ZECA CALIATE VOZ DA VERDADE,
QUEM É O GRAÇA CHONGO, PERTENCENTE AO GANGUE CLEPTOCRATA FRELIMISTA??
O actual chefe do Estado Maior General das Forças da Defesa e da Segurança de Moçambique (F.D.S.M) dá pelo nome de Graça Chongo, e eu Zeca Caliate Voz da Verdade, conheço-o pessoalmente desde o tempo em que viajei com ele no longíncuo ano de 1970, onde faziamos parte da comitiva que acompanhou Samora Moisés Machel numa das suas incursões á Província de Cabo Delgado. As informações que obtive durante a minha estada ali, sobre o Chongo, era de que se tratava de um bom guerrilheiro e bom combatente, e as mesmas informações indicavam que Graça Chongo foi um dos comandantes corajosos naquela frente de combate e comandou a principal base de artilharia denominada de ´´Gungunhana`` que estava instalada próximo de Mueda, e mais tarde tive a informação, que tinha acionado uma mina antipessoal quando efetuava um reconhecimento na companhia de outros guerrilheiros, a um aquartelamento de comandos das forças Portuguesas, na antiga plantação de algodão sita no planalto dos Macondes, no Sagal, na mesma Província de Cabo Delgado, pois o grupo por ele comandado, tentava lançar um ataque no referido quartel do Exército Colonial.
Não obstante, depois do ferimento foi evacuado pelos seus camaradas para o Tanganyika, onde posteriormente, e como era natural do Sul, foi prontamente socorrido e enviado de imediato, para a antiga República Democrática Alemã ou seja, a Alemanha de Leste, tendo recebido os cuidados de saúde que necessitava, inclusivé foi obrigado a pôr uma perna postiça. Quando melhorou, regressou a Dar-és-Salaam, e foi recebido calorosamente como um herói da luta pela Independência Nacional pelos Cleptocrátas ganânciosos Frelimistas do Sul do Save.
Mais tarde regressou á Europa, onde foi tirando cursos de carácter militar nalguns Países pertencentes ao bloco de leste ou seja ao bloco de Países Comunistas pretencentes á antiga União Soviética. Mais uma vez regressou áquela cidade do Mualimo (professor) Júlios Nyerere. Como consta, durante a sua permanência em Dar-és-salaam, foi-lhe descoberta outra doença de carácter psicológico, provavelmente foi por ele desenvolvido, durante a luta armada. Em Dar-és-salaam, continuou com os tratamentos para a saúde e a receber os apoios da Frelimo, na qual, a mesma, dava aos incapacitados de guerra considerados especiais e aos naturais do Sul, é o caso de Armando Panguene, que também se encontrava nas mesmas condições e teve o mesmo apoio da organização.
Depois do 25 de Abril de 1974 em Portugal, que pôs termo à luta armada em Moçambique, e que culminou com a entrega da Independência a Moçambique em 1975, O Graça Chongo, Armando Panguene e outros, constaram na lista de deficientes de guerra, e que a Frelimo pôs de lado como inúteis de Estado e que de modo nenhum poderiam exercer funções de elevado relevo nas decisões da Nação, por terem supostamente problemas do foro psicológico, e como tal, estariam incapacitados de dirigir certos ramos vitais, como por exemplo, o de chefe do Estado Maior General das Forças Armadas de Moçambique. Depois de estas constatações e que se tornaram Públicas a determinada altura da nossa História, só em Moçambique é que se passam este tipo de aberrações que ajudaram em muito, a pôr o País no descalabro social em que se encontra, através das armas e ainda por cima, lideradas por mentes cleptocratas e em falência cerebral, isso o Povo Moçambicano já não pode permitir. GRAÇA CHONGO, é extremamente desiquilibrado, nervoso e perigoso. No entanto não estranhem, que quando se olha para ele, empoleirado no cadeirão do seu gabinete na sua qualidade de Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, bebendo tranquilamente seu Whiskey, do qual já não se consegue livrar, para minimizar os estragos psicológicos infernais de que padeçe e depois adormece, quando acorda dá ordens sem reflecção, e quando lhe apetece e fica agitado, manda executar por fuzilamento alguns dos soldados. Este é um crime de um governado que se diz institucional e que escolhe um deficiente de guerra para comandar um exército. São estes os grandes anarquistas da Teia Frelimista.
O Graça Chongo, a meu ver, não é culpado, mas sim os que o colocaram lá como chefe do Estado Maior, isto é grande estratégia criminosa no seio dessa Grande Organização do Crime Organizado. O objetivo, não é planear uma ação militar contra qualquer força inimiga, mas sim, para estratégicamente planear os crimes contra aqueles que não aceitam ideologicamente a Gangue de Mbavas da Frelimo na sua génese Marxista. Ele foi posto nesse lugar, para assinar óbitos dos opositores do regime e serve como defensor de uma rede de falsificadores económicos e lavagem de dinheiros de Estado. Trata-se de uma vasta rede de criminosos perigosissímos que desgoverna e rouba o Estado Moçambicano desde os tempos da nossa Independência.
