Domingo, 13 de Outubro de 2013

Carta Aberta aos Libertadores da Pátria (2)

 

Respondam-me a estas inquietações, sem rodeios!

Quando alguém assume um compromisso, sobretudo de natureza social, deve rigorosamente cumpri-lo sob pena de defraudar os anseios de quem dele espera lealdade. Um compromisso é um pacto social, com o grupo social que se pretende servir.

 

Quando comecei a escrever estas linhas mostrando as minhas inquietações, eu tinha a plena consciência de que a capacidade de análise não é propriedade somente minha, mas sim um direito inalienável de pensar de todos e liberdade constitucional de cada um colocar publicamente as suas ideias.

 

Os meus parabéns a todos aqueles que não comungam comigo o mesmo pensamento, mas aceitam debater ideias e não têm o preconceito de que são ideias de colonialismo em todas as suas dimensões e premissas, nacionalismo, patriotismo, regionalismo, capitalismo, imperialismo, corrupção, esclavagismo e racismo, entre outros, ismos que foram combatidos com vista a trazer a construção de uma sociedade equilibrada diferente da que hoje observo: – Um fosso abismal entre novos ricos e os mesmos pobres de ontem.

 

E a pergunta que paira em mim é: foi este o sentido de orientação da luta de libertação? Se temos companheiros que tombaram porque tinham ideias de enriquecimento ilícito donde vem esta ideia e, porque é que hoje independentes não nos esforçamos no sentido de se enriquecer honestamente e não a custa do erário público e com comissões de delapidação dos recursos públicos que são de todos?

 

Setembro passado, iniciei a mostra das minhas inquietações que, afinal são de uma maioria significativa dos cidadãos que, diariamente nas barracas, nos “chapas”, nos mercados em convívios, nos falecimentos não falam de mais nada senão indignarem-se com a pergunta ( kasi a huma kwini ye lwe wa nuna a hi disaka a khay khay, a djula yini lepswi a ganyiki), afinal quem é este homem que nos faz comer o pão que o diabo amassou, o que pretende se já está rico?

 

Senhoras e senhores libertadores da pátria, quando vos pergunto não é porque todos vós estais na lista dos corruptos ou sejam insensíveis é pelo facto do vosso silêncio que aos olhos de todos significa ou medo de quê, não sei, ou aceitação do que se está a passar no pais, ora senão vejamos:

 

Tal como afirmei anteriormente, o cidadão Joaquim Chissano deixou a Presidência deste país, tendo aceitado transformar a governação do partido único em multipartidarismo, celebrado o acordo geral de paz que devolveu a tranquilidade, irmandade e paz aos moçambicanos.

 

Entre outras coisas, iniciou a reconstrução do país devastado pela guerra, permitiu a realização de eleições mais ou menos pacíficas e trouxe a liberdade de expressão e de associação e, quando chegou a vez de lhe tirarem saíu e, soubemos anos luz quem o iria suceder.

 

Sim, houve problemas na governação de Chissano mas não atingiu tamanha dimensão como estamos hoje, por exemplo, com o Presidente Guebuza.

 

Este, quando iniciou a sua governação começou por ridicularizar o seu antecessor e todos os que com ele governaram de possuírem o espírito do “deixa andar”, mas nenhum de vós se insurgiu, incluindo o próprio Chissano. De quê tinham medo?

 

Iniciou com o culto de personalidade, mas nenhum de vós se insurgiu, lembrando que na Frelimo os dirigentes são os primeiros no trabalho e últimos nos benefícios.

 

Quando iniciou com celebração dos seus negócios de uma forma galopante, pegando tudo o que é negócio para si e para a sua filha ninguém se insurgiu de dentro da Frelimo senão os médias a denunciarem e a espera do vosso pronunciamento já que na Frelimo houve pessoas que foram executadas e expulsas porque entendiam de negócios. Será que foram eliminadas para outros entrarem na concorrência?

 

Então porque nos mentiram dizendo que eram reaccionários?

 

Quando iniciou a campanha contra a democracia permitindo que jovens incendiassem, perseguissem e espancassem quem não é do partido Frelimo, nenhum de vós se insurgiu, dizendo que a Frelimo é um partido dos moçambicanos. Um partido pacífico, aglutinador e de paz que lutou para que todos nós possamos viver em paz e harmonia. Aplaudiram ou se entristeceram no íntimo, quando isto aconteceu?

