Segunda-feira, 29 de Março de 2010
CONVITE
Amigos e camaradas, dando continuidade aos nossos encontros, vai realizar-se, em Ovar, o Convívio, “Operação Olivença 2010” a 26 de Junho 2010, com bons acessos, como o A1, A29, A17 e EN109.
Temos pela primeira vez o nosso grupo reforçado com a presença dos nossos “Velhinhos”, porque “checa é pior que turra”.
Serve o presente meio, para ajudar na divulgação deste convívio e uma comparência em massa, com seus uniformes de combate, armas bem afinadas, o álbum de recordações para, em amena cavaqueira, saborear a ração de combate que ali será servida.
A Ração de Combate será servida no Restaurante SNADO, na Marina do Carregal, em OVAR.
É tão fácil chegar, difícil é partir!
Que ninguém falte, com seus familiares e amigos.
E não te esqueças, recordar é viver.
SE SER DO MUNDO REI, SE DE TAL GENTE
As marcações deverão ser feitas para:
Álvaro Teixeira Oliveira 960491057 - 256597260
correio electrónico a.teixeira.o@sapo.pt
José Martins Graça 965800674 - 236551270
correio electrónico jm.graca@sapo.pt
Ovar 29-03-2010
Álvaro Teixeira de Oliveira (GE)
Nota: Pedimos a confirmação das presenças até 15/06/2010
Domingo, 14 de Junho de 2009
Nos finais do mês de Abril de 1973 fui nomeado para ir para os Grupos Especiais (GE´s), não porque, fosse voluntário, mas, porque era o mais novo da 3ª. C. Caç. do B. Caç. 20. Aceitei esta situação, não tinha outra alternativa, com o espírito de missão que tive, sempre, como militar das Forças Armadas Portuguesas. Era mais um desafio na minha curta carreira militar. A minha juventude e o espírito com que, sempre, encarei novos desafios foram, para mim, uma fonte de inspiração e de descoberta de outras realidades de uma Guerra na qual estava envolvido. Sabia, de antemão, que este novo desafio era perigoso, mas, por outro lado, só a possibilidade de sair daquele lugar perdido no extremo norte do Niassa (Olivença), ainda me motivou mais.
É óbvio que as saudades dos meus amigos, que deixei em Olivença, com os quais partilhei as agruras do que era viver no “fim do mundo” e percorrer uma imensidão de território, completamente despovoado, ficaram gravados, para sempre, na minha memória. Nunca mais esquecerei as noitadas de jogos na messe, os momentos de convívio no “parrot”, muitas vezes, ao som da guitarra dedilhada pelo alferes Oliveira, um ou outro “charro” de suruma que se fumava, com prazer e não por vício, as idas à pista de aviação, sempre que chegava o avião do Subtil, enfim, todos os pequenos prazeres que nos eram permitidos naquela situação, nos intervalos das operações.
E lá embarquei eu, mais uma vez, no avião do Subtil para Vila Cabral. Recordo-me da última imagem de Olivença e, durante a viagem, não parei de olhar para mata que tinha calcorreado durante seis meses. As imagens que me iam passando pelos olhos eram de uma beleza imensa, mas continuava a estranhar a ausência de qualquer actividade humana em toda aquela área. Pela última vez, vi Nova Coimbra e o Lunho, com o belíssimo Lago Niassa como imagem de fundo e, perante aquelas imagens, interrogava-me como era possível haver guerra num paraíso!!??. Mas que ela existia, não havia dúvidas. Emboscadas, ataques a aquartelamentos e a arma mais cobarde que pode existir e de que a Frelimo se valia, que eram as minas. Esta arma cobarde foi a que mais mortos e estropiados causou nas nossas tropas, para além da desmoralização, que a detonação de um engenho destes, provocava, mas, para a Frelimo era extremamente útil, porque era a forma de colmatar a falta de combatentes para continuar a sua luta armada. O padre Mateus Gwengere veio, mais tarde, a pagar com a vida no “ Campo de Extermínio de N´telela”, a sua oposição à política seguida por Samora Machel, que, para aumentar o número de guerrilheiros, passou a seduzir os adolescentes e jovens estudantes moçambicanos para a guerra. O padre Gwengere opôs-se, porque, em sua opinião, aqueles adolescentes e jovens deviam continuar a estudar para serem os futuros quadros de uma Nação livre e independente, mas a formação maoísta do núcleo duro da Frelimo considerava que, em primeiro lugar, dever-se-ia conquistar a independência e, após isso, construir o “homem novo”. Os resultados estão à vista e falam por si…
Adeus, Olivença (04/1973)
Cheguei a Vila Cabral (Lichinga) ao fim da manhã. Como já estava habituado a estas viagens, também sabia onde encontrar os meus amigos de Ovar. A mensagem chegou a todos “Jantar oferecido por mim, no Planalto”. Todos os que estavam disponíveis, compareceram, mas o tema da conversa era a minha ida para os GE´s. Lá lhes expliquei a situação e, com mais ou menos uma “bazooka” de Laurentina, acabamos a noite.
Era altura de ir dormir, porque, no dia seguinte, esperava-me uma viagem cansativa até à Beira.
(continua…)
Quinta-feira, 26 de Março de 2009
Caros Amigos,
Criei este Blog no intuito de dar conhecimento das minhas opiniões relativamente à minha participação na Guerra Colonial, quer na Tropa Normal, quer como Combatente integrado nos Grupos Especiais (GE´s), em Moçambique, no período de Outubro de 1972 a Maio de 1974.
Tive conhecimento, há poucos dias, de que tem havido alguns encontros de ex-GE´s, mas, por desconhecimento, ainda não participei em nenhum.
Vou colocar um post com um pequeno resumo da minha vida militar, mas, antes disso, quero revelar os m/ contactos:
Álvaro Teixeira de Oliveira
tel: 256597260
tlm: 960491057
Este Blog está aberto à participação de todos os que, independentemente das suas convicções políticas ou religiosas, residentes em em Portugal ou no estrangeiro, tenham vivido a experiência da Guerra Colonial, em Moçambique a partir de 1972 e no período pós 25 de Abril de 1974.
Os testemunhos recolhidos e outro material, como fotografias, irão ser tratados tendo em vista a publicação de um livro, quando a quantidade e a análise dos testemunhos assim o justificar.
Não haverá qualquer tipo de censura e os artigos e fotos de interesse referirão, sempre, os seus autores.
Para enviar os documentos, poderão utilizar os seguintes endereços:
a.teixeira.o@sapo.pt
alvarotoliveira@gmail.com
Vamos trabalhar juntos.
Obrigado
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