Por isso, eu Zeca Caliate, General Chingòndo, costumo escrever inúmeras vezes, exortando aos Moçambicanos, que redobrem os seus esforços em apoiar a luta Democrática e de verdadeira Libertação, que é levada a cabo pela RENAMO sob a liderança do homem mais forte do nosso País, para expulsarmos os criminosos da nossa Pátria que cada dia que passa continuam a endividar este País em nome dos Moçambicanos. Não podemos ficar indiferentes perante esta situação á espera de milagres que desçam á terra para nos salvar. A Frelimo, se nós permitir-mos, dará cabo de nós todos sem pestanejar e não duvidem das minhas palavras porque o que temos verificado diáriamente através das fontes no terrreno, o plano dos esquadrões da morte está em marcha e vêm dar razão ás minhas palavras. Basta ouvirem os discursos inflamados e recheados de muita mentira e cinísmo proferidas pelo GOMATE WA ZAURINHA, o tchoti Macondinho. Ora hoje diz uma coisa sobre a Paz, e em seguida, faz precisamente tudo ao contrário apontando o dedo á Renamo. Que tipo de Paz quer esse canalha, que a Frelimo pôs lá para Inglês vêr, dizendo ser possível trazer Paz para Moçambique? Sonha também com milagres? É perda de tempo ainda escutarmos essa amostra de homem, e para mim General Chingòndo digo, enquanto o povo não disser basta á Frelimo, os nossos filhos serão forçados a ir saciar a fome voraz dos gananciosos Chefões através do serviço militar obrigatório e ali serão assassinados a sangue frio ás ordens de Graça Chongo para defender os esquemas da Canalhada que só pensa em gingar com a mola roubada através das intituições de Estado no esquema do ´´TÔ A PIDIRI`` aos Estrangeiros em nome do Povo Moçambicano... Enquanto o povo sofredor deste País, não se levantar e revoltar em massa contra os traidores da Pátria, o País não terá solução. Paralizemos o País até essa gentinha sair do Poder, vamos cavar buracos fundos nas estradas deste País para boicotar os negócios desses ladrões em nosso nome, enquanto outros, deitem árvores e pedras nas estradas, desçam as avenidas, ruas e estradas em protesto se necessário com paús, catanas, zagaias, machados, flechas, canhangulos etc. etc. Temos que parar com esta encruzilhada em que a Frelimo nos meteu, e reclamar o direito que nós Povo, temos de exigir a prisão desses criminosos e gatunos do País para depois metê-los nos buracos do encarceramento. Depois proclamar num tom bem alto a nova Republica de Moçambique e hastear uma nova bandeira Nacional sem lugar a AK-47 na bandeira e escolher os novos líderes para conduzir o País dos Moçambicanos. Sei que não será fácil, e muito sangue será derramado, mas venceremos no Final. Só assim, poderemos libertar a nossa Pátria, hoje nas mãos de traidores. Caso contrário, estaremos condenados á sobrevivencia.
Isto podia se chamar uma verdadeira libertação, e não esta fachada de libertação/liquidação levada a cabo pela Frelimo, que continua a chacinar os milhares de muitos Moçambicanos e que muitos morrem por culpa de terem nascidos em zonas erradas deste País. Se não fizemos para nós mesmos, ninguém o fará. É preciso cortar a cabeça da cobra que se encontra no seu reduto lá em Maputo. Eu pessoalmente General Chingòndo, estou a ponderar sériamente em vir a encabeçar uma das verdadeiras marchas pela Paz numa dessas estradas de Moçambique e aguardo por vós.
Moçambique, vive e está mergulhada numa autêntica Anarquia, os Presidentes são todos oriundos do Partido dos camaradas e escolhem-se mutuamente entre eles e não se interessa se o fulano é competente ou é gatuno... O importante para o grupo dos Camaradas, é todos roubarem e pertencerem á Teia do mal, são todos incapazes politicamente e corruptos tecnicamente em todas as esferas Governativas do País. Esta situação não é de hoje, teve início quando Moçambique se tornou um País Independente em 1975 até aos dias de hoje. O Presidente da Republica, o Primeiro-ministro e restantes Ministros, Comandantes da Polícias, Juízes dos Tribunais, Governadores das Províncias, Administradores dos Distritos bem como chefes dos Postos, incluindo os funcionários públicos, pertencem a mesma rede da mesma mafia (MAFIA GRANDE E PEQUENA), é farinha do mesmo saco, é uma podridão de gentinha e todos são autênticos parasitas e exploradores do nosso País...a grande geração do ´´TÔ A PIDIRI``. Haja dignidade Moçambicanos, basta de viver de mão estendida...nós conseguimos muito melhor que isso, basta crer.
Os ultimos dias dão-nos indicações que a DITADURA está prestes a cair...por isso Resistentes, nada de desânimo porque a Vitória é certa.
26 de abril de 2016
Zeca Caliate
´´QUEM É ZECA CALIATE O TRAIDOR?`` perguntava o menino BONGOLE WA MACANDENE, vulgo Marcelo Mosse para a sua plateia de ´´YES MAN´S`` do regime.
A resposta é simples meu menino, assumidamente, sou o ZECA CALIATE, o mesmo que traiu a Teia do mal Frelimo, sou o mesmo que traiu os planos desse Gangue Criminoso de Estado, quando essa escumalha de gentinha me tentou assassinar pelas mãos de ANTÓNIO HAMA THAI, sou o mesmo que traiu os planos de me tornar um lacaio dos Cleptocratas do Sul como aconteceu com o Bonifácio Gruveta, sou o mesmo que traiu os planos de me tornar um assassino como ´´VOÇÊS`` etc,etc,etc. Se me sinto um traidor??? deve o menino perguntar??... Visto por este prisma...sem dúvida, e voltaria a fazer exactamente a mesma coisa, mas talvez de maneira diferente, de forma a ajudar a evitar a catástrofe social, económica e humana em que voçês tornaram o nosso País. Jamais voltarei a pertencer a essa Organização denominada por Frente de Liquidação de Moçambique, pior que a PIDE/DGS na era colonial. Através do MOZREALBLOGUE, pude constatar que os meninos ´´PENSADORES`` do Regime da mão estendida do ´´TOU A PIDIRI`` vão demonstrando o colapso, decadência e desespero dos camaradas quando verificam que Zeca Caliate, Voz da Verdade não se cala e vai escrevendo as verdades sobre os feitos criminosos do Gangue de Estado Cleptocrata Criminoso vulgo Frelimo. Desta vez a resposta a um comentário do Sr. Emílio (Mia), que utilizou duas medidas para o mesmo peso, ou seja pôs em causa as forças da RENAMO e deixando de lado as da Frelimo, pois elas também existem, só não vê quem não quer vêr.
