Hoje, por curiosidade, fui à Wikipédia, a fim consultar algumas biografias e a minha curiosidade levou-me às biografias de Eduardo Mondlane, Filipe Magaia e Josina Machel. Verifiquei que as circunstâncias da suas mortes coincidem, em quase tudo, com as versões da Frelimo e que em nada correspondem à realidade.
As informações que possuo e que têm sido objecto de Posts no meu Blog são-me fornecidas por fontes fidedignas e provenientes de figuras da Frelimo que, como é óbvio, não querem ser identificadas.
Quanto às mortes dos dirigentes da Frelimo a que acima me refiro, tenho a esclarecer o seguinte:
EDUARDO MONDLANE
Assassinado em 1969, na residencial de Betty King, sua amante, em Oyster Bay pela ala marxista-leninista-maoista, liderada pelo Samora Machel, que, depois de assumir o comando da guerrilha da Frelimo, pretendia o seu poder total, apoiado, entre outros, por Joaquim Chissano e Armando Guebuza o que, de facto, veio a acontecer no II Congresso da Frelimo.
Eduardo Mondlane foi vítimas das purgas realizadas pelos maoistas da Frelimo que vieram a dominar este movimento.
A Frelimo, para ilibar qualquer membro da facção maoísta, acusou a polícia política portuguesa (PIDE) pelo atentado. As autoridades tanzanianas fizeram inquéritos, mas que não levaram a qualquer conclusão. A facção do Samora Machel saiu ilibada do assunto e assumiu o poder na Frelimo depois da morte de Mondlane.
FILIPE MAGAIA
Assassinado em 1966 numa emboscada preparada pelo Samora Machel, para lhe retirar o comando da guerrilha, tomar o seu lugar e ficar com a sua namorada Josina Mutemba. Esta operação teve o beneplácito do Eduardo Mondlane, que nomeou o Samora comandante da guerrilha, tendo este vindo a casar com a Josina Mutemba, que passou a ser conhecida como Josina Machel.
Também este assassinato foi atribuído aos portugueses que teriam preparado a emboscada. Na realidade ela foi feita por elementos da Frelimo que foram fuzilados após a operação que foi conduzida pelo Lourenço Matola, chefe de guerrilha da Frelimo, que acabou por ser , também, liquidado.
JOSINA MACHEL
Assassinada no hospital de Dar es Salam para onde tinha sido enviada, depois de constatada a sua segunda gravidez. Morreu envenenada, por ordem do Samora Machel em 1971.
A Wikipedia diz que ela terá sido assassinada por estar grávida de Filipe Magaia o que não é possível, dado que este tinha sido assassinado em 1966.
No ano de 1969, apresentou-se na Frelimo, Graça Simbine por quem o Samora Machel se apaixonou e aqui estará a razão do assassinato da Josina Machel e a Graça Simbine (Machel) assumiu as funções de chefia do Departamento Feminino da Frelimo.
Claro que isto não é mera coincidência, porque o Samora Machel viu na Graça Simbine (Machel) qualidades que o ainda reforçariam mais como líder da Frelimo.
Espero que estes esclarecimentos tenham sido úteis para que estuda e escreve a história de Moçambique.
Nota: Este artigo foi enviado para a Wikipédia, para a reposição da verdade.
Para consulta, poderão ver o meu post sobre alguns assassinatos da Frelimo em:
http://gruposespeciais.blogs.sapo.pt/11216.html
Ovar, 11 de Março de 2013
Álvaro Teixeira (GE)
HEROÍNAS MOÇAMBICANAS
Hoje comemora-se o Dia Internacional da Mulher e sobre este assunto, coloquei alguns posts no Facebook, que foram apagados, mesmo depois de terem sido comentados. Ignoro como isso é possível, mas poderá ser obra de algum hacker frelimista que tem preparação informática para o fazer. Não vejo outra razão.
Neste dia gostaria de lembrar duas Mulheres que lutaram pela Liberdade e pela Democracia no seu país, Moçambique, mas que, ambas, foram vítimas das maiores sevícias por parte da FRELIMO, no Campo de Extermínio de Metelela, Niassa, norte de Moçambique, onde estiveram, como prisioneiras, após os pseudo-julgamentos efectuados em Nshingwea (Tanzânia) presididos pelo Samora Machel, Marcelino dos Santos e Sérgio Vieira.
Refiro-me à Drª. Joana Simeão e à Prof. Celina Simango. A primeira era professora liceal na cidade de Lourenço Marques e a segunda era esposa de Uria Simango e mãe do presidente do MDM (Movimento Democrático de Moçambique) Engº. Daviz Simango e do deputado do MDM, Lutero Simango.