 

E, quando começou a perseguição de todos os que são a favor de Chissano ou mesmo da sua forma de trabalho, o que fizeram? Perguntem ao Frangoulis como se sente com a sua família e quem dele hoje se aproxima? Perguntem ainda ao Manhenje e outros, só para dar alguns exemplos, mas na verdade são muitas as pessoas que nos relatam as suas peripécias de medo e terror e nenhum de vós influentes se indignou e se insurgiu. Será que anuíram? Uma nota estou a ler um livro interessante de Dalila Cabrita e é tão interessante que no triste e doloroso julgamento que Samora fez aos ex-presos políticos dois grandes homens se posicionaram contra o fuzilamento daqueles em particular ao Matias Mboa marido da falecida Ivete a quem considero Herói vivo e são Joaquim Alberto Chissano e Mariano Matsinhe o que mostra que as suas idias eram contrarias as de todos e hoje que medo teem? Já nessa altura dizia-se que não se queria imperialistas e exploradores ou entendem que só é explorador quando se tem outra cor se olharmos a dimensão de choros dos trabalhadores das mpresas de segurança onde quem são os donos? A exploração dos trabalhadores da track e quem são os donos? A exploração dos automobilistas que pagam as portagens e espatifam carros pelas más condições da N4 só e só em Moçambique que vergonha. Os trabalhadores da Mozal Vales e outros e que ate o racismo de senfreado e todos gritam de igualdade qual igualdade racismo com nosso governo é pior que racismo de colono porque o colono é passageiro.

 

Apesar de eu ter colocado na lista dos questionados, sinto pena quando o Jorge Rebelo é tratado como está sendo tratado, esquecendo-se que ele contribuiu muito para se fazer esta pátria, mesmo com erros mas está limpo de dignidade. Quem de vós terá tanta dignidade como ele, para lhe tratarem assim com desprezo? Pensem no que estão a semear, porque quem semeia ventos colhe tempestades.

 

Quando sob o vosso olhar impávido e serenos olham para as populações serem despojadas das suas terras pelas empresas onde Guebuza e seus filhos são sócios, o que dizem? Porque eu, como Mabota, apareço e digo não, e defendo sem capacidade o fim do sistema corrupto da nossa justiça. Olhem que quando Chissano deixou o poder os cidadãos confiavam mais no Presidente da República, ONGs e igrejas do que em outras instituições.

 

Hoje só confiam em ONGs e midias que são entulhados pela propaganda malévola e triunfalista do regime. Senhoras e senhores libertadores, hoje já não se ensina a ler, escrever e interpretar. Cada palavra de qualquer pessoa, até do papa, é alvo de uma análise profunda e de críticas. É, por isso, que tudo o que fazem é alvo de reparos. Se ontem poderíamos dizer a quase tudo sim, senhor, hoje não, porque qualquer passo deve ter o porquê e para quê.

 

Quando Guebuza começa a chamar para si todos os feitos, então a sociedade chama para ele todos os males. Como é que os dirigentes dele cá fora dizem uma coisa e lá dentro ou calam ou lhe ajudam a entrar na fossa e ninguém diz nada?

 

Como é que cada frase que tira ou ideia que lança é mal recebida. Quando diz vamos plantar Jatropha, todo o cidadão, pergunta para quê? O que é isso? Vai queimar a terra. Quando fala de revolução Verde, que revolução? Geração da viragem, virar para onde? Já o Padre Couto, quando Reitor da UEM questionava isso. Trata os seus críticos de Apóstolos da desgraça, quantos? se Cristo só tinha 12…, afinal com quem dialoga?