Eu fui comandante da guerrilha de uma das frentes de combate para a libertação do nosso País. Não sou licenciado, mas estudei e sei ler, quando fui forçado a exilar-me desde 1974, e frequento as redes sociais e compreendo tudo o que se passa por aí. Em relação a voçês ´´comentarista de café de centro comercial``, dei-lhe uma resposta à sua medida, pois o menino Marcelo teve a ousadia de vir em defesa do Sr. Emílio. Por isso, voltei a pôr os pontos nos is porque não queria voltar a falar sobre esse senhor como disse nessa intervenção. Todavia, constato que nesse blog pro Frelimista, o menino Marcelo sem pejo algum, assina a paternidade desse comentário, pondo em causa a minha honestidade. Não é preciso ser-se muito inteligente para ver os comentários nas redes sociais sobre esse senhor Emílio, assim como tudo o que ele próprio diz. Recordo-me que ele escreveu de que estava a ser ameaçado de morte,... não sabemos por quem e porquê?? o Burguês Sr Emílio estava a escrever fora da linha partidária com toda a certeza. A seguir recebeu ´´Honoris Causa``, quem não leu isto? Toda a gente sabe que o Pai do Sr Emílio faleceu em Moçambique mas foi sepultado em Portugal,...e quem desconhece isto?? Só o Zeca Caliate tinha que desconhecer? O Sr Emílio criou uma fundação com o seu irmão mais velho, Fernando Couto, e todos o sabem. Só o Zeca Caliate teria que desconhecer?
Vamos falar um pouco sobre fundações, muito tenho lido, e é o que não falta neste mundo e toda gente sabe como se sustentam, e as poucas vergonhas que praticam e suas várias finalidades. Qualquer um têm acesso à WIKIPÉDIA, certo?? que o Jornal Tribuana, que diz ter sido incendiado pelos colonos, como se ele não fosse também um colono!!!??? Mas como se tinha refugiado, e se tornou um defensor da Teia do Mal, já não se sente colono?? pensa ele... . Na Wikipédia, não diz que essas pessoas que iam a correr atrás do Jeep, tinha parado a poucos metros do Jornal. Qualquer um que tivesse lido os jornais de Moçambique de 8/9 de Setembro de 1974, e tenha ouvido a rádio, não esqueceriam isso. Para isso é preciso ser-se intelectual?? Sinceramente, só no meu País onde todos os problemas devem ser resolvidos intelectualmente!!!... Eu não me queria definir como intelectual, mas felizmente sou um ser pensante e tenho bom raciocínio. Contudo deixo o meu obrigado por me incluírem na lista dos intelectuais. Podem ter a certeza que o sou mesmo. Por isso, o Zeca Caliate passou a ser um defensor da RENAMO, e é por esta razão que os seus posts defende a mesma. A maioria dos meus leitores e amigos, que lê os meus posts do ´´Zeca Caliate Voz da Verdade``, constata que não falo apenas da Renamo, basta ler os textos e acompanhar a ´´REAL`` situação do País, para entenderem o que se pretende transmitir. Se a defendo em alguns posts, a Renamo, é porque acompanho quase ao segundo a desgraça política, económica e social que o Partido dos larápios assassinos-Frelimo, inflingem ao povo Moçambicano diáriamente.
Alguém me poderá questionar, o porquê do Zeca Caliate apoiar e defender a RENAMO?? neste momento acho que é através da Renamo que se conseguirá a tão almejada democracia, e terão sim o meu apoio. Qual o problema?? Pois esse Partido é mais dinâmico, representativo e democrático. Por isso, vale a pena apoiar a Renamo, e também por ser uma força que luta incansávelmente ao longo de vários anos para uma mudança em Moçambique. Para ser sincero Apoio todos os que estiverem na oposição à TEIA dos ASSASSINOS DA FRELIMO.
Zeca Caliate Maguaia, nascido a 5 de Janeiro de 1948, natural de Milange, Província da Zambézia.
Militante da Frente de Libertação de Moçambique Frelimo, desde Setembro de 1963 e no ano seguinte; Isto é, em 1964 juntei-me ao primeiro grupo de guerrilheiros treinados na Argélia e com eles, embora destreinado, iniciamos a luta armada na frente Zambeziana no dia 25 de Setembro de 1964, que acabou fracassada por falta de abastecimento de material bélico. Pois o Governo de Malawi, sob liderança de Dr. Hasting Kamuzu Banda, nunca aceitou a passagem de material no seu território para uma luta contra Portugal.
Todavia em Novembro do mesmo ano fomos todos evacuados para Tanganica, onde eu mais alguns ex-camaradas que ainda não estávamos treinados militarmente, fomos enviados para o Campo de preparação física e ideológica da Frelimo sito na vila de Bagamoyo, ali permanecemos durante três meses e por fim fomos enviados novamente para o primeiro Campo de Treinos militares em Kongwa, Província de Dodoma. Concluídos os treinos militares, meus ex-colegas foram enviados para a Província da Zambézia via Niassa; Infelizmente não chagaram ao destino, a companhia foi interceptada e destroçada em Micanhela pelo exército Português muitos morreram e alguns que escaparam, atravessaram a fronteira de Moçambique para o Malawi, ali foram feitos prisioneiros em Zomba, onde estiveram encarcerados durante alguns meses depois foram soltos e enviados para o Tanganica. Eu depois de concluir o treino militar, fui destacado a chefiar um pequeno grupo de Segurança que foi enviado para Residência de Dr. Eduardo Mondlane em Oster Bay, Dar-es-Salam, onde permanecemos até em Março de 1966 salvo erro. De novo, regressamos para o Campo Militar de Kongwa, onde ficamos a aguardar às novas tarefas para cumprir.
De referir que nessa altura, chefe máximo de Departamento da Defesa e Segurança da Frelimo, era Filipe Samuel Magaia. Enquanto Samora Machel, comandava o campo militar de Kongwa e servia de adjunto de Filipe Magaia e acabava de receber ordens da sua transferência para comandar o novo Campo militar de Nachingwea com Instrutores Chineses.
Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
As lutas independentistas e os Não-Alinhados estão sendo desmascarados a cada dia que passa.
O “barco está no mar alto sem porto seguro à vista”.
Valeu a pena ter havido gloriosas e sacrificadas lutas pela Independência nos países de todo o mundo. Nem tudo foi em vão.
Valeu a pena ver gente com fibra e com coragem e princípios batendo-se com honradez pela Independência.