Quanto às condições do assassínio destas duas Mulheres, sabe-se que a Drª. Joana Simeão foi colocada numa vala, com lenha seca, regada com combustível e queimada viva. Quanto à Prof. Celina Simango, terá sido fuzilada no ano de 1980, também, em Metelela.
FOTOS:
Antes da Frelimo no poder
Drª. Joana Simeão (Comício em Lourenço Marques, 1974)
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| Família Simango (Cairo em 1973) |
Depois da Frelimo no poder
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Drª. Joana Simeão, prisioneira em Metelela | Prof. Celina Simango, prisioneira em Nashingwea |
Ovar, 8 de Março de 2013
Álvaro Teixeira (GE)
Como já é do conhecimento de todos, a morte de Filipe Magaia foi planeada e mandada executar pelo Samora Machel, por dois motivos essenciais, o primeiro de ambição do poder, a fim de ser nomeado pelo Eduardo Mondlane chefe do dispositivo militar e de segurança da Frelimo e o segundo, ficar com a viúva de Filipe Magaia, Josina Muthemba, mais tarde, Josina Machel.
De acordo com vários historiadores, cuja credibilidade nunca foi posta em causa, este foi o primeiro passo dado pelo Samora Machel para a tomada, a prazo, do poder na Frelimo e é, neste fase, que entra a facção marxista-leninista e maoísta desta organização. Havia necessidade de eliminar todos aqueles que se opunham à tomada do poder por esta facção liderada pelo Samora Machel e que tinha, na sua retaguarda, homens como Joaquim Chissano, Marcelino dos Santos, Alberto Chipande, Mariano Matsinhe, Armando Guebuza, Castiano Zumbiri, Sérgio Vieira, Sebastião Mabote, Jacinto Veloso e tantos outros.
Josina Muthemba Machel
O plano ensaiado por esta facção começa com a eliminação do comandante da DSD, Filipe Magaia e acaba com a eliminação do próprio Eduardo Mondlane que tinha dado cobertura a todas a acções empreendidas pela facção liderada pelo Samora Machel, pelo que Eduardo Mondlane veio a ser vítima da sua complacência com a ambição do Samora Machel.
Devo recordar que o Samora Machel, em termos de formação, nunca passou de ajudante de enfermagem e que a sua a sua instrução não passou dos campos de treinos de guerrilha, na Argélia, e, posteriormente, da instrução política e guerrilheira na China maoísta.
Samora Machel (Libertador ou Assassino?)
O assassinato de Filipe Magaia já foi descrito num artigo deste Blog, mas, no entanto, há necessidade de escrever algo mais acerca deste assunto e dar a conhecer a todos mais alguns dos assassinos envolvidos nesta morte que deixou de ser misteriosa. O tiro que, na emboscada, atingiu Filipe Magaia foi disparado pelo seu camarada Lourenço Matola e entre os elementos envolvidos na operação, encontrava-se um tal Lino Ibrahimo que, com a colaboração dos elementos envolvidos no assassinato, transportaram o moribundo Filipe Magaia para a fronteira de Moçambique com a Tanzânia. O Lourenço Matola foi entregue aos militares tanzanianos e desapareceu. Todos os outros foram levados para o campo de Nachingwea, onde, alguns foram fuzilados, de imediato, e outros enviados para bases no interior de Moçambique, onde tiveram a mesma sorte. O tal Lino Ibrahimo foi enviado para a base Beira, em Cabo Delgado, onde foi abatido pelo actual general João Facitele Pelembe, comandante da base, quando procurava abrigo de um ataque aéreo efectuado por aviões T6 das FAP (Força Aérea Portuguesa).
Graça Machel ( e esta senhora não tem nada a dizer?). Afinal, foi esposa de um criminoso.
Samora Machel procurou, por todos os meios, eliminar todas as testemunhas deste acto criminoso, tal como veio a suceder com o assassinato do Eduardo Mondlane com a conivência do presidente tanzaniano, Julius Nyerere.