 

Em estados normais existem homens grandes de barba branca e cabelos brancos cuja função é estudar e aconselhar o poder e não um grupo de amigos que comem com o chefe de estado. Lembrem-se que os que lhe aconselham a esse tipo de governação vão cair com ele como caiu o Mobuto , que até era o mais rico de África e, nem sequer teve dignidade de ser enterrado no seu solo pátrio. Sorte idêntca teve Idi Amin Dada que até comia carne de gente (canibalismo) para mostrar o seu poder e valentia mas morreu como um desgraçado fora do seu solo pátrio. Já muito recentemente, temos o exemplo do General Kadafi que possuía pistola de ouro e morreu por onde passam fezes. Quem nao se lembra ainda hoje de Sadam Hussein que possuía 100 carros e casa cheia de ouro e morreu como um macaco no mato e a barba cheia de piolhos. Este poderoso homem forte do Iraque era tão temido como um Hitler que no seu tempo tinha, Joseph Goebbls, como seu ministro de propaganda, o qual fazia propaganda falsa de como este era querido, mas teve de se suicidar como um ladrão desesperado. Tal foi o fim trágico do homem que o mundo temia.

 

Sabem, senhoras e senhores libertadores, aprendam de Mandela que lhe retardam a morte pela sua humildade. Ele espera que o digam, Mandela querido, e não apregoa por aí a ninguém que eu sofri na cadeia, por isso, deixem-me ter tudo o que não tive. Certamente, como qualquer outro ser humano, ele, sim, passará da terra mas na mente de gerações não passará jamais. Será como Cristo e Maomé que são filhos de Deus e jamais passarão da boca dos seres vivos a bendizerem-lhes.

 

O mundo de hoje está no mesmo quintal mas em quartos separados, nada se perpetuará de acordo com o que cada um de nós quer. Isto quer dizer que, temos de fazer algo em prol da comunidade para que seja ela a louvar os nossos feitos e não nos esgrimir em elogios pessoais, ou culto de personalidade para mostrar o que fizemos, as obras devem falar por si.

 

Sempre com a promessa de um dia voltar, termino questionando como é que o pais é dirigido por este homem que tanto sofrimento causa ao povo? Vamos analisar friamente esta questão para me dizerem se tenho ou não razões de me inquietar! Voltarei na III.

 

Maria Alice Mabota

 

Nota. Ao respeitado Adelino Buque, devo dizer que tem razão de sobra sobre o que viu na internet sobre o cidadão Armando Emílio Guebuza. O meu interesse não é o local e a data do seu nascimento. Quero, é, saber que antecedentes sobre apetência e ostentação de riqueza tinha este homem durante a luta de libertação nacional. A informação que temos é que a Frelimo era contra a apropriação da riqueza nacional nas mãos de poucos e hoje o seu dirigente máximo faz o contrário. Nas suas mãos e de sua família está acumulada ilicitamente grande parte da riqueza de Moçambique. Que eu saiba, Adelino Buque, que me responde, não é combatente da luta de libertação, mas não é por isso que devo limitar a sua opinião. Todos temos o nosso contributo a dar, mas esta carta é especificamente dirigida aos prestigiados libertadores da pátria moçambicana do jugo colonial português que ontem combatiam isso. Sobre este acalorado debate, que já está a começar, é momento para recordar o falecido jornalista, Carlos Cardoso, quando dizia “no oficio da verdade é proibido pôr algemas nas palavras”.

 

 

13 de Outubro 2013

Alice Mabota


Publicado por gruposespeciais às 20:05
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Quinta-feira, 10 de Outubro de 2013

Carta Aberta aos Libertadores da Pátria (1)

Por: Maria Alice Mabota

 

Sr. Director!

 

Peço à V. Excia para que aceite o meu pedido de publicação desta carta no jornal que sabiamente dirige.

 

Não sou jovem, pertenço à geração dos da luta armada. Não fui à luta armada porque nem todos deveríamos lá ir e nem tive condições para o efeito.

 

Naturalmente, compreendi as razões da luta armada de libertação em 1970 e, a partir daí apoiei e acreditei no que a falecida Ivete Mboa, na altura, me dizia.

 

Entre muitas coisas, ela vincava que lutar para libertar a terra e os homens do jugo colonial português era uma acção justa, pois o sistema vigente era uma coisa dolorosa e detestável. Ela comparava o colonialismo a alguém que sofria de falta de tudo e que viesse à sua casa pedir para ser acolhido e depois se tornar dono(a) da casa.

 

Chegou o 25 de Abril de 1974 e, o grupo Massinga, Taurino Migano, Sumbana, Muthemba e outros juntaram alguns jovens, na altura, para chamá-los à consciência sobre a luta de libertação e, que o futuro ainda era incerto, havendo assim a necessidade de se avançar para várias frentes.