Valeu a pena sonhar por um hino e por uma bandeira.
Mas de tudo pelo que se teve que passar, hoje existem mais do que suficientes razões para questionar procedimentos e resultados.
Olhar para trás e chegar à conclusão de que muito do que nos diziam era um simulacro, uma cascata de “slogans” que não se concretizaram, é desolador.
Uma mão-cheia de combatentes que de armas se bateu contra o colonialismo e outras formas de dominação, especialmente em África, deixa muito a desejar, se tivermos que ser honestos na avaliação.
O mundo jamais foi linear, e a complexidade dos assuntos muitas vezes ultrapassa a capacidade dos protagonistas enxergarem e produzirem soluções pertinentes.
Olhar de frente para o que nos rodeia, nos é a dado a ver, e concluir que os nossos “libertadores” acabaram por defraudar as expectativas que existiam, é constrangedor. Afinal eles queriam o poder em si, e não para alterar as relações de poder ou trazer a propalada democracia política e económica. Prometeram ao povo que libertariam a terra e os homens. Isso, em parte, aconteceu.
Mas a realidade de hoje desmente sem dúvida de nenhum tipo que fomos enganados e da maneira mais copiosa.
Aquilo que de terra era considerado sagrado foi sendo sucessivamente vendido, alienado e entregue aos mesmos que ontem colonizavam.
O que nos diziam que seria uma nova era de desenvolvimento acabou tornando-se numa fábrica de sonhos, numa fábrica de assalariados pobres, miseráveis vivendo na indigência. Se antes era o colono português que insultava, hoje são os chineses, angolanos e brasileiros. Uma e outra vez, portugueses retornados ou que nunca haviam cá estado insultam num regresso típico de racismo. Até nas praias, sul-africanos tutelando estâncias turísticas barram a entrada dos nativos. É a realidade sem remendos nem pinturas de “analistas de fim-de-semana”.
Tanta mascarada, tanta falsificação, tanto sangue derramado em nome de ideologias que hoje vemos jamais terem existido.
Matou-se compatriotas em nome de uma suposta revolução, catalogou-se compatriotas de “lacaios do capitalismo”, e hoje quem o fazia estabelece “joint-ventures” com multinacionais a velocidade incrível. Num oceano de secretismo, temos em Moçambique pessoas retalhando o país conforme a sua hierarquia e apetites.
Décadas depois da sua execução extrajudicial no Niassa(Repetição)
«Reaccionária» Joana Simeão foi finalmente julgada
por LUÍS NHACHOTE
O “Viúvo” depois de mais de trinta anos de batalha campal com as autoridades judiciais para obter a certidão de óbito, da “falecida”, já está “divorciado” da “reaccionária” e deve contrair matrimónio em Setembro com a actual esposa
Joana Francisca Fonseca Simeão, figura política incontornável da história recente e que se destacou ao receber o epíteto de “reaccionária” pelos seus adversários e detractores políticos, foi finalmente julgada num caso de “divórcio contencioso”, em finais do ano passado.
Apesar de fuzilada pelos seus guardiães (o Estado, representado pelo Partido Frelimo), que até isso tornaram público, o mesmo Estado, que a teve, a ela e a outros sob sua guarda, foi quem, ironicamente, a representou, através do Ministério Público (MP), no desfecho de um caso que, certamente, irá constar dos anais do Direito.
Estando ela em “parte incerta”, como constava da nota que a solicitava a responder em juízo, nada mais restou ao tribunal – depois de cerca de três anos – que conceder o divórcio ao “viúvo” Francisco Joaquim Manuel, com quem ela contraíra matrimónio em 1974.
A odisseia...
Se, no rumo da história, a ironia, o cinismo e a hipocrisia, têm os seus lugares garantidos, já a lei, por mais absurda que possa parecer, deve ser estreitamente cumprida.
É assim. Sempre o foi.
Depois de cerca de trinta anos, em desespero, para regularizar a sua situação de “viúvo”, Francisco Joaquim Manuel calcorreou que se fartou os corredores dos serviços de Registo e Notariado do Ministério da Justiça, na vã tentativa de encontrar a certidão de óbito, da sua primeira esposa.
Nada encontrou. Encontrou algo, sim: cenas de espanto, da parte de vários funcionários públicos, que o aconselharam a pedir divórcio “alegando que a Joana abandonou o lar”. Era a saída legal que lhe restava, visto que os adversários de Joana Simão, quando a executaram, esqueceram-se de passar a certidão de óbito e até de entregar os seus restos mortais à família, para estes procederam às exéquias. E isso, até hoje, pelo que se saiba ainda não aconteceu.
Francisco Joaquim Manuel, após a execução de Joana Simão, juntou-se à sua actual mulher, com que tem seis filhos e destes, alguns netos, e, não achava justo não contrair matrimónio com ela. Foi então que, após seguir os “conselhos” que, sobre o assunto, lhe iam sendo dados, lá acabou por pedir o divórcio, “uma vez que ninguém sabia dizer-me onde estava a certidão de óbito da Joana”.
Feito isto, o processo de “Acção Ordinária Declarativa de Divórcio Litigioso n.º 19/05”, ganhou outra “sensibilidade”, e de facto, por via do diário «Notícias», o Tribunal Judicial da Província de Inhambane, no dia 24 de Abril de 2006, notificou a “reaccionária” e lhe concedeu um prazo de “VINTE DIAS, que começa a contar depois de finda a dilação de TRINTA DIAS, contada da data da segunda e última publicação deste anúncio, com a advertência de que a falta de contestação importa o prosseguimento dos autos e os ulteriores termos, à sua revelia”.
A notificação foi assinada pelo juiz presidente do Tribunal Judicial da Província de Inhambane (TJPI), José António Cândido Sampaio e pelo respectivo escrivão de Direito, Gulamussene Nurmamade Mamade Cane, na “Acção Ordinária Declarativa de Divórcio Litigioso n.º 19/05.