LISTA DE ELEMENTOS ELIMINADOS PELA FRELIMO
1.º Padre Timóteo Uria Simango – Vice-Presidente da FRELIMO - Queimado vivo em Metelela (Niassa)
2.º Padre Mateus Gwengere - Idem
3.º Filipe Samuel Magaia – Departamento de Segurança e Defesa (DSD)
4.º Casal Ribeiro – Vice-Chefe do DSD
5.º Francisco Manhangá - Envenenado no Hospital Muhimbiri (Secretário da Defesa P. Tete)
6.º Lazaro Kavandame – Secretário da Defesa - Cabo Delgado
7.º Alberto Mutumula - 1º Comissário Politico - Zambézia
8.º António Silva – 1º Comandante e Defesa P. Zambézia e Niassa
9.º António Mpindula – Adjunto Comandante e Defesa P. Zambézia
10.º António Jahova – 1º Comandante e Defesa – Mutarara, Tete
11.º Alberto Sande – Chefe do 1º Campo de Treino Kongwa - Tanzânia
12.º Luís Arrancatudo – Instrutor Campo Bagamoyo - Tanzânia
13.º José Alves -1º Secretário Provincial - Zambézia
14.º Alexandre Magno – 2º Secretário Provincial - Zambézia
15.º Alves Couviua - Combatente
16.º Luís Njanji – Comandante - Tete
17.º Armando Malata – Responsável de Material Bélico - Tete
18.º António Machado – Comandante (natural da Zambézia)
19.º António Mazuze – Comandante em Marupa – Niassa (Natural de Gaza)
20.º Frackson Banda – Comandante Destacamento Tete
21.º Manuel Mumba – Comissário Politico (Natural Tete)
22.º Lino Ibrahimo – Comandante FRELIMO fuzilado em Cabo Delgado
23.º José Mandindi – Comissário Politico (Natural Niassa)
24.º José Rivas – Comandante Base Furancungo - Tete
25.º Dr. Cambeue – Um dos Dirigentes da COREMO (Natural de Murumbala – Zambézia)
26.º Basílio Banda – Líder MONIPAMO e opositor da FRELIMO (Natural do Niassa)
27.º Dr.ª Joana Simeão – Vice-Presidente da GUMO. Queimada viva em Metelela
28.º José Nicodêmo – Dissidente da FRELIMO (Natural da Zambézia)
29.º Félix Mendes - Combatente da FRELIMO (Natural de Tete)
30.ºAntónio Ferrão – Comandante da FRELIMO (Natural de Tete)
31.º Francisco Cúfa – Um dos Lideres da FRELIMO (Natural da Zambézia)
32.º Augusto Nababele – Combatente (Natural da Zambézia)
33.º Josina Mutemba – Ex-namorada de Filipe Magaia, e posteriormente esposa do Samora, envenenada no hospital de Muhimbiri – Dar-es-Saalam. (Natural de Quelimane)
34.º Sara Tomás – (Natural de Tete)
35.º Silvério Nungo – Dirigente da FRELIMO, Fuzilado em CABO DELGADO (Natural de Manica e Sofala)
36.º Joaquim Matias – Comandante de Bagamoyo (Natural de Cabo Delgado)
37.º Fernando Napulula – Comandante de Cabo Delgado (Natural de Cabo Delgado)
38.º Raimundo Dalepa – Comandante (Natural de Cabo Delgado)
39.º Dunía Nkunda – Comandante (Natural de Cabo delgado)
40.º Carlos Nunes - Comandante (Natural da Zambézia)
41.º António Fabião - Combatente (Natural da Zambézia)
42.º António Quembo - Combatente (Natural de Tete)
43.º Francisco Mutamanga - Chefe das Operações de Manica e Sofala (Natural de Manica e Sofala)
44º Damião Piri – Comandante (Natural de Tete)
45º Paulo Gumane – Queimado vivo em Metelela
46º Pedro Mondlane - Idem
47º Celina Simango - Idem
48º Júlio Razão - Idem
Em memória de todos os que foram assassinados pela Frelimo
Tanzânia – Nachingueia – Janeiro 1975 – Apresentação dos ditos “reaccionários” depois de uma noite de tortura. Da esquerda para a direita: pintor João Craveirinha; estudante José Francisco, 1º Comdt. de mísseis Pedro Simango; Dr João Unhai (médico); Prof. Dr. Faustino Kambeu (Direito Internacional); professora Celina Muchanga Simango (esposa do Rev. Uria Simango).
Esta é uma pequena lista que inclui os nomes de alguns fundadores da FRELIMO, bem como dos seus comandantes e Combatentes. Existem muitos outros cujos nomes que irão ser divulgados ao longo dos tempos, mas, como disse, é uma pequena amostra dos crimes cometidos pela Frelimo, durante e após a luta armada.
(Excertos do livro a publicar por um ex-comandante de guerrilha da Frelimo)
Ovar, 25 de Outubro de 2009
Álvaro Teixeira (GE)