 

A mim, Ana Maria , Guilhermina, Calisto e Milagre Mazuze coube-nos o trabalho de mobilização na zona sul e, infelizmente, a caminho de Chibuto tivemos um grande acidente donde saí sem uma única lesão, mas os meus colegas ficaram feridos. Porém, antes trabalhei na organização das mulheres para a causa da luta pela formação da nova sociedade, por isso, fui da OMM.

 

Acreditei e li em livros, dizendo que a Frelimo era um movimento de massas, um movimento anti-colonialista, anti-capitalista, anti-racista, anti-regionalista, anti-corrupção de tal sorte que ter amante, na altura, era visto como uma pessoa corrupta. Nunca na época se vislumbrava a dimensão da actual corrupção, daí o facto de ter aderido à revolução encabeçada pela Frelimo com maior vigor por acreditar nos seus ideais.

 

A avidez por dinheiro era impensável; quanto a mim, o dinheiro, esse sim, era necessário para a satisfação das necessidades básicas, mas tudo o que era ambição exagerada era combatido. Talvez o básico mesmo era suficiente, pois com 5.50 (cinco escudos e cinquenta centavos) dava para um litro de gasolina normal para o meu Volkswagen 1200 que eu tinha e dei boleia a muitos que chegaram da luta de libertação e que, na altura, nem sabiam comer com faca e garfo na mesa.

 

Anos depois, apesar da sobrevivência com repolho, farinha amarela e peixe sem cabeça que nunca cheguei a saber que peixe era, vivíamos moralmente felizes e, é por isso que aceitávamos ir à machamba do povo, limpar as estradas, ir à colheita do arroz no Chókwè com Jorge Tembe,na altura, Director do Complexo Agro-Industrial do Limpopo, ex- colonato do Limpopo.

 

Mas, deixo para os historiadores o relato das várias etapas por que passou este país e vamos agora à minha indignação dirigida às senhoras e aos senhores libertadores da pátria amada:

 

DEOLINDA GUEZIMANE,

GRAÇA MACHEL,

MARINA PACHINUAPA,

MONICA CHITUPILA,

MARCELINO DOS SANTOS,

JORGE REBELO,

JOAQUIM CHISSANO,

MARIANO MATSINHE,

ALBERTO CHIPANDE,

RAIMUNDO PACHINUAPA,

SERGIO VIEIRA,

JOAO AMÉRICO MPFUMO,

HAMA THAI,

ÓSCAR MONTEIRO,

PASCOAL MOCUMBI,

PADRE FILIPE COUTO

 

Vocês todos respondam-me, por favor, quem foi verdadeiramente o combatente Armando Emilio Guebuza?

 

Sabem porque? Samora deixou o país destruído pela guerra, mas tinha moral, ética, identidade e espírito de unidade nacional. Dizia que lutava pela unidade de todos mesmo que tivesse sido em teoria; ele procurava reflectir a moral do seu povo e ninguém imaginava que o actual presidente estava metido em negócios. Sabem, no meu tempo, filha de uma prostituta subia para o altar de véu e grinalda.

 

JOAQUIM CHISSANO saiu do poder e deixou os cidadãos com alguma moral e esperança. Que me lembre não deixou muita gente tão descontente como estão os cidadãos hoje, sem esperança, sem moral, sem dignidade onde cada um só pensa em roubar para ser rico. Nunca ouvi o povo tão revoltado e sem esperança como está agora.

Ora, vejamos:

 

A corrupção aumentou sem qualquer plano de acção para o seu combate;

A incompetência dos governantes acentuou-se mais e passamos a ver ministros que nem sequer sabem o que fazem, não conhecem a casa que governam, os problemas dos seus pelouros e não medem palavras quando se dirigem aos cidadãos; a criminalidade aumentou assustadoramente; a sinistralidade está ceifando vidas diariamente nas estradas; os incêndios jamais vistos ocorrem nesta governação; o branqueamento de capitais, o tráfico de órgãos humanos, drogas e armas fazem parte do sistema de uma forma impune.

 

Os raptos sucedem-se e atingem números que assustam. A comunidade asiática, apesar de ser composta por moçambicanos com igual direito de protecção, nada é feito para a acudir. No mínimo o estado deve esclarecer este fenómeno que, ultimamente, virou crime organizado com impacto social e económico bastante negativo.

