Terça-feira, 20 de Outubro de 2009
As próximas eleições a realizar em Moçambique, no próximo dia 28 Outubro, serão, com toda a certeza, as últimas com os partidos, pelo menos na sua grande maioria, tal qual os conhecemos hoje. Já estamos a assistir à implosão da Renamo, com a “fuga” dos quadros e militantes para o MDM, o que irá permitir a este novíssimo Partido ter uma representação parlamentar, cuja dimensão não é, neste momento, quantificável, dada a sua exclusão na maioria dos círculos eleitorais. A implosão da Frelimo dar-se-á na precisa altura em que aqueles a quem eu tenho referido nos meus artigos anteriores como “anormais”, velhos e analfabetos, tanto do ponto de vista de formação académica, como de formação política sejam ultrapassados pelos novos quadros que não se revêem nos métodos, até aqui adoptados pelo regime frelimista.
Nestes últimos anos o Mundo mudou muito e, quando há relativamente pouco tempo se previam cerca de dez anos para que 80% das coisas mudassem, nesta altura os prazos de mudança das mesmas coisas já são inferiores a cinco anos. Daí a minha estranheza relativamente à existência dos planos quinquenais da Frelimo, mas que foram herdados do marxismo-leninismo, doutrina que este “partido”, ainda, não abandonou.
Em 2009 (34 anos após a independência) a fome continua a matar em Moçambique
Com a implosão do Império Soviético, nasceram novas filosofias políticas e económicas, precursoras da Globalização dos Mercados que vieram a acabar com os expansionismos imperialistas e, agora, só resta uma solução aos países subdesenvolvidos que é a sua abertura a novos mercados e criarem, eles próprios, os seus próprios mercados e desenvolverem as suas populações, a fim de que possam absorver a riqueza produzida por cada um. E é neste contexto que os países desenvolvidos estão interessados, com as suas ajudas, a desenvolverem os países colocados na cauda do desenvolvimento, não só por uma questão de solidariedade, mas, também, para a criação de novos mercados, dado que o Ocidente produz mais do que aquilo que consome. Esta crise mundial, que ainda não está perto do fim, embora se notem, já, alguns sinais de retoma, muito pelas medidas tomadas pelo presidente Obama e pelas economias europeias, irá obrigar a que os “anormais”, velhos e incultos, como os que ainda tentam prevalecer num país como Moçambique a abandonarem, quando menos o esperarem, o poder absoluto que mantêm sobre o seu Povo e entregá-lo a novos quadros, a novas ideias que se enquadrem nos valores da Democracia, da Liberdade, da Justiça Social e no direito de cada pessoa procurar a sua própria Felicidade.
Em Moçambique os tais “anormais”, velhos e incultos tudo fizeram para que as Eleições marcadas para 28 de Outubro constituíssem uma “palhaçada” de Exercício Democrático, dominada por duas organizações auto denominadas de “partidos”, Frelimo e Renamo, a fim de prejudicarem o único e verdadeiro partido que os poderia derrotar nas urnas, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), mas estou certo que nada irá calar a revolta do Povo perante estes actos anti-democráticos e que Moçambique nunca mais irá ser igual depois de 28/10/2009, porque os jovens e os habitantes dos grandes aglomerados populacionais não irão perdoar o atraso e o subdesenvolvimento a que, cada vez mais, estão votados.
A Libertação prometida e não consumada em 1975 irá ser feita agora, não com armas, mas com a grande força que o Povo Moçambicano está a reunir em torno de um grande partido democrático, o MDM.
