A MORTE DE EDUARDO MONDLANE
A MINHA OPINIÃO
Tenho consultado vária documentação sobre a forma como ocorreu o assassinado do Dr. Eduardo Mondlane e, após uma análise profunda, sobre este acontecimento, cheguei às seguintes conclusões:
Uria Simango e Eduardo Mondlane
Dar-es-Salam - 1963
1 – Ao contrário da versão que corria na época e na qual eu acreditava, não poderia ter sido a PIDE a cometer tal acto, uma vez que, da forma como tudo aconteceu, teria que haver a conivência da Ala Maoista da Frelimo com a própria PIDE. Esta ligação está fora de hipótese, dada a sua incongruência;
2 – Ter sido ordenada e organizada pelo Governo da Tanzânia é de todo inimaginável, dadas as boas relações de Mondlane com Nyerere e a Tanzânia disponibilizou todo o território para bases e centros de instrução da Frelimo e apoiava-os na logística;
3 – Intervenção da CIA, também, está fora de hipótese, uma vez que os lugares cimeiros da Frelimo estavam ocupados por pessoas com formação ocidental (Eduardo Mondlane licenciou-se em Sociologia nos EUA).
Análise da forma como ocorreu a explosão:
a) É do conhecimento público que Eduardo Mondlane tinha um escritório numa Residencial, com Restaurante, que era propriedade de uma sua amiga e ex-secretária, de nome Betty King, onde passava grande parte do seu tempo;
b) Nesse momento, cerca 09H30, só se encontravam na Estalagem duas pessoas: Eduardo Mondlane e o cozinheiro, quando a Estalagem tinha vários empregados;
c) O secretário de Mondlane era Joaquim Chissano, que acumulava com o cargo de director dos serviços de segurança da Frelimo;
d) Toda a correspondência era aberta pelo seu secretário, Joaquim Chissano, e entregue a Mondlane;
e) Porque é que, nesse dia, só estava um empregado da estalagem e o próprio Mondlane?
f) Porque é que, nesse dia, toda a correspondência foi entregue a Mondlane, sem passar pelo seu secretário?
g) Porque é que, depois do assassinato, só foram considerados como suspeitos do crime, os elementos menos radicais e com formação ocidentalizada que tiveram que fugir para outros países, devido aos riscos de morte a que estavam expostos.
h) O comandante operacional da Frelimo era, na altura, o Samora Machel que recebeu instrução militar na Argélia e formação política na China de Mao Tsé Tung e era coadjuvado por essa figura sinistra chamada Marcelino dos Santos, tendo, como mentor político uma outra figura sinistra que era o Sérgio Vieira.
Depois destas considerações e da prática da Frelimo, depois da independência, nomeadamente a construção de “aldeias comunais”, “campos de reeducação”, “campos de extermínio”, etc. práticas estas que eram cópias dos regimes maoistas da Albânia e da China, chego à conclusão que os autores do assassínio de Eduardo Mondlane foram os responsáveis que ocuparam os lugares cimeiros da Frelimo, a seguir ao assassinato, uma vez que os “moderados” se opunham à corrente Maoista encabeçada pelo Samora Machel e que integrava figuras sinistras, como Marcelino dos e Sérgio Vieira, etc. , tiveram que fugir, para não serem assassinados. Alguns deles, tais como Urias Simango (vice-presidente no tempo de Mondlane), Paulo Gumane, padre Gwengere e muitos outros vieram a ser executados no “campo de extermínio” de Metelela (ex-Nova Viseu), no Niassa.
Estes elementos conseguiram o poder dentro da Frelimo, ficando o Samora Machel com a Presidência, o Marcelino dos Santos com a vice-Presidência e, como ideólogo o Sérgio Vieira. Estava, assim, criada uma nova Frelimo, de orientação Maoista, que veio a assassinar centenas de milhares de moçambicanos nos primeiros anos pós-independência.
A China passou a apoiar, abertamente, a Frelimo, que passou a contar com guerrilheiros e atiradores especiais chineses nas suas fileiras.
Acho que, na minha modesta opinião, não são necessários mais inquéritos, porque esta será a verdade incontestável.
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Nota: Acabei de ver na RTP o 14º. Episódio da GUERRA COLONIAL, da responsabilidade de Joaquim Furtado e, logo no início, verifiquei que a minha opinião sobre o assassinato de Eduardo Mondlane foi, assim, reforçada.