Teixeira


De Anónimo a 7 de Junho de 2014 às 14:41
G.E.???? Fez mais o grupo especial da cart 3557 que todos os G.E.s que estiveram no Fudze! Era só aparato.


De Eduardo Simões a 5 de Junho de 2013 às 02:11


Bom dia Carlos Ribeiro.
Obrigado por teres posto em ordem os pontos Cardiais, "azimutes".

O sr. Teixeira e sua máquina de guerra, após terem saído da escola do "marchal" jardim, estiveram escaços 3 mêses em teatro de guerra, e é este sr. o EXPPERT máximo nacional dos grupos especiais, Provávelmente esteve mais tempo de baixa, do que ao serviço no exercito. É pena o seu amigo Palma inácio já não poder validar essa amizade, é que nem para ter sido o "canário" o sr.Álvaro tinha idade.


De Aniceto Carvalho a 30 de Janeiro de 2015 às 13:42
Ah... Eram os GEP que iam reabastecer o helicanhão ? Não sabia. Dez anos de Guerra no Ultramar mecânico de helicópteros


De João Franco a 6 de Agosto de 2013 às 00:25
É de louvar o esforço empenhado no sentido de reabilitar a memória do soldado português, do oficial e até dos estrategas que tão brilhantemente conduziram o esforço de guerra naquelas condições.
Por outro lado, acredito que a utilização de argumentos que pretendem desqualificar a motivação ou a justiça dos movimentos de libertação das antigas colónias, não será o caminho mais feliz para atingir esse propósito. Até porque a contra argumentação surgirá por demais fácil: Basta olhar para a história de Portugal e facilmente encontraremos exemplos em que o apoio externo se revelou de importância extrema para a sobrevivência da nação. Diria até que em quase todos os episódios mais críticos da nossa história, o apoio de outras nações (financeiro, teórico e até em efectivos) constituiu a alavanca fundamental da nossa sobrevivência como nação independente. Devo lembrar inclusivamente que aquando da formação da independência também não existia uma ideia de nação...
Não querendo desvalorizar as palavras do autor, creio que a defesa do valor meritório dos nossos veteranos, deve ser feita com a ponderação e sobriedade que merecem, sem misturar demagogias e interpretações dúbias e tendenciosas de factos históricos.


De Katz a 8 de Novembro de 2013 às 03:32
existe uma certa inconsistência entre este post com relação aos outros publicados, só para citar:

Disse no outro post que a morte de Eduardo Mondlane fora orquestrada pela "tríplice" constituida por Samora Machel, Joaquim Chisano e Tomás Vieira, mas agora lê-se acima que a morte em questão foi sim mediatizada pela CIA por falta de garantias.

Bom, penso que a incoerência tua tira a mínima credibilidade que havia granjeado.


De gruposespeciais a 8 de Novembro de 2013 às 19:56
Caro Katz,
Acho que deveria ter reparado que o artigo do Post bão é meu.
Eu continuo a afirmar e, por provas que tenho, que o Dr. Eduardo Mondlane foi vítima da ala maoísta da Frelimo.
Quanto ao Post a que se refere é da responsabilidade do seu autor.
Um abraço e obrigado pela colaboração...


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