O autor destas linhas, por alturas do processo, contactou, por duas vezes, o juiz Sampaio, que disse: “apenas cumpri a lei”. Passado o dia em que a «reaccionária» se devia ter apresentado ao tribunal para responder à notificação, ele foi mais categórico, ao dizer-me: “ela não apareceu”!!!.
Das voltas processuais ao julgamento
O Ministério Público (MP), que representou Joana Simeão (Cabe ao MP, representar os ausentes) e o Tribunal andaram, durante muito tempo, com pontos de vista antagónicos sobre o paradeiro de Joana.
O magistrado da procuradoria provincial de Inhambane, que esteve encarregue do processo 19/05, alegava na sua fundamentação que se via a “representar um ausente (pessoa cujo paradeiro se ignora e com a qual não é possível contactar) e não um incerto”.
E depois de desenvolver toda uma argumentação no caso em que o “viúvo” de Joana pretendia o “divórcio litigioso”, o MP em Inhambane referia que a petição do autor era “ininteligível”, alegadamente porque o “viúvo” Francisco Joaquim Manuel, ao apelar para que o Tribunal sentencie o divórcio, “invoca, apenas, o abandono físico da Ré, sem, porém, demonstrar que o mesmo tenha sido, sem intenção de regresso, apresentando factos que corroborem tal elemento”. Em conclusão, na contestação, o procurador provincial da República em Inhambane afirma que “deve a presente acção ser julgada improcedente, porque ilegal e não provada e, em consequência, ser a Ré absolvida totalmente”.
Foi aqui que o “viúvo” de Joana Semião, Francisco Joaquim Manuel, já algo irritado, contestou junto do Tribunal Judicial Provincial de Inhambane (TJPI) os argumentos do magistrado do Ministério Público naquela província.
De acordo com o magistrado do MP, na sua petição o “viúvo” de Joana não conseguiu provar que ela tenha abandonado o lar sem intenções de qualquer dia retornar ao leito conjugal. O Ministério Público, para além de ter concluído nos autos que Joana Simeão estava “ausente” e não “em parte incerta”, como considerava o Tribunal, nem “morta”, como já chegou a admitir Joaquim Madeira, o antecessor de Augusto Paulino no mais alto posto da magistratura do MP, pedia que o processo fosse considerado improcedente e “a ré absolvida totalmente”.
Já várias fontes reconheceram que Joana Semião está morta, por ter sido mandada fuzilar. (NR: ver caixa, nesta edição, com a nota de fuzilamento)
Os autores do acto que lhe tirou a vida não se suportaram em sentença judicial, pelo que não há registo do óbito.
Tal como se pensa que tenha sucedido a muitos outros moçambicanos, apelidados pelo então Bureau Político da Frelimo de «reaccionários», Joana Simeão consta nos arquivos como estando viva.
Figuras seniores do partido Frelimo já declararam, de viva voz, alto e a bom som, na Assembleia da República, e em outros actos públicos, que Joana Simeão foi morta por ordem de dirigentes do partido Frelimo, quando este se assumia como de matriz marxista-leninista.
Incinerados vivos com gasolina por gente que ainda anda a monte
A morte de Joana Simeão e de outros “reaccionários”, termo por que alguns do actuais dirigentes e membros seniores da Frelimo os designavam e por isso lhes mandaram tirar a vida sem julgamento, vêm descritas no livro de Barnabé Lucas Nkomo, «Uria Simango – Um Homem, Uma Causa».
Escreve Barnabé Nkomo que Joana e todos os demais “reaccionários” entre os quais o pai e a mãe do actual edil do Município da Beira e presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), não foram fuzilados, mas, sim, todos “incinerados vivos, após serem, inicialmente, amontoados numa vala comum aberta por um Caterpillar”. Diz o pesquisador Nkomo, no livro, que “acto contínuo, já depois de regados com gasolina, os carrascos atearam fogo à massa humana” enquanto “a poucos metros do local uma multidão era obrigada a entoar canções revolucionárias a exaltarem a vitória sobre os reaccionários”. “Reaccionários” cujo seu “crime” terá sido proporem para o seu País, Moçambique, o regime que quem os fuzilou adoptou depois de uma violenta Guerra Civil, para enriquecerem, como nunca antes terão imaginado, à custa de muito suor de quem ainda vive na miséria e na pobreza mais do que absoluta.
Finalmente o julgamento
Reagindo à posição do MP assumida nos actos do processo, que correu em foro cível em Inhambane, Francisco Manuel, contestou.
Ele acabou recorrendo à presente acção, que culminou com o julgamento, em Agosto passado, após as autoridades competentes reconhecerem que não chegou a ser passada nenhuma certidão de óbito pelos seus homólogos, que, supostamente, em nome do Estado, não se dignaram a fazê-lo, após a consumação do acto que tirou a vida a Joana e outros.
O julgamento, longe dos holofotes dos media, acabou acontecendo, sem a merecida cobertura. O «Canal de Moçambique», que sempre trouxe à superfície os contornos desta novela de fazer bradar os céus, soube que o julgamento decorreu em Agosto, a partir de quando Francisco Manuel terminou parte do seu martírio.
O Estado foi o último guardião de Joana Simeão
O “viúvo” quer que seja o Estado a dizer o que fez de Joana Simeão, porque, alega ele, foi o Estado que conheceu como último guardião dela. Esta pretensão do “viúvo” da “reaccionária” prende-se ao facto de querer que lhe sejam entregues os restos mortais da Joana, com vista a realizar um funeral digno da sua companheira de primeira hora.
Como foi presa a célebre Joana?
A 26 de Outubro de 1974, cerca de um mês após a tomada de posse do Governo de Transição, chefiado por Joaquim Chissano, oficiais portugueses do MFA, dirigiram-se à residência de Ahmed Haider, na cidade da Beira, dando ordem de prisão à Dra. Joana Simeão. Haider era o secretário do PCN para assuntos administrativos.
O MFA, actuando a pedido do Governo de Transição de Moçambique (1974) em estreita colaboração com membros da Frelimo, havia colocado Simeão sob apertada vigilância. Logo após ter desembarcado no aeroporto da Beira, num voo proveniente do Malawi, os oficiais do MFA perseguiram-na até ao bairro da Ponta Gêa, onde morava aquele dirigente do PCN.
