Depois de no artigo anterior ter abordado o facto de dois “anormais”, Mariano Matsinhe e Alberto Chipande se considerarem, como membros da Frelimo, donos do destino de um Povo que, após 35 anos do fim da Luta de Libertação, ainda não conhece o que são os verdadeiros valores da Democracia, da Justiça Social, da Liberdade e do direito à procura da sua própria Felicidade, irei procurar, hoje tecer algumas considerações sobre este verdadeiro drama que assola a sociedade moçambicana:
1 – Os quadros que, ainda hoje, dominam o cenário político moçambicano são oriundos da Luta Armada e, na sua grande maioria têm um nível de escolaridade muito baixo (o Guebuza e Dhlakama possuem, apenas, o 9º ano de escolaridade e ambos são líderes dos respectivos partidose tenentes-generais!!!). Há outros dirigentes que foram instruídos em Escolas de Missões que abandonaram antes de concluírem o ensino secundário, a fim de se juntarem à Frelimo. Todos estes dirigentes, por falta de instrução de base foram permeáveis às doutrinas marxistas-leninistas e, num período posterior, o maoísmo. Estas teorias que nada tinham a ver com os valores, acima enunciados, foram as que aprenderam alguns quadros da Frelimo e que as vieram a implementar, logo após Abril de 1974, em Moçambique, com as centenas de milhares de crimes cometidos e com a destruição de toda a economia do País. Estes efeitos foram e continuam tão nefastos que, dos 20 milhões de moçambicanos, 16 milhões vivem em condições de pobreza extrema e, destes 16 milhões, 70% são constituídos por mulheres;
O sofrimento da Mulher Moçambicana (Um atentado à democracia, à liberdade e ao direito de ser feliz)
2 – A oposição dos “velhos” e incultos à renovação tenderá a agravar, ainda mais, a situação, uma vez que os Países Doadores não tolerarão mais devaneios anti-democráticos como os que se estão a verificar neste processo eleitoral e tendo já a Suécia e a Finlândia com a suspensão das doações e, neste momento, tanto a Comunidade Europeia como os EUA, estão a repensar as suas posições. Ora, se chegarmos a uma situação desse género, penso que os tais “velhos e incultos tentarão ensaiar uma fuga para a frente com consequências desastrosas que poderão levar Moçambique a um “País Falhado”, no contexto internacional;
3 – Por último, é importante referir que Moçambique não possui riquezas naturais que não possam ser encontradas noutros países, tanto em qualidade como em quantidade, por isso, esses incultos que governam o País devem convencer-se que Moçambique não possui uma posição geoestratégica de grande importância nem a sua posição económica é importante para o Mundo Global. E é neste contexto que deve ser encarada a grande percentagem dos moçambicanos que vivem em pobreza extrema (16 milhões = 80%) e cuja situação se agravará, substancialmente, em caso de diminuição das Doações.
As saídas para esta situação, serão analisadas no próximo Artigo.
Ovar, 17 de Outubro de 2009
Álvaro Teixeira (GE)