Está aproximar-se o dia das eleições em Moçambique. Digo eleições, para não falar numa “trapalhada” a que o regime chama de eleições, porque o que se está a passar, comparado com um verdadeiro processo eleitoral, não passa de uma triste farsa de carnaval. Basta ler a imprensa e ler as declarações de indivíduos como o Mariano Matsinhe e o Alberto Chipande que estão mais preocupados com sucessão no poder da Frelimo, do que nos interesses no desenvolvimento de um país que se chama MOÇAMBIQUE. Para estes indivíduos. A sua concepção de democracia equivale a zero, porque entendem que a Frelimo se deve perpetuar no poder e o Povo Moçambicano ainda deve venerar estes “heróis”, porque libertaram o povo do poder colonial e o povo deve continuar a prestar-lhes essa vassalagem.
Dois dos "anormais" que dominam o Poder em Moçambique
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Mariano Matsingue afirma: "Na Frelimo era normal fuzilar pessoas" | Alberto Chipande afirma: "É normal os dirigentes da Frelimo enriquecerem à custa do Povo que libertaram" |
Infelizmente, como irei demonstrar em artigos seguintes, estes indivíduos, que exigem a vassalagem do Povo Moçambicano, não passaram de meros guerrilheiros que amedrontavam o seu próprio povo e que mandavam fuzilar todos os comandantes de guerrilha que passassem a ser admirados pelo seu próprio povo, ou até, por uma mera questão de ciúmes ou disputa de mulheres. O exemplo desse “herói” chamado Samora Machel deve continuar a ser recordado: mandou matar o responsável máximo da DSD da Frelimo, Filipe Magaia, para ficar com o lugar dele e, como se isso não lhe bastasse, casar com a viúva, outra “heroína”, glorificada como Josina Machel, mas que antes se chamava Josina Mutemba. Quanto a esta glorificada “heroína”, não se conhece qualquer trabalho político de relevo para que possa ser considerada um símbolo da mulheres moçambicanas, a não ser o facto de ser uma simples guerrilheira do Departamento Feminino da Frelimo, ser, mais tarde, esposa de Filipe Magaia e, com o assassinato deste, se calhar, com a sua conivência, casar-se, por ambição pessoal, com o Samora Machel.
São histórias que a História de Moçambique oculta, porque são do interesse do Poder Instalado que a história seja contada dessa forma. Mas seria bom que os mais jovens se começassem a interrogar sobre as causas do interesse que a Frelimo tem em eternizar-se no Poder, nem que seja com base na mentira ou com a continuação no poder de “autênticos analfabetos” políticos, que ainda passam a vida e discutir quem vai suceder a quem, como aqueles dois comparsas Mariano Matsinhe e Alberto Chipande.
É tempo de Moçambique se libertar dos seus fantasmas e enveredar por uma via verdadeiramente democrática em que o poder seja entregue ao Povo e não a elites que se proclamam seus representantes ou que se acham com o direito de continuarem no poder como forma de pagamento de uma luta de libertação.
(Continua…)
Ovar, 15 de Outubro de 2009
Álvaro Teixeira (GE)