(Continua…)
Ovar, 20 de Outubro de 2009
Álvaro Teixeira (GE)
(Gestor de Empresas e de Recursos Humanos)
Sábado, 17 de Outubro de 2009
Depois de no artigo anterior ter abordado o facto de dois “anormais”, Mariano Matsinhe e Alberto Chipande se considerarem, como membros da Frelimo, donos do destino de um Povo que, após 35 anos do fim da Luta de Libertação, ainda não conhece o que são os verdadeiros valores da Democracia, da Justiça Social, da Liberdade e do direito à procura da sua própria Felicidade, irei procurar, hoje tecer algumas considerações sobre este verdadeiro drama que assola a sociedade moçambicana:
1 – Os quadros que, ainda hoje, dominam o cenário político moçambicano são oriundos da Luta Armada e, na sua grande maioria têm um nível de escolaridade muito baixo (o Guebuza e Dhlakama possuem, apenas, o 9º ano de escolaridade e ambos são líderes dos respectivos partidose tenentes-generais!!!). Há outros dirigentes que foram instruídos em Escolas de Missões que abandonaram antes de concluírem o ensino secundário, a fim de se juntarem à Frelimo. Todos estes dirigentes, por falta de instrução de base foram permeáveis às doutrinas marxistas-leninistas e, num período posterior, o maoísmo. Estas teorias que nada tinham a ver com os valores, acima enunciados, foram as que aprenderam alguns quadros da Frelimo e que as vieram a implementar, logo após Abril de 1974, em Moçambique, com as centenas de milhares de crimes cometidos e com a destruição de toda a economia do País. Estes efeitos foram e continuam tão nefastos que, dos 20 milhões de moçambicanos, 16 milhões vivem em condições de pobreza extrema e, destes 16 milhões, 70% são constituídos por mulheres;
O sofrimento da Mulher Moçambicana (Um atentado à democracia, à liberdade e ao direito de ser feliz)
2 – A oposição dos “velhos” e incultos à renovação tenderá a agravar, ainda mais, a situação, uma vez que os Países Doadores não tolerarão mais devaneios anti-democráticos como os que se estão a verificar neste processo eleitoral e tendo já a Suécia e a Finlândia com a suspensão das doações e, neste momento, tanto a Comunidade Europeia como os EUA, estão a repensar as suas posições. Ora, se chegarmos a uma situação desse género, penso que os tais “velhos e incultos tentarão ensaiar uma fuga para a frente com consequências desastrosas que poderão levar Moçambique a um “País Falhado”, no contexto internacional;
3 – Por último, é importante referir que Moçambique não possui riquezas naturais que não possam ser encontradas noutros países, tanto em qualidade como em quantidade, por isso, esses incultos que governam o País devem convencer-se que Moçambique não possui uma posição geoestratégica de grande importância nem a sua posição económica é importante para o Mundo Global. E é neste contexto que deve ser encarada a grande percentagem dos moçambicanos que vivem em pobreza extrema (16 milhões = 80%) e cuja situação se agravará, substancialmente, em caso de diminuição das Doações.
As saídas para esta situação, serão analisadas no próximo Artigo.
Ovar, 17 de Outubro de 2009
Álvaro Teixeira (GE)
Quinta-feira, 15 de Outubro de 2009
Está aproximar-se o dia das eleições em Moçambique. Digo eleições, para não falar numa “trapalhada” a que o regime chama de eleições, porque o que se está a passar, comparado com um verdadeiro processo eleitoral, não passa de uma triste farsa de carnaval. Basta ler a imprensa e ler as declarações de indivíduos como o Mariano Matsinhe e o Alberto Chipande que estão mais preocupados com sucessão no poder da Frelimo, do que nos interesses no desenvolvimento de um país que se chama MOÇAMBIQUE. Para estes indivíduos. A sua concepção de democracia equivale a zero, porque entendem que a Frelimo se deve perpetuar no poder e o Povo Moçambicano ainda deve venerar estes “heróis”, porque libertaram o povo do poder colonial e o povo deve continuar a prestar-lhes essa vassalagem.
Dois dos "anormais" que dominam o Poder em Moçambique
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Mariano Matsingue afirma: "Na Frelimo era normal fuzilar pessoas" | Alberto Chipande afirma: "É normal os dirigentes da Frelimo enriquecerem à custa do Povo que libertaram" |
Infelizmente, como irei demonstrar em artigos seguintes, estes indivíduos, que exigem a vassalagem do Povo Moçambicano, não passaram de meros guerrilheiros que amedrontavam o seu próprio povo e que mandavam fuzilar todos os comandantes de guerrilha que passassem a ser admirados pelo seu próprio povo, ou até, por uma mera questão de ciúmes ou disputa de mulheres. O exemplo desse “herói” chamado Samora Machel deve continuar a ser recordado: mandou matar o responsável máximo da DSD da Frelimo, Filipe Magaia, para ficar com o lugar dele e, como se isso não lhe bastasse, casar com a viúva, outra “heroína”, glorificada como Josina Machel, mas que antes se chamava Josina Mutemba. Quanto a esta glorificada “heroína”, não se conhece qualquer trabalho político de relevo para que possa ser considerada um símbolo da mulheres moçambicanas, a não ser o facto de ser uma simples guerrilheira do Departamento Feminino da Frelimo, ser, mais tarde, esposa de Filipe Magaia e, com o assassinato deste, se calhar, com a sua conivência, casar-se, por ambição pessoal, com o Samora Machel.
São histórias que a História de Moçambique oculta, porque são do interesse do Poder Instalado que a história seja contada dessa forma. Mas seria bom que os mais jovens se começassem a interrogar sobre as causas do interesse que a Frelimo tem em eternizar-se no Poder, nem que seja com base na mentira ou com a continuação no poder de “autênticos analfabetos” políticos, que ainda passam a vida e discutir quem vai suceder a quem, como aqueles dois comparsas Mariano Matsinhe e Alberto Chipande.
É tempo de Moçambique se libertar dos seus fantasmas e enveredar por uma via verdadeiramente democrática em que o poder seja entregue ao Povo e não a elites que se proclamam seus representantes ou que se acham com o direito de continuarem no poder como forma de pagamento de uma luta de libertação.
(Continua…)
Ovar, 15 de Outubro de 2009
Álvaro Teixeira (GE)