As manifestações de vários segmentos sucedem-se, dia após dia, mas a Polícia de Intervenção Rápida é, de facto, veloz para descarregar sobre cidadãos no gozo dos seus direitos. Para não falar de perseguições consequentes desde o emprego até a casa. Vivemos, sim, momentos de terror e incerteza.

 

A greve do pessoal da saúde, por duas vezes, sem resposta e que continua silenciosa. Basta ir para qualquer posto de saúde ou hospital para ver como é que o povo sofre. A greve silenciosa na saúde tem efeitos mais nefastos do que a da rua.

 

Os médicos, enfermeiros, todo o pessoal da saúde e suas famílias continuam a sofrer, ameaças, despedimentos, transferências, descontos, processos disciplinares e humilhações. É para isto que lutaram e pensam que nos libertaram? Libertaram a terra, mas os homens continuam debaixo do sofrimento.

 

Os dois levantamentos populares aconteceram e marcaram os dois mandatos de Armando Guebuza em que as pessoas procuraram demonstrar a sua revolta ante a má governação. E o governo no lugar de transmitir mensagem de esperança, distanciou-se cada vez mais, matando inocentes.

 

Senhoras e Senhores libertadores acima citados e outros esclareçam-me:

 

Quem foi, afinal, Armando Guebuza, ontem, na luta de libertação que tantos anos convosco viveu e não o descobriram que é a pessoa com mais espírito de negócios pessoais, ambição e ganância desmedida. Porquê não descobriram que ele é que poderia virar o país para o abismo e não somente o Lázaro Nkavandame e Urias Simango que os textos parciais da Frelimo tanto nos deliciam?

 

Digam-me minhas senhoras e meus senhores foi para isto que lutaram e tomaram o poder para num minuto tornar a filha dele a mulher mais rica de Moçambique; não lutaram por uma sociedade equilibrada e de justiça social?

 

Eu acreditei no socialismo propalado pela Frelimo, não nisto que estou a ver e sentir porque é repugnante. Não tolero mais, confesso, publicamente.

 

Digam-me minhas senhoras e meus senhores porquê e de que medo têm de o enfrentar e lhe dizerem que esta não é a Frelimo que nós construímos em Junho de 1962? O que vos prende a ele ao ponto de engolir tudo isto? O povo está a sofrer e vocês são cúmplices do sofrimento do povo. A história julgará-vos-à por este silêncio do que pelos crimes que cometeram durante a luta armada de libertação. Porque durante a luta de Libertação todos estávamos convencidos que o colono é que era o nosso inimigo e todo aquele que a ele se aliasse ou tivesse suas atitudes era contra nós. E hoje, porquê o cidadão que já foi amado maltrata o seu povo; persegue-o. Traz exploradores piores que os colonos, pois não sabemos o que irão deixar quando saírem deste solo pátrio onde o colono nos deixou com a terra , os recursos naturais e casas onde hoje habitamos e, arrendamos por dólares sem termos construído.

 

Sabem, senhoras e senhores libertadores, esta indignação não é só minha é de muitos outros cidadãos e, se não saiem à rua têm medo da FIR que implantaram para maltratarem o povo que vocês lhe tiraram do colonialismo para pessoalmente maltratarem. Nas casas, nas ruas, nas festas e nos “chapas” toda, mas toda a gente só fala da má governação de Guebuza; escutem o jovem que canta a má governação dele, mesmo os que se encontram no poder dizem que o povo tem razão mas que fazer, temos filhos por sustentar e educar; dizem basta ver como ele exonera os seus quadros é humilhante nem parece que merecem dignidade. Eles bajulam, dizendo falem vocês, nós o que queremos é garantir o pão.

 

O Senhor Joaquim Alberto Chissano na última campanha nas instalações da EMOSE afirmou categoricamente que confia no Guebuza porque o que ele promete cumpre. Recorda-se? Então posso assumir que toda a trama que ele faz é do seu conhecimento e consentimento é assim que combinaram que quando libertarem a terra quem não foi à luta e as outras gerações vão passar mal. Vão nos fazer comer o pão que o diabo amassou e vocês outros senhoras e senhores? Recorda-se que eu, peremptoriamente, lhe afiancei que não iria votar em vós.