Da Beira, o MFA transferiu Joana para Lourenço Marques (hoje Maputo), mantendo-a sob prisão nos antigos calabouços da PIDE/DGS na Machava (actual cadeia de máxima segurança - B.O.) sob custódia do Batalhão de Cavalaria 8424 das Forças Armadas Portuguesas. “Submetida a intensos interrogatórios, Joana viria a redigir uma petição endereçada ao Alto-comissário português, Almirante Vítor Crespo, na qualidade de responsável pela ordem, lei e segurança até à independência, a 25 de Junho de 1975”. Nela solicitava que fosse “feita justiça”, que fosse “formalmente acusada e julgada, para não ser entregue aos outros que, sumariamente, a executariam.”
“O Almirante Vítor Crespo ignorou a petição”.
Vítor Crespo, há anos, já falecido, em Portugal, “ordenou que Joana Simeão passasse para a custódia do governo de transição” de Moçambique, dirigido por Joaquim Chissano, então 1.º Ministro.
Segundo versões exaradas em documentos dispersos e referidos por várias fontes, o Governo de Transição, no âmbito de um vasta operação então em curso e destinada a erradicar todos os vestígios de oposição no país, transfere Joana Simeão para a Tanzânia e, de imediato, oficiais do Departamento de Segurança da Frelimo levam-na para a base militar de Nachingwea, onde voltaria a ser submetida a novos interrogatórios, em preparação para um “julgamento popular”.
Sérgio Vieira
Sérgio Vieira (hoje director do Gabinete do Plano do Zambeze – GPZ), que viria a ocupar o cargo de chefe do Departamento de Segurança da Frelimo após a independência, é apontado como tendo sido quem elaborou os “autos” do “julgamento, que teve lugar em a 14 de Março de 1975”
.
“Joana Simeão e cerca de três centenas de outros prisioneiros, detidos em Moçambique, raptados em países estrangeiros ou atraídos a ciladas na Tanzânia, foram condenados à «reeducação»”.
Observadores do rigor jurídico e ex-correligionários de Joana e seus confrades dados “em parte incerta”, para contestarem a validade do “julgamento” da Tanzânia alegam que a pena de “reeducação” não está prevista em nenhum código penal em vigor, quer em Moçambique, quer naquele País. Esses observadores fazem notar o aspecto caricato de uma organização política ter atribuído a si própria o direito de julgar e condenar cidadãos ao arredio do poder judicial. Trata-se de “um atropelo flagrante aos mais elementares princípios de um Estado de direito,” disse um dos observadores, que nos pediu para não ser citado.
Da Tanzânia, Joana Simeão e outros presos políticos segundo várias fontes, foram transferidos em camiões militares das TPDF (Tanzania People’s Defense Force) para o Lago Niassa e dali levadas de barco para a Base Naval de Metangula, na província do Niassa. Daqui, “novamente em camiões militares”, Joana Simeão, segundo as mesmas fontes, foi levada para um antigo quartel do exército colonial em M’telela (ex-Nova Viseu). Referem também várias fontes em livro, e outras, que Joana Simeão viria a ser sumariamente executada, “por volta de 1977-
1980”, na companhia de Uria Simango, Padre Mateus Gwenjere, Lázaro Nkavandame, Júlio Razão, Raul Casal Ribeiro, entre outros.
Os antecedentes de Joana Simeão
A Dra. Joana Simeão, uma dissidente da Frelimo que se distanciou do movimento durante a guerra pela Independência, desenvolveria importante actividade política em Moçambique, após o golpe de Estado desencadeado em Lisboa pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), em Abril de 1974 e que resultou no derrube do regime do 1.º ministro Marcelo Caetano, abrindo caminho para a independência das colónias. Ela notabilizou-se, como referem seus correligionários, “pelos esforços desenvolvidos no sentido de se unirem todas as forças políticas moçambicanas em antecipação de eleições livres e democráticas, que se esperava viessem a ter lugar” no âmbito de um acordo de reconhecimento da independência pelas autoridades portuguesas que administravam, na altura, o território moçambicano.
Joana e Uria Simango
Em Agosto de 1974, Joana alcança o seu objectivo e surge o Partido da Coligação Nacional (PCN) que teria como presidente o Reverendo Uria Simango.
Uria Simango tinha sido vice-presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e era suposto ter ascendido a presidente do movimento logo após a morte do Dr. Eduardo Chivambo Mondlane, em crime ainda não devidamente esclarecido, em casa da americana Betty King, na capital tanzaniana, Dar-es-Salam, mais precisamente no Bairro de Oyster Bay e não na sede da FRELIMO como sempre foi propalado pelos ainda dirigentes do partido que derivou da Frente alargada de libertação nacional de que também fizeram parte muitos outros compatriotas agora filiados noutras organizações políticas. .
O reverendo Simango, é pai dos engenheiros Daviz Simango, actual Edil da Beira, e de Lutero Simango, deputado à AR pela Renamo. Se se usar a mesma terminologia do Tribunal, também se encontra “em parte incerta”. No entanto, várias fontes referem que tanto ele Uria como Joana e outros, foram fisicamente eliminados.
A par da iniciativa de Joana criar o PCN, Portugal, representado pelo governo e pelo MFA, negociava com a Frelimo a independência de Moçambique. Do processo negocial foram afastadas outras forças políticas moçambicanas, mesmo outras que também reivindicavam ter-se batido no terreno pela conquista da independência, como era o caso do COREMO cujos dirigentes passaram a integrar o PCN.
Acordo de Lusaka não previa democracia
Nos termos do acordo firmado em Lusaka, a 7 de Setembro de 1974, entre o regime português estabelecido pelo MFA e a Frelimo, os poderes seriam transferidos para este movimento. O acordo não previa a realização de eleições democráticas.
O texto integral do Acordo de Lusaka nunca foi divulgado. Até hoje há partes que não são conhecidas dos moçambicanos.
O governo moçambicano e o Estado português são, ainda hoje, acusados por certos sectores de manterem em segredo uma parte dos entendimentos da capital da Zâmbia.
