Esta é a segunda vez que abordo este tema, mas que considero, sempre, de actualidade pertinente.
A Ordem da Vergonha (a ocultação dos Crimes)
Com a revelação deste documento, assinado por um português renegado, parece que estamos a voltar ao princípio da História. Uma coisa é verdadeira e perfeitamente confirmada: estes assassinatos foram cometidos já depois da independência de Moçambique, no Campo de Extermínio de Metelela, num antigo aquartelamento português chamado Nova Viseu, por volta de 1978/1980. Os pseudo-julgamentos foram feitos em Nachingwea, ainda em 1974, daí a utilização dos termos "no espírito dos usos, costumes e tradições da luta armada, bla, bla, bla,". O pseudo-juiz foi essa figura sinistra chamada Sérgio Vieira. Todos os condenados foram transferidos para Metelela, onde viveram em condições indescritíveis (nazismo puro) e foram assassinados com métodos colhidos da cartilha do Adolf Hitler.
Estes foram os primeiros assassinados naquele Campo de Extermínio, aos quais se seguiram mais cerca de 1.800, todos em condições idênticas, entre os quais a Prof. Celina Simango, por volta de 1982. Moçambique é um dos membros do TPI, pelo que os familiares destes mortos só têm um caminho a seguir e que é o de apresentar uma queixa no TPI por crimes cometidos contra a Humanidade. Estamos a falar de 1.800 em Metelela, mas os dados apontam para várias dezenas de milhares nos diversos Campos de Extermínio espalhados pelo Niassa, Cabo Delgado e Zambézia e nos milhares de prisões transformadas para o efeito.
Alguns dos principais responsáveis pela chacina dos seus compatriotas
Samora, Chissano, Marcelino dos Santos, Sérgio Vieira, Guebuza e muitos outros morreriam afogados no sangue das suas vítimas, pelo que só a Justiça Internacional é que os poderá condenar. Oxalá que assim seja. (O Samora já pagou por isso)
A Geocapital, liderada pelo magnata dos casinos de Macau, Stanley Ho e duas empresas moçambicanas assinaram hoje em Macau a criação da Zambcorp, uma joint-venture para o desenvolvimento do Vale do Zambeze.
Este conjunto de riquezas despertou interesses da "holding" Geocapital de Macau, de que fazem parte, como foi recentemente noticiado em alguns meios da comunicação social moçambicana e portuguesa, Stanley Ho, Ferro Ribeiro e Dr. António Almeida Santos, entre algumas personalidades políticas, entre as quais, Almeida Santos presidente da Assembleia-Geral da Geocapital, (antigo presidente da Assembleia da República Portuguesa e actual Presidente do Partido Socialista em Portugal) e governamentais moçambicanas, subjugadas aos interesses da China, dado que a constituição da Zambcorp foi “abençoada” pelo Governador de Macau, Edmund Ho.
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Sérgio Vieira | Almeida Santos |
O desenvolvimento da região, igualmente rica em recursos minerais, como o carvão de Moatize, e detendo 60 por cento das espécies florestais de alto valor económico, é "um velho sonho" de Almeida Santos, como admitiu o ex-presidente da Assembleia da República e ex-residente em Moçambique.
Almeida Santos, presidente da Assembleia-Geral da Geocapital, disse após a assinatura do acordo que "concretizava hoje um velho sonho" com o "primeiro passo de uma longa caminhada" que permitirá o desenvolvimento do Vale do Zambeze uma região "riquíssima" de oportunidades e muito bem estudada e documentada.
Relativamente ao envolvimento do MFA na prisão de alguns destes assassinados, será bom recordar que a Drª. Joana Simeão foi presa na cidade da Beira por militares portugueses e entregue à Frelimo, que não tinha qualquer legitimidade para a manter na prisão Figuras da oposição insistem em surdina que há políticos portugueses ainda no activo que “até hoje estão a esconder algo”. “Alguns frequentam Moçambique com regularidade”. Objectivamente citam o Dr. Almeida Santos envolvido com Sérgio Vieira em projectos no Vale do Zambeze.
Drª. Joana Simeão em Metelela
Por este pequeno texto se pode depreender o receio que muitos têm em se submeter a um julgamento justo e feito pelo TPI, dado o tipo de crimes cometidos contra a Humanidade.
Volto a dizer que é tempo de os familiares das pessoas assassinadas exigirem que se faça justiça e que a memória destas pessoas seja reabilitada.
Ovar, 1 de Dezembro de 2009
Álvaro Teixeira (GE)