 

Significa isto que nós também deveremos ir à luta para nos libertarmos de vocês?

 

Porquê quando o saudoso Samora vos aconselhava a não lhe entregarem o poder o chamaram de louco ou alucinado? Desvendam-nos o porquê ele dizia isso .

Senhora Graça Machel:

 

Como consegues viver, conviver e fazer negócios com esta pessoa que o seu marido dizia abertamente o que representava para o povo? Que consciência pesa sobre si esposa que preserva o nome de uma pessoa que aos olhos do povo era são a conviver e fazer negócios com quem o seu marido não aceitaria fazer. Para Samora vale mais o povo do que o dinheiro e para si vale mais dinheiro do que o Povo. Me responda.

 

Sabem senhoras e senhores libertadores a escritora e poetiza Noémia de Sousa já dizia que a Africa é mítica.

 

Sabem porquê? Por causa dos seus mistérios em todas as suas dimensões . Kadafi domou o seu povo, era o mais rico que tinha até uma pistola de ouro os seus cidadãos até tinham casas,comida, enfim o básico, mas como morreu? Porque o povo não tinha liberdades que nasceram com eles os direitos fundamentais, pois a liberdade de pensamento, de manifestação e de reunião é extremamente fundamental para que o individuo viva em paz sem falar por dentro que um dia explode e a explosão, regra geral, mata.

 

O povo na sua maioria tem saudades de Mondlane que não o conheceu só vocês o conheceram e conheceram os seus feitos; o povo na sua maioria tem saudades de Samora e o povo na sua quase totalidade tem saudades de Joaquim Chissano e perguntam de que medo tem de levar o poder ao Guebuza para pararmos de sofrer. Quem mais terá saudades de Guebuza? A esperança dos cidadãos até crianças é que depressa chegue Novembro de 2014 para se ver livre de Guebuza e sua família.

 

Os críticos vão me crucificar por esta carta mas eu não vivo para os críticos com interesses, vivo com e para o povo que sofre. Só me vai sacrificar quem com Guebuza desfruta o sabor da libertação. Que o digam os madjermanes; os desmobilizados de Guerra; os antigos combatetes escorraçados das suas habitações; os sofridos médicos e enfermeiros; os expoliados das suas terras a favor da Vale, Pro-Savana, Petroleiros, Gaseiros, Chineses e Brasileiros exploradores, sem dó nem piedade.

 

Os militares entregues a guerras sem necessidades de novos confrontos, sim essa é herança do Chissano mas ele sabia gerir, não havia rixas. Quem sabem, ele tivesse, neste momento, resolvido tal como soube parar com a guerra dos 16 anos. Sim, ele era diplomata e com calma resolvia os problemas dos cidadãos em momento certo.

 

Hoje, o espírito do deixa andar virou “xipoko” de roubar os impostos dos cidadãos, “xipoko” do tráfico de drogas e armas , “xipoko” da alta criminalidade, “xipoko” da falsidade dos funcionários públicos. Diariamente só se vê nos jornais funcionários a roubarem dinheiro do povo para não falar dos barões que sacam os cofres do estado para se tornarem ricos de Moçambique a partir do nada.

 

Acredito que o povo pobre e os cidadãos ricos e honestos vão apoiar esta minha inquietação.

 

QUEM FOI, QUEM É, O QUE PRETENDE E ONDE QUER CHEGAR O CIDADÃO ARMANDO EMILIO GUEBUZA? Respondam-me senhores libertadores da terra e, vamos friamente analisar a sua governação. Caso seja possível ele interiorizar e corrigir a sua forma de actuação, gostaria de lhe ver a sair do poder pela porta da frente e deixar saudades neste um ano que lhe falta.

 

Desde a Constituiçao de 1990 até a de 2004 que gozo da liberdade de expressão e de pensamento e, é por isso que escrevo e continuarei a escrever como uma cidadã deste país e não em representação de nenhum grupo ou agenda.

 

Esperando continuar com vida após esta indignação, despeço-me com a promessa de voltar.