Mariano Matsinhe, um dos negociadores desse acordo, em representação da Frelimo, foi citado, recentemente, como tendo dito que o
“acordo permanecia no segredo dos deuses”.
Figuras atentas ao processo de descolonização de Moçambique têm manifestado que presumem que a relutância, tanto da Frelimo como do Estado português, em trazer a público os termos do referido acordo se prende com acertos feitos entre as duas partes, em matéria de liberdades democráticas fundamentais. A julgar pelo que se passaria na prática, depois da assinatura do Acordo de Lusaka, é de admitir que o regime português, saído do golpe de Estado de Abril de 1974, se comprometeu a erradicar, a pedido da Frelimo, todas as formas de oposição ao regime que a Frelimo pretendia instaurar após a independência.
Figuras da oposição insistem em surdina que há políticos portugueses ainda no activo que “até hoje estão a esconder algo”. “Alguns frequentam Moçambique com regularidade”. Objectivamente citam o Dr. Almeida Santos, envolvido com Sérgio Vieira em projectos no Vale do Zambeze.
A certidão de óbito
A nota que a seguir se transcreve, aliás, se republica, 28 anos depois, é, de per si, esclarecedora.
“No espírito das tradições, usos e costumes da luta de libertação nacional, o Comité Político Permanente da Frelimo reuniu e condenou por fuzilamento os seguintes desertores e traidores do povo e da causa nacional, os quais já foram executados: Uria Simango; Lázaro Kavandame; Júlio Razão Nilia; Joana Simeão e Paulo Gumane. Em ordem a evitar possíveis reacções negativas, nacionais ou internacionais, que podem advir em consequência do fuzilamento destes contra-revolucionários, a Comissão Política publica esta acta como decisão revolucionária do partido Frelimo e não como acta judicial”, lê-se no referido documento.
Assumindo ser “necessário um «dossier» estabelecendo a história criminal completa desses indivíduos, assim como as suas confissões aos elementos do D.D/S.I que os interrogaram, declaração das testemunhas, julgamento e sentença”, o Comité Político Permanente do partido Frelimo ordenou ainda que “um comunicado deverá ser emitido pelo camarada Comandante-Chefe (Samora Moisés Machel), no qual se anunciará a execução dos contra-revolucionários acima mencionados”.
No mesmo documento lê-se ainda que “foi decidido nomear um comité para compilar o dossier e preparar a comunicação pública”.
“O camarada Comandante-em-chefe decidiu que o comité fosse dirigido pelo camarada Sérgio Viera e adicionalmente terá os seguintes camaradas: Óscar Monteiro, José Júlio de Andrade, Matias Xavier e Jorge Costa.
A Luta continua. Maputo, 29/7/80.
O ministro da segurança, Jacinto Veloso”.
CANAL DE MOÇAMBIQUE – 23.07.2009
NOTA:
Até hoje, que saiba, ainda não foram os seus restos mortais entregues à família. Porque espera a FRELIMO(GOVERNO)?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
O antigo membro da Renamo e actual presidente do Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento, Raul Domingos, considera que a aplicação precária do Acordo Geral de Paz, dos quais foi negociador, e a partidarização do Estado por parte da Frelimo são duas das causas (senão as principais) da actual tensão político-militar que se vive no país.
Segumdo Raul Domingos, que chefiou a delegação da Renamo às negociações com o Governo, que culminaram com a assinatura do Acordo Geral de Paz, em 1992, na cidade de Roma, Itália, ficou acordado que as Forças de Defesa e Segurança seriam compostas por 30 mil homens, provenientes de ambas as partes, mas isso não aconteceu.
Embora a Renamo tenha integrado os seus homens nas fileiras das Forças de Defesa e Segurança, com o passar do tempo, estes passaram à reforma compulsivamente, principalmente os que ocupavam cargos de chefia. “A reforma compulsiva dos homens da Renamo, com destaque para os oficiais superiores das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, provocou a guerra que hoje vivemos no país porque muitos deles regressaram às antigas bases”, afirma.
Por outro lado, Raul Domingos afirma que o Governo e a Renamo nunca estiveram em igualdade numérica no que diz respeito à composição das Forças de Defesa e Segurança, o que constitui o primeiro atropelo ao AGP. “Ficou acordado que as FDS deviam ser compostas por 30 mil homens e que cada uma das partes (Governo e Renamo) devia indicar metade, ou seja, 15 mil”. “Estou convencido de que as condições de paz, negociadas em Roma, não são as que se vivem hoje no país. A precária implementação dos termos acordados precipitou o país para um novo clima de violência armada em que este se encontra”, entende Raul Domingos.
“Nunca tivemos eleições transparentes”
Chamado a comentar à volta das últimas eleições autárquicas, marcadas por diversas irregularidades, que ditaram a repetição da votação nos municípios de Nampula e Gúruè, Raul Domingos foi peremptório na sua resposta e disse que as mesmas foram tudo, menos transparentes.
“A Comissão Nacional de Eleições e o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral estão partidarizados, por isso nunca tivemos eleições transparentes, livres e justas, como preconiza o slogan, ao qual estes dois órgãos não fazem jus. As últimas eleições autárquicas foram prova disso”, acusa. Entretanto, questionado sobre se se iria candidatar a Presidente da República nas próximas eleições gerais, marcadas para o dia 15 de Outubro, Domingos escusou- se a responder, limitando-se apenas a afirmar que quando chegar a altura dirá se o seu partido irá ou não participar no pleito.
Sobre a condecoração
No dia 3 de Fevereiro, Dia dos Heróis Moçambicanos, Raul Domingos recusou-se a receber a condecoração atribuída pelo Estado moçambicano porque, na sua opinião, tal devia ser feito em momentos de paz e harmonia, e não de guerra. “Se eu aceitasse, estaria a festejar as desgraças dos moçambicanos que sofrem, directa ou indirectamente, os efeitos desta guerra evitável”.