 

10 de Outubro de 2013

Maria Alice Mabota


Publicado por gruposespeciais às 16:07
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Quarta-feira, 12 de Dezembro de 2012

NÃO PODEMOS VER O VENTO (cap. 06) - Fim

 

 

 

Mariana recorda o blogue, recorda as fotos do jovem militar, recorda os relatos pormenorizados das missões, recorda a linguagem e a simbologia, e tenta entender.

 

Álvaro, escreve ela. A mim parece-me evidente que o Álvaro tem um grande orgulho em ter sido GE. Quer falar-me nisso?

 

Era o que a psicóloga menos esperava, mas Álvaro demorou quinze dias a responder-lhe. Mariana chegou a telefonar--lhe, a perguntar se estava tudo bem, e ele foi, como sempre, extremamente simpático — mas insistiu que a questão do orgulho era muito delicada, e que precisava de tempo para pensar. Quando, finalmente, deu sinais de vida, não podia ter sido mais lacónico.

Quanto à questão que me colocou sobre o meu orgulho em ter servido o nosso Exército, tenho a dizer que não sinto orgulho nenhum nisso, a não ser no facto de ter recebido 63 negros, em que a maioria não falava português, falavam o seu dialeto ou o inglês, e conseguir, em cinco meses, que falassem o português: esse feito, para mim, constituiu um grande motivo de orgulho. Sabe, no meu Grupo havia cerca de meia dúzia de instruendos que tinham estado em missões católicas e que falavam bem a língua portuguesa; e foi através deles que consegui fazer-me compreender. No fim da instrução tinha toda a gente a entender o português, e a maioria a falá-lo fluentemente.

 

 

 


Publicado por gruposespeciais às 14:13
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Domingo, 9 de Dezembro de 2012

NÃO PODEMOS VER O VENTO (cap. 06) - Parte 2

 

 

Volta a teclar. 

Muito obrigado por tudo, Álvaro. Agora, veja lá se pode ajudar-me noutra coisa: há imensa gente que nunca ouviu falar nos GEs. Há homens da sua idade que estiveram na tropa em Moçambique e não sabem, mesmo, o que foram os GEs. Já ouvi várias versões diferentes sobre as razões de ser deste secretismo. Qual é a sua? Bem, responde daí a pouco o GE bloguista. Vamos lá ver. Se calhar, a minha versão vai desiludi-la; mas eu, de facto, não tenho assim uma visão muito emocionante da guerra. Os GEs eram pequenas forças de intervenção constituídas por militares nativos oriundos das zonas onde, após a instrução, iriam atuar. Só começaram a existir em 1970 e eram muito reduzidos, daí o facto de muita gente desconhecer a sua existência. Para dar um exemplo, na província do Niassa, que é a maior de Moçambique, penso que não existiam mais de três Grupos Especiais; o que, para a quantidade de aquartelamentos existentes na província, era uma gota de água. Daí a razão de muita gente, se calhar a maioria dos portugueses, nunca ter ouvido falar dos GEs. Álvaro, insiste Mariana, sempre à procura da brecha. Sabe o que é que me faz impressão? As vezes, raramente, encontro pessoas que ouviram falar dos GEs.

 


Publicado por gruposespeciais às 19:01
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Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2012

AFINAL MOÇAMBIQUE DEIXOU DE FAZER PARTE DE PORTUGAL EM 7/09/1974 (Conclusão)

Para quem leu atentamente este Acordo, poderá chegar às seguintes conclusões:

 

1 – Portugal deu cobertura e o apoio logístico para as maiores barbaridades cometidas pela Frelimo, para conquistar um poder que não tinha implantação no terreno nem nas cidades do País;

2 – A perseguição encetada pela Frelimo aos seus opositores foi apoiada pelo MFA, que, por sua vez prendeu militares portugueses que, sem qualquer culpa, se viram envolvidos em lutas entre fações rivais da sociedade moçambicana (Ex. Capitão Luís Fernandes);

3 – Os aviões das FAP serviram para o transporte para os famigerados  “Campos de Reeducação” de todo o tipo de pessoas que não serviriam para os seus interesses;

4 – Os militares portugueses colaboraram na prisão de patriotas moçambicanos que, embora lutassem politicamente pela independência de Moçambique, não se reviam no projeto da Frelimo;

 

 

5 – À Frelimo foi concedido todo o poder para aprisionar os seus opositores políticos e transportá-los para Nashingwea (Tanzânia), onde foram julgados sem qualquer hipótese de defesa em simulacros de tribunais, obrigados a confessarem crimes que nunca cometeram e queimados vivos em valas comuns, depois de terem passado os tratamentos mais atrozes no Campo de Concentração de Metelela (Niassa);

 

 


Publicado por gruposespeciais às 20:43
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Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010

A EXTREMA POBREZA EM MOÇAMBIQUE

 

De acordo com os dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) existem, neste momento, 11,7 milhões de moçambicanos a viverem em situação de pobreza extrema.

Considera-se pobreza extrema todos os que vivem com menos de 18 meticais por dia ( um dólar vale cerca de 45 meticais), o suficiente para assegurar as calorias necessárias para manter a subsistência humana.

A situação de pobreza extrema tem vindo a agravar-se desde 2002, como reconhece o próprio governo da Frelimo, apesar das muitas injecções de capitais que têm sido efectuadas pelos países doadores e o próprio FMI.

 

 

As causas são diversas que vão desde o Gabinete do Planeamento do Zambeze que caminha para derrocada próxima e toda a agricultura desmantelada pelo regime do Samora Machel e, até agora, não recuperada e, por último todo o tecido produtivo que está em plena decadência.

A acrescer a esta situação, verifica-se o tráfico de droga, tendo-se o país tornado na segunda placa giratória no continente africano que, de acordo com o Wikileaks, tem, como principais beneficiários, o actual presidente da República e o seu antecessor, Armando Guebuza e Joaquim Chissano, respectivamente.

Com a degradação rápida da situação económica e as condições de vida das populações a diminuírem drasticamente, só há uma solução que é a de mudar de política.

A Frelimo, em 36 anos de poder, não resolveu nada, pelo contrário, agravou, já não é solução. A via eleitoral, neste momento, não parece ser a mais apropriada, dada a viciação sistemática do sistema eleitoral conduzida pela Frelimo.

A solução passará por uma revolta pacífica de todo o povo que não poderá ser conduzida pelos partidos instalados no poder que, como se está a verificar, não conduzem a coisa nenhuma, só servem para perpetuar a Frelimo no poder.

 

 

Os grandes beneficiários do narco-tráfico em Moçambique

Joaquim Chissano e Armando Guebuza

 

Daqui o meu apelo a todos os moçambicanos que se unam e consigam criar um movimento que altere toda esta situação, porque, senão será a pobreza completa para todos, excepto para aqueles que, ainda, conseguem viver das migalhas do poder ou roer um ossos debaixo das mesas dos abastados.

Força Moçambicanos, o futuro está nas vossas mãos.

 

Ovar, 16 de Dezembro de 2010

Álvaro Teixeira (GE)


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Segunda-feira, 29 de Março de 2010

OPERAÇÃO OLIVENÇA 2010

 

CONVITE

 

 

 

 

Amigos e camaradas, dando continuidade aos nossos encontros, vai realizar-se, em Ovar, o Convívio, “Operação Olivença 2010” a 26 de Junho 2010, com bons acessos, como o A1, A29, A17 e EN109.

 

Temos pela primeira vez o nosso grupo reforçado com a presença dos nossos “Velhinhos”, porque “checa é pior que turra”.

 

Serve o presente meio, para ajudar na divulgação deste convívio e uma comparência em massa, com seus uniformes de combate, armas bem afinadas, o álbum de recordações para, em amena cavaqueira, saborear a ração de combate que ali será servida.

 

A Ração de Combate será servida no Restaurante SNADO, na Marina do Carregal, em OVAR.

 

É tão fácil chegar, difícil é partir!

 

Que ninguém falte, com seus familiares e amigos.

 

E não te esqueças, recordar é viver.

 

SE SER DO MUNDO REI, SE DE TAL GENTE

 

 

As marcações deverão ser feitas para:

 

Álvaro Teixeira Oliveira 960491057  -  256597260

correio electrónico a.teixeira.o@sapo.pt 

 

 

José Martins Graça 965800674  -  236551270

correio electrónico jm.graca@sapo.pt 

 

             

Ovar 29-03-2010

Álvaro Teixeira de Oliveira (GE)

 

 

Nota: Pedimos a confirmação das presenças até 15/06/2010


Publicado por gruposespeciais às 13:56
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