Raul Domingos entende que “as circunstâncias em que ocorreu a galardoação, que se caracterizam pelo alto nível de intolerância, desigualdades, perseguições políticas, incluindo prisões e assassinatos de membros da oposição, o sofrimento em que vivem os moçambicanos nos campos dos deslocados, aliadas ao sangue derramado dos inocentes e ao luto que enche muitas famílias de dor, medo, incerteza e desespero, nomeadamente em Nampula, Nhamatanda, Homoíne, Funhalouro e outros locais, afectaram a minha consciência e constituíram determinantes que ditaram a minha decisão de não aceitar receber a condecoração”.
Por esta razão, o presidente do PDD é de opinião de que o Governo devia estar mais preocupado em restabelecer a paz no país e não em condecorações. “A condecoração de cidadãos que se notabilizaram pela paz deve ser feita, em regra, em momentos de paz e na data de celebração da Paz e Reconciliação Nacional, o dia 4 de Outubro”. Refira-se que Raul Domingos ia receber a distinção “Ordem 4 de Outubro do Primeiro Grau”.
Partidarização do Estado
Outra violação ao Acordo Geral de Paz, segundo o antigo chefe das Relações Exteriores da Renamo, que depois viria a fundar o PDD, tem a ver com partidarização do Estado, por parte do partido no poder, a Frelimo. No seu entender, o Estado deve ser neutro no tratamento dos cidadãos, o que não acontece no país, daí que os moçambicanos sempre se queixa(ra) m das desigualdades e falta de oportunidades. “Há moçambicanos que confundem o Estado com a Frelimo. Há células do partido Frelimo em instituições do Estado”.
“Neste momento que estamos a falar, todos os funcionários do Estado são membros do partido no poder, e aqueles que não aceitam essa condição correm o risco de perder os seus cargos de chefia ou de serem excluídos da promoção ou progressão”, assevera. Recorde-se que a despartidarização do Estado é um dos pontos (o segundo) da agenda do diálogo entre o Governo e a Renamo.
13 de Fevereiro de 2014
Jornal "A Verdade"
Dizia eu que os jornalistas estavam à ilharga, a esfregar as mãos de excitação e contentamento, tal era a certeza da iminente "savimbizacao" de Afonso Dlhakama. Entretanto, alguém alertou ao general que a intenção das tropas de Xicalango era de tomar de assalto a sua residência e assassina-lo junto com os seus. No mesmo instante Dlhakama ordena a evacuação imediata dos Mazangas, Macuianes, Pondeca, entre outros peso pesados do partido, cuja passagem do posto de controle já ocupado em Mucodza foi objecto de sérias negociações, que incluiu alguns empurrões e rasteiras, visto que a intenção mesmo era de aniquilar toda liderança suprema do movimento dentro de Satungira.
Enquanto Dlhakama estava ainda atrapalhado a orientar a evacuação do restante pessoal, os comandos do Xicalango, num total de 70 homens aproximadamente, se esgueiravam sorrateira e silenciosamente para as as matchessas, em manobras de cerco e flanquearam todas saídas do local. Segundo se apurou, os 'donos da montanha' proibiram terminantemente que a guarnição do general alinhasse em formação de combate, aludindo que os espíritos protegeriam os hóspedes (toda a equipe do general), pelo que estes estavam na pratica apenas restritos ao quintal das matchessas, exceptuando o pessoal das cancelas.
De repente, soam vários tiros a curta distancia por todos lados, era a guarda pessoal do líder da Renamo que entrava em ação contra os vários comandos que emergiram do nada entre os arbustos próximos. Num combate quase corpo a corpo e com Dlhakama ainda sentado numa cadeira como se estivesse a assistir um vídeo game, os 14 guardas de Dlhakama conseguiram desbaratar os intrusos, abatendo 52 deles contra nenhuma perda dos guardiões perdizes. Quando Xicalango é comunicado do seu posto na antena que a operação fracassou, ordena um bombardeamento de saturação indiscriminado durante mais de uma hora, tendo Dlhakama se retirado junto do seu staff andando calmamente, deixando para trás todos os bens que incluíam viaturas. Depois dos bombardeamentos cegos, as forças do comando acompanhadas por blindados, rolam em direção as matchessas, encontrando-as abandonadas. Quando o ditador foi informado do fracasso da operação, ele soube a partir daquele momento que tinha-se metido num grande sarilho! A festa do Monte Verde foi cancelada e o ditador regressou abruptamente a Maputo. Dizem que as tropas do Xicalango tentaram encetar perseguição pelas montanhas e foi ai que entraram em ação os 'donos da montanha'.
Mas os sequazes do ditador tentaram o plano B, seguindo dicas do Xicalango, alegando que matando o patriarca e régulo Magunde, o pai do Dlhakama, era a "arma secreta" do general para ser vencido, o que também não deu resultado nenhum porque isso era totalmente falso e fantasioso. Volvidos alguns dias, Guebuza envia a Gorongosa o seu cunhado, o tenente-general na reserva Tobias Dai, ex-ministro da Defesa para coordenar uma super operação especial que envolvia tropas de elite mercenárias zimbabweanas e muito provavelmente angolanas mas em uniforme das Fadm. Tobias Dai foi estrategicamente escalado em Gorongosa com chefe da campanha do partido para as autárquicas mas não isso era um disfarce para enganar os distraídos.
Mas todas as tentativas dos comandos para escalar a serra resultaram num fracasso retumbante e foram repelidas com tremendas baixas incluindo a captura de consideráveis quantidade de armas. O desastre foi de grandes proporções. Lembro-me de uma vez quando chegaram ao hospital local em plena manha vários militares feridos terrivelmente e a gritar ruidosamente feito crianças chorosas, fazendo os utentes fugirem por horror e pânico. Agora querem tentar usar armas superiores proibidas pela convenção de Viena como o temível lança-chamas russo "buratino", com intuito de abrir passagem pelas montanhas mas nenhuma ciência vencera o espirito da montanha de Gorongosa.
In https://www.facebook.com/unay.cambuma?fref=ts
Ovar, 25 de Janeiro de 2014
Combatentes de Guerra do Ultramar
Futebol de Causas (Manifestação Académica - Final da Taça 1969